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Tintas e vernizes de impressão UV
para embalagens de alimentos
www.paintshow.com.br
82
Julho 2009
PAINT & PINTURA
Artigo RadTech
ão se pode falar em
segurança alimen-
tar sem conside-
rar as embalagens
destinadas a entrar
em contato com os
gêneros alimentícios. As embalagens
devem ser suficientemente inertes
para excluir a transferência de subs-
tâncias para os alimentos em quan-
tidades susceptíveis de representar
um risco para a saúde humana, de
provocar uma alteração inaceitável
na composição dos alimentos ou
uma deterioração das suas proprie-
dades organolépticas.
Com o avanço da tecnologia UV, hoje
é possível formular tintas e vernizes
de impressão UV de forma segura,
obtendo-se valores baixíssimos de
migração (menos de 10mg por quilo
de alimento) e odor.
Quando falamos de tintas e vernizes
para impressão UV para contato indi-
reto com alimentos, devemos levar em
consideração os seguintes fatores:
- pigmentos: devem obedecer aos
critérios de metais pesados con-
forme Resolução 105/99 da Anvisa,
lista positiva francesa, e para o
pigmento negro-de-fumo deve-se
determinar o teor de hidrocarbone-
tos poliaromáticos (PAHs), extratos
benzênicos e aminas aromáticas;
- oligômeros: devem possuir alto
peso molecular, baixo índice de
ácido acrílico livre, baixo odor e boa
reatividade (alta reticulação);
- monômeros ou diluentes reativos:
devem possuir alto peso molecular,
baixo índice de ácido acrílico livre,
boa reatividade e baixo VOC;
- fotoiniciadores: devem possuir bai-
xo nível de migração, odor e teor de
extratos. Deve-se redobrar a atenção
nessa classe de matérias-primas,
pois oferecem um risco maior para
o alimento, podendo mudar suas
características organolépticas pela
migração causada pelo fenômeno de
“set-off” (migração entre a frente e
o verso da embalagem). Hoje temos
laboratórios especializados na Euro-
pa que desenvolveram metodologias
específicas para identificar com pre-
cisão a migração dos fotoiniciadores;
- aditivos: devem ser aprovados para
contato com alimentos, possuírem
lista positiva, reagirem com o filme
de tinta ou verniz UV e não migrar.
Como não temos uma legislação
específica para tintas de impressão,
sejam elas de cura UV ou não, deve-
se ter boas práticas de fabricação
(BPF), tais como limpeza regular
dos refletores, troca de lâmpada
e refletores conforme fabricante,
monitoramento do sistema de forno
UV, utilizar tintas puras sem adição
de aditivos, condições de higiene e
limpeza, manter o percentual de ál-
cool isopropílico e solução de fonte
da impressora conforme fabricante,
espessura da camada aplicada, con-
dições de estocagem, ou seja estabe-
lecer os pontos críticos de processo
(APPCC) e uso de matérias-primas
de fabricantes renomados, etc. O
uso de câmara inerte de nitrogê-
nio é recomendado, pois o oxigênio
inibe a cura UV por radical livre,
permitindo-se trabalhar com menor
percentual de fotoiniciador.
Deve-se levar em consideração ain-
da os diversos processos de impres-
são existentes, tais como flexo, off-
set, letterpress e metalgrafia, bem
como o substrato a ser impresso
(papel, folha-de-flandres, alumínio,
plástico ou vidro) e o inter-relacio-
namento entre esses e as tintas,
levando-se sempre em consideração
propriedades finais desejadas, tais
como aderência, resistência à esteri-
lização, abrasão, brilho, etc.
Os testes de migração específica ou
total deverão ser realizados o mais
próximo possível da realidade de
impressão.
Graças ao avanço da tecnologia UV,
em especial aos fotoiniciadores, que
hoje proporcionam baixa migração
e baixo odor devido ao maior peso
molecular e estrutura química,
podemos hoje formular tintas e
vernizes de cura UV com segurança
para uso em embalagens de cho-
colate, cafés, leite em pó, biscoitos,
bebidas, iogurtes, vegetais,carnes,
peixes, doces em caldas, etc.
(*) Cláudio Almeida Rodrigues, da
Premiata Tintas e Vernizes Gráficos e
membro da RadTech South America
N
P&P