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Sitivesp participa de reunião com o Ministro das Relações Exteriores

22/06/2016 - 11:06

O presidente Executivo do Sitivesp, Antonio Carlos de Oliveira, participou no dia 20 de junho, da reunião com o ministro das Relações Exteriores, José Serra, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O ministro falou sobre a nova estrutura do Itamaraty, com a mudança na Camex (Câmara de Comércio Exterior), que será presidida por Michel Temer, com José Serra na vice-presidência. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) foi para o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

O ministro falou sobre o custo Brasil afirmando que será necessário introduzir a dimensão da competitividade e do custo de produção no país nas discussões de comércio exterior. “Infraestrutura e tributação são questões críticas”, disse o ministro. Em relação ao custo Brasil, Serra disse que aprendeu a dimensioná-lo na Fiesp e afirmou que, na média ponderada entre os parceiros comerciais, o custo Brasil representa um sobrepreço de 25%. “Ou nos centramos nisso ou o Brasil não tem jeito”, afirmou, dizendo que acordos liberam o comércio, mas isso não adianta se não houver competitividade no preço.

O ministro das Relações Exteriores fez a proposta de criar um canal direto de comunicação entre o Itamaraty e a Fiesp, por meio do Conselho Superior de Comércio Exterior da entidade (Coscex). Presidido pelo embaixador José Rubens Barbosa, o Coscex será o elo entre a Fiesp e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) para encaminhar com agilidade problemas e propostas para sua solução.

Serra e Skaf também assinaram memorando de parceria entre MRE e Fiesp para cooperação na promoção comercial e negociação de acordos, buscando maximizar os recursos que possam ser usados para fortalecer a economia brasileira.

O embaixador Rubens Barbosa também destacou o posicionamento de Serra em relação ao custo Brasil e à competitividade. Ao incorporar esse aspecto no Itamaraty, disse, recoloca o órgão em papel central na discussão de políticas macroeconômicas. Há anos, lembrou, a Fiesp acentua a necessidade de coordenar MDIC e Itamaraty na promoção das exportações.

Skaf afirmou que “da porta para dentro, as empresas brasileiras são bem competitivas”, explicando que há um problema conjuntural, representado pelo câmbio, que estava sobrevalorizado, e que há outras questões, como infraestrutura, juros, crédito, impostos e outros, que compõem o custo Brasil. “Ter na Camex uma visão que discuta a competitividade brasileira é certíssima”, afirmou.

Serra defendeu concessões, para a infraestrutura, com a participação do BNDES, e atenção à tributação. Também afirmou que o Reintegra (Regime especial de reintegração de valores tributários para empresas exportadoras) precisa ser rediscutido. Lembrou que é procedimento aceito pela OMC, que “limpa de impostos os produtos”. “Temos que rever” o Reintegra na Camex, junto com o empresariado, disse. Não deve ser compensação cambial, mas mecanismo de longo prazo, afirmou.

Finalizando Serra afirmou que veio "fazer a pregação de uma aliança, que tem que se estreitar na prática”, que enxerga uma desindustrialização prematura no Brasil, não seguindo o padrão de economias ainda em desenvolvimento. Nelas a indústria puxa o crescimento. “Vamos trabalhar juntos. De verdade”, afirmou Serra no encerramento.

Acordos comerciais

Na reunião, Thomaz Zanotto, diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, fez análise do Tratado Trans-Pacífico (TPP). Ele ressaltou a abrangência do acordo, e disse que a conclusão de estudo feito pela Fiesp é que as perdas de não participar do acordo, tanto para o Brasil quanto para a Argentina, são maiores que as perdas por participar - ressalvando que participar significa negociar duramente. O TPP, disse, precisa ser analisado.

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