Revista Paint & Pintura - Edição 244

ARTIGO PAINT&PINTURA | junho 2019 | 19 Tintas industriais e automotivas (OEM) terão seu crescimento algomais discreto do que nos últimos dois anos, porémacima damédia do setor, e comcontinuidade para os anos seguintes. Tintas para repintura automotiva seguirão seu padrão de crescimento contínuo, acompanhando o crescimento e da renovação da frota veicular em circulação. As projeções para o quinquênio nãomudame estão refletidas na figura 2. Figura 2: Projeções de volume do mercado de tintas brasileiro NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS A América do Sul, em particular o Brasil, pela dimensão do mercado de tintas, pode se tornar uma das maiores oportu- nidades de crescimento. A capacidade já instalada de volume e a capacidade de localizar tecnologias mais avançadas muito rapidamente qualificam a oportunidade. Com70% dos insumos precificados emmoedas fortes, a indús- tria aprendeu, nos últimos anos, que se faz necessário partici- par das plataformas de supply chains globais modernizando os aspectos tarifários. Para se romper barreiras tarifárias dos insumos é necessário rever de maneira ampla as pretensas proteções locais para a indústria de tintas. A indústria de tintas, por outro lado, também mudou sua vocação tecnológica aprendendo a ser uma montadora de fórmulas e soluções, o que a tem tornado mais competitiva para um mercado globalizado. Nos últimos Fóruns Paint &Pintura, durante o painel dos CEO’s, um dos temas discutidos foi o de consolidações no mercado brasileiro de tintas decorrente da preocupação como excesso de capacidade ociosa e a progressão dos preços de insumos importados. A indústria de tintas não exclui as aquisições tradicionais, mas existe agora um patamar de valorização ou desvalorização dos assets diferente do histórico desta indústria. A percepção está centrada na evolução estratégica dos negócios de tintas, tanto para empresas globais presentes na região, como para empresas locais e novas entrantes. Existe a percepção de que haverá consolidações inovadoras para a América do Sul impactando o mercado consumidor e supridor de matérias-primas. A indústria de tintas já temsemovimentado nesta direção e aceleradamente. A expansão em mercados adja- centes locais (domésticos) ou a internacionalização dos negócios de forma não oportunista, já faz parte da estratégia demuitas indús- trias aqui estabelecidas. O hedge cambial, como um propósito da exportação, deixou de ser conside- rado um caminho do oportunismo. Conquistar novos mercados é o objetivo estrutural, o hedge é uma consequência. Entre as indústrias que avançaram nesta direção estão as de tintas de repintura, em pó, para madeira e anticorrosivas, suportadas por tecnologias novas de produtos e serviços, principalmente, em bases digitalizadas, garantindo a consis- tência de qualidade. Os novos modelos de negócios demandam que a indústria de tintas se antecipe na estruturação dos projetos de longo prazo, comacordos de tecnologias que permitamestar participando na relação Tier 1 & 2. Nosmercados globais, 80% das novas tecnologias estão centra- das emconstrução e elementos de construção, transportes em geral (automotivo, frotas, ferroviários, marítimos, aviação, ou- tros), saúde&médico emilitar. No Brasil a situação é similar. As projeções para o quinquênio, conforme comentado mostram uma recuperação gradual domercado comalguma aceleração nos mercados de tintas especiais. O público consumidor está muitomais crítico e o fato de se prever uma evolução no poder de consumo não significa a geração de demanda gratuita. É muito importante que a indústria esteja preparada para estes desafios, mesmo emumcenário de economia global mutante!

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