Page 29 - 137

Basic HTML Version

Lojas de Tintas
29
Reformar imóveis tombados
ajuda a preservar a cultura da cidade
Historiadora explica os
cuidados a serem tomados
durante a reforma de um
imóvel histórico
A cultura é um conjunto de bens, costumes
e valores de um povo. E a preservação cultu-
ral de um lugar é importante não apenas para
quem visita como para quem mora na região,
por contribuir para sua formação e para o co-
nhecimento de suas raízes culturais. E uma das
formas de preservar e contar essa história é
restaurando os prédios históricos de um deter-
minado lugar. O que muitos não sabem, contu-
do, é que a restauração de um imóvel tomba-
do não pode ser feita como em obras comuns,
pois requer cuidados e condições especiais.
Segundo a historiadora Diovani Favoreto, direto-
ra da Empório Capixaba, empresa especializada
em restauração de imóveis históricos, a primeira
exigência é que o prédio ou monumento tenha
o projeto de revitalização aprovado pelo órgão
responsável. “Para isso é feita uma vistoria pelo
técnico da área, podendo ser um arquiteto e em
determinados casos um engenheiro civil, elétrico
ou estrutural. Após essa liberação é necessária li-
cença do Corpo de Bombeiros, da prefeitura res-
ponsável e do Conselho de Arquitetura.”
Aprovada a obra, é hora de colocar a mão na
massa. Existem tipos de tintas especiais, que fa-
vorecem a durabilidade do restauro. Esse tipo
de pintura deixa a parede respirar e não escon-
de a versão original, já que esse não é o objetivo
quando se trata de restauração. Segundo Diova-
ni, o projeto deve ser feito por partes e há regras.
“É importante sempre começar pela cobertura
ou telhado para evitar que qualquer umidade
prejudique as demais etapas da restauração. Os
itens que devem ser observados com prioridade
são as calhas, rufos, telhas e se há presença de
cupim na madeira. Logo em seguida, o que deve
ser levado em conta é a parte elétrica e de segu-
rança do edifício, verificando, por exemplo, se ele
suporta a inclusão de um ar-condicionado, e, por
fim, a melhoria da fachada”.
A historiadora alerta ainda que existem produtos especiais para cada espaço da
reforma. E, que é preciso seguir as legislações federal, municipal e estadual que
regulamentam a reforma e restauração do patrimônio histórico e artístico local.
Atualmente também é preciso ficar atento às novas exigências, como a calçada
cidadã. Mesmo sendo um prédio histórico, as adaptações são necessárias e não
comprometem a restauração. A acessibilidade e sustentabilidade hoje são quase
pré-requisitos para o projeto de revitalização. O Palácio Anchieta é um exemplo
de restauração sustentável.
 E para quem ainda não sabe se sua construção é ou não histórica, especifica-
mente no caso da Prefeitura de Vitória, existe um órgão responsável pelo mo-
nitoramento dessas edificações. Dentro da Secretaria de Desenvolvimento da
Cidade, há a Coordenação de Revitalização Urbana, que monitora os prédios de
interesse histórico para a cidade. Em nível estadual, o governo, através do Con-
selho de Cultura, possui um inventário de imóveis residenciais tombados que
inclui: o Centro Histórico de Santa Leopoldina, Muqui, Itapina (interior de Cola-
tina), Porto de São Mateus e São Pedro de Itabapoana no município de Mimoso
do Sul, reconhecidos pelo conselho como patrimônio histórico do Espírito Santo.
Em alguns casos, além da isenção de IPTU desse imóvel, o proprietário também
consegue crédito a taxa de juros razoáveis para a restauração no Bandes, BNDES
e Caixa Econômica Federal. Existem linhas de financiamento federal, estadual e
municipal (para a Grande Vitória). E, além disso, empresas de grande porte tam-
bém patrocinam as obras de restauro, através de leis de incentivo e fomento à
cultura.