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Emmeados da década de 90, em virtude
da abertura de mercado e da inserção do
Brasil no cenário econômico internacional,
começaram a chegar com ênfase ao Brasil
as cabines de pintura, equipamentos que
levaram às ofcinas um ganho signifcativo
de produtividade, proporcionando também
mais qualidade nos serviços de repintura
automotiva com a aceleração do processo de
secagem, redução de tempo e diminuição da
poluição atmosférica.
De 1995 para cá, houve uma demanda muito
grande de empresas de cabine de pintura
no Brasil. No entanto, ao mesmo tempo em
que o mercado dispunha de mais tecnologia
e equipamentos de ponta, sofria também
com outro problema: como o mercado estava
aberto, várias marcas apareceram, venderam
e sumiram após o aumento do dólar, deixan-
do várias ofcinas sem assistência.
“No início, muitas ofcinas compravam porque
não podiam fcar para trás. Hoje, ainda existe
esse pensamento, mas os equipamentos evo-
luíram, fcarammais seguros, mais efcazes e
mais produtivos, tornando a decisão da compra
mais técnica que impulsiva”, admite o gerente
comercial da USI Brasil, Fábio Coghi.
Em relação a evolução e tecnologia, Coghi
destaca que vários itens melhoraram, como
ventilação, aquecimento, automação e
segurança. “Por exemplo, antigamente uma
cabine com duplo estágio (pintura e secagem
separados) era mais produtiva. Hoje, temos
cabine com estufa conjugada (no mesmo am-
biente) com velocidade de aquecimento  e se-
cagemmais reduzida que os modelos duplo
estágio. Podemos aquecer uma cabine a 80°C
emmenos de 4 minutos e secar verniz em
menos de 20 minutos, a ponto de montagem.
Temos a possibilidade de fazer assistência
remota, via internet, em alguns modelos de
cabine, assim como podemos gerenciar os
custos por veículo pintado e secado na cabi-
ne, bastando alimentar o software fornecido
com o equipamento, tudo para facilitar a vida
do pintor e do proprietário da ofcina.”
Mercado
Fábio Sartini, diretor da Saimatec, italiano e há
quase duas décadas no Brasil,
lembra do nascimento e morte muito rápida e
periódica de algumas empresas que se aven-
turaram nesse setor, desfrutando do pouco
conhecimento técnico desse assunto por parte
dos clientes em geral, propondo, inclusive,
equipamentos obsoletos e/ou muito perigosos
(ex: aquecimento direto com reaproveitamento
do ar viciado, sem segurança alguma).
Sartini alerta que o mercado continua ainda
commuito pouco conhecimento sobre esse
assunto e existem várias opiniões diferentes
geradas por interlocutores que nem sempre
são adequadamente qualifcados para poder
aconselhar os clientes, como colaboradores
de empresas de tinta, de seguradoras, de
entidades e até de algumas montadoras que
tentam importar conceitos do exterior sem
adéqua-los à realidade do Brasil, compli-
cando ainda mais o bom relacionamento do
fornecedor de cabine com o cliente.
O diretor da Saimatec aponta também outro
problema: “Apesar de ter aumentado bas-
tante o números de clientes fnais (ofcinas e
concessionárias) e de veículos em circulação,
não houve proporcionalmente investimento
nas cabines de pintura, pois de um lado o
cliente não sente a necessidade devido a falta
de conhecimento e/ou de vontade em investir
no próprio negócio corretamente, e de outro,
não existindo obrigatoriedade por lei, como
existe em outros continentes.”
Tecnologia
A melhor tecnologia aplicada numa cabine
de pintura, segundo Sartini, deve levar
em consideração basicamente algumas
premissas, como dimensionamento correto
do volume de ar na entrada e na saída para
garantir um ambiente salubre e seguro;
equalização e distribuição homogênea do ar
dentro da cabine a fm de evitar acúmulos de
spray e garantir um bom resultado da pintura
do veículo; sistema de aquecimento que
garanta uma secagem correta e mais rápida
possível da pintura; boa e correta iluminação
do ambiente, do veículo ou peça a ser pin-
tada; facilidade de utilização e manutenção
da cabine; fltros de primeira qualidade, pois
são o ponto fraco das cabines de pintura e do
bom resultado da pintura (tanto na ocasião
da compra da cabine, sobre tudo na repo-
sição). “Isso tudo aliado à segurança para
o operador e o meio ambiente, através de
sensores e automação que param a cabine
a qualquer sinal de mau funcionamento de
partes do equipamento, como ventilador e
queimador, por exemplo.”
O diretor da Saimatec avalia também que o
mercado brasileiro precisa de alguns ajustes,
como, por exemplo, regulamentação técnica
de qualquer tipo das cabine de pintura para
esse mercado, além do estabelecimento de
leis para a preservação do meio ambiente
que, inevitavelmente, vão “empurrar” a
venda de cabines. “Outras medidas que
podem ajudar a desenvolver esse mercado
são incentivos do próprio governo e também
das montadoras (não pensando somente em
vender carros) e das associações e sindicatos
para convencer os próprios associados da
nova realidade.
Sartini ressalta ainda a importância de
empresários, gerentes e diretores mais
bem treinados quanto a escolha e compra
de equipamentos. “Além disso, deve haver
uma sinergia e colaboração total e contínua
das várias partes envolvidas na reparação
automotiva para que o cliente seja orienta-
do e ajudado.”