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Vendas internas recuam e produtos químicos importados continuam a tomar conta do mercado brasileiro

05/12/2017 - 17:12

Os entraves causados pelo Custo Brasil, que reduzem a competitividade da indústria brasileira, também se refletem nos resultados das vendas internas da produção local, que não acompanham o ritmo de crescimento da demanda. Segundo apuração da Associação Brasileira da Indústria Química - Abiquim, de janeiro a outubro de 2017, sobre igual período do ano passado, o índice de produção cresceu 0,79%, o de vendas internas recuou 0,89%, enquanto a demanda interna, medida pelo consumo aparente nacional (CAN), teve alta de 6,6%. No mesmo período, o volume de produtos químicos importados cresceu 26,2%, quase quatro vezes mais do que o ritmo de elevação da demanda, enquanto as exportações, também em volume, subiram 0,7%.

Em outubro, o índice de produção subiu 9,22% sobre o mês anterior, enquanto o índice de vendas internas caiu 2,09% também na comparação com setembro. No entanto, em relação a igual mês de 2016, a produção exibe melhora de 2,91% e as vendas internas de 2,27%, demonstrando, portanto, o quadro de recuperação gradativa da atividade econômica, iniciada em julho. “É de se destacar que a produção média mensal de outubro de 2017 alcançou o melhor resultado da série iniciada em janeiro de 2007”, afirma a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.

Ainda segundo a executiva da associação, diversos segmentos clientes da química vêm mostrando melhora e recuperação nos indicadores de atividade, destacando-se a indústria automobilística, embalagens, construção civil (mais para reformas e pavimentação), produtos químicos para exploração e produção de petróleo, dentre outros, embora essa performance ainda não possa ser generalizada.

Nos últimos 12 meses, de novembro de 2016 a outubro de 2017, o índice de produção foi positivo em 1,09%, sobre os 12 meses anteriores, enquanto o de vendas internas subiu 0,99%. “Apesar de positivas, as taxas anuais apresentam trajetória de declínio, uma vez que a alta era de 4,7% no caso da produção, nos doze meses encerrados em maio, e de +5,5% para as vendas internas, na mesma comparação. Os níveis atuais de produção e de vendas internas estão ainda distantes daqueles que haviam sido alcançados em 2007, sendo que o setor apresenta apenas lenta recuperação e não crescimento efetivo”, analisa Fátima.

Na comparação anualizada, o consumo aparente nacional (CAN), que mede a demanda nacional, teve elevação de 7,8%, enquanto o volume de importações cresceu 28,3% e o de exportações apresentou alta de 2,9% em igual período de tempo. “Nos últimos 12 meses, as importações representaram 38% do CAN, novo recorde histórico do setor. O consumo cresce, mas as importações correm cada vez mais rápido”, explica Fátima.

A diretora da Abiquim explica que é importante continuar em busca de medidas que deem condições para as empresas brasileiras competirem com suas congêneres internacionais. A química é supridora de diversas cadeias, mas também totalmente dependente de matérias-primas e energia, ligadas ao setor de petróleo e gás, as ações recentes do governo nessa área são absolutamente importantes. “Nesse contexto, destacam-se os Programas que estão sendo tocados pelo Ministério de Minas e Energia (MME): Gás para Crescer, Combustível Brasil, Reate, RenovaBio, entre outros. A volta dos leilões de áreas de petróleo e gás também são fundamentais para o retorno dos investimentos no setor e que terão o poder, se corretamente conduzidos, de alavancar outros setores industriais, em especial, a química”, analisa.

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