Show do Pintor Profissional - Edição 249

SHOW DO PINTOR • ABRIL 2024 43 ARTIGO Por Flávia Lopes Augusto Sampaio, Supervisora do Serviço Social do Seconci-SP Muitas mulheres trabalham na construção civil. Esse setor tem sido cada vez mais aberto à pre- sença feminina, e muitas mulheres têm se des- tacado em diversas áreas dentro da construção. A cada dia estamos ganhando mais espaço nes- te setor, majoritariamente integrado por ho- mens. Dados da Rais (Relação Anual de Infor- mações Sociais), registraram, em 2010, 7,8% de trabalhadoras formais na construção, enquanto o último levantamento, de 2021, já contempla- va 10,85% de profissionais femininas. Isso representa que passamos de 207 mil mu- lheres (em um total de 2,6 milhões de fun- cionários) para 251 mil (de um total de 2,3 milhões), em funções como engenheiras, ar- quitetas, pintoras, pedreiras, eletricistas e ou- tras especialistas na área. Como em muitos ambientes de trabalho, em alguns canteiros de obras ainda há um ambien- te machista. Entretanto, há muitos esforços e ações para promover a igualdade de gênero e combater o machismo nesse setor. Muitas em- presas têm implementado políticas e progra- mas para promover a diversidade e a inclusão, e há cada vez mais mulheres se destacando e conquistando espaços na construção civil. Além do machismo, o assédio moral também pode ocorrer em alguns ambientes de traba- lho na construção civil, assim como em ou- tros setores. O que observamos através de informações co- lhidas por trabalhadoras em canteiros de obras, que o machismo e o assédio não são exclusivos A MULHER NA CONSTRUÇÃO CIVIL da construção civil. Uma técnica de segurança que conversou conosco relatou que às vezes as mulheres precisam ser mais incisivas e impor limites, para evitar algumas situações, embora reforça que isso ocorra na maioria das vezes por colegas de trabalho mais jovens ou por superio- res, desmitificando que isso ocorra apenas em determinados grupos da sociedade. Atualmente existe muito impulso, capacita- ção para incentivar as mulheres nesse cam- po. Há uma percepção de que as mulheres nas obras se destacaram por serem mais de- talhistas, caprichosas, tendo um melhor aca- bamento nas finalizações. Além do incentivo das empresas, as trabalha- doras da construção civil relatam que também possuem incentivos das famílias, que os compa- nheiros e esposos apoiam a inserção nesse mer- cado de trabalho e que não existe uma maior rejeição por trabalharem na construção civil. A conquista de novos campos de trabalho e a efetivação do gênero em diversas áreas é de suma relevância para a evolução da mulher em sociedade. Isso contribui com a independência financeira, a sua subsistência, quebras de tabus “Dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), registraram, em 2010, 7,8% de trabalhadoras formais na construção, enquanto o último levantamento, de 2021, já contemplava 10,85% de profissionais femininas.“ e ciclos de violências a que muitas mulheres ainda são submetidas. A inserção da mulher na Construção Civil é mais um instrumento para a Igualdade de Gênero. E independente da sua área de atuação, é im- portante que todos os trabalhadores estejam cientes dos seus direitos e saibam como agir, caso enfrentem situações de assédio moral. As empresas também têm a responsabilidade de criar um ambiente de trabalho seguro e respei- toso para todos os seus colaboradores. “A conquista de novos campos de trabalho e a efetivação do gênero em diversas áreas é de suma relevância para a evolução da mulher em sociedade. Isso contribui com a independência financeira, a sua subsistência, quebras de tabus e ciclos de violências a que muitas mulheres ainda são submetidas.”

RkJQdWJsaXNoZXIy MTY1MzM=