O Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp) apresentou os resultados das vendas do setor no ano de 2011. Mesmo com as restrições que os mercados enfrentaram, com medidas antiinflacionárias e defasagem cambial, o setor registrou elevação das vendas em termos totais.
O fechamento do ano apontou aumento de 13,5% no faturamento do setor em relação a 2010, totalizando US$ 5,12 bilhões, ante aos US$ 4,51 bilhões registrados no ano anterior. Esse crescimento do faturamento, em dólar, ainda refletiu o real valorizado, fato que não deverá acontecer em 2012, visto que já há uma recuperação do dólar em relação ao real. O montante do faturamento corresponde a 1,495 bilhão de litros de tintas, consumo que cresceu 2,5% em comparação a 2010 - abaixo das expectativas do mercado como um todo, mas que manteve as taxas positivas de evolução do setor nos últimos anos.
Outro dado significativo é que o crescimento dos negócios motivou a elevação das taxas de emprego formal na indústria de tintas e vernizes, atingindo 19.202 trabalhadores, um aumento de cerca de 2,7% sobre 2010. “Estes resultados acompanham o desenvolvimento da indústria como um todo, que sentiu os efeitos da crise financeira europeia e as pressões cambiais, uma vez que muitos insumos são importados ou acompanham as variações do mercado internacional”, afirma Airton Sicolin, assessor da diretoria do Sitivesp.
Segmentos em destaque
Mais uma vez o segmento de tintas imobiliárias foi o que apresentou o maior índice de crescimento. Foram consumidos 1,119 bilhão de litros de tintas – 3,3% a mais do que em 2010. O consumo de tintas para repintura automotiva alcançou 52 milhões de litros, volume próximo ao registrado pelo segmento de tintas automotivas (direcionadas a montadoras), com 51 milhões de litros: 1,9% e 2% de crescimento, respectivamente.
O segmento de tintas para indústrias em geral também apresentou números positivos. Setores que englobam as áreas de eletrodomésticos, móveis, autopeças, naval, aeronáutica e tintas de manutenção, entre outras, utilizaram 176 milhões de litros de tintas, volume 1,1% superior ao de 2010. O segmento de tintas para impressão foi o único que apresentou retração no consumo, com índice 3% negativo em comparação ao ano anterior e que correspondeu a 97 milhões de litros.
Para Sicolin, os resultados refletem a queda da atividade econômica ocorrida em 2011, depois de um ano 2010 acima de todas as expectativas. No entanto, demonstram o potencial ainda a ser conquistado e o quanto o setor de tintas e vernizes tem a crescer.
Ações como cortes nas taxas de juros, ampliação das linhas de crédito e obras ligadas ao PAC –; Plano de Aceleração do Crescimento; Programa Minha Casa, Minha Vida; Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 representam grandes estímulos para isso. De acordo com as projeções do Sitivesp, as vendas de tintas e vernizes deverão crescer em torno de 4% em 2012.
Números do setor
Ano |
2006 |
2007 |
2008 |
2009 |
2010 |
2011 |
Consumo de tintas e vernizes em milhões de litros |
1.057 |
1.142 |
1.344 |
1.326 |
1.458 |
1.495 |
Faturamento das empresas do setor em bilhões de US$ |
2,46 |
2,93 |
3,75 |
3,55 |
4,51 |
5,12 |
Balança Comercial (importação) em milhões de US$ |
138,014 |
165,534 |
230,295 |
212,209 |
264,654 |
307,123 |
Balança Comercial (exportação) em milhões de US$ |
119,570 |
141,802 |
167,360 |
134,841 |
161,218 |
191,848 |
Número de empregos gerados diretamente |
16.933 |
17.707 |
18.326 |
17.699 |
18.699 |
19.202 |
Fonte: Sitivesp (Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo)
* Inclui os segmentos de revenda (construção civil, repintura, solventes e complementos) e setor industrial (autoveículos, tratores, eletrodomésticos, construção naval, gráficas, tintas serigráficas, artísticas, madeiras, solventes, demarcação viária, ferroviárias, manutenção, etc.)