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Maio 2010
PAINT & PINTURA
de véus, como nas ciências ocul-
tas, onde não se compreende bem
o que foi feito, mas o fato de ter
sido feito parece uma realização
mirabolante. Não digo que todos
ajam dessa forma, mas de fato
isso acontece. Creio que seja uma
falha na educação dos profissio-
nais”, anuncia.
As empresas começaram a se dar
conta de que não podem depen-
der somente de um funcionário
genial, sem o qual não conseguem
reproduzir as cores necessárias.
Essa necessidade é o que está
começando a fazer com que os
fabricantes de tintas invistam em
instrumentação e educação para
a colorimetria. “O fator cultural é
o maior impedimento da comple-
ta adequação dos fabricantes de
tintas. A adequação exige clareza,
objetividade, leitura de instru-
mentos e o trabalho administrati-
vo usando números para todas as
coisas, inclusive formular cores”,
conta Bon, da ITG-CAT.
Há 20 anos na área, Garga-
laca, da Coralis, observa que
algumas empresas seguem à
risca o que deve ser feito, mas
por outro lado há empresas
que nem começaram a investir
nessa área. “A cada dez em-
presas, provavelmente, quatro
utilizam algum tipo de método
colorimétrico, mas apenas uma
faz o uso máximo da tecnolo-
gia a serviço da qualidade. Nos
países desenvolvidos, a colori-
metria é um requisito básico
para uma empresa de tintas; já
no Brasil ela ainda é vista como
um diferencial de mercado”,
explica.
Ainda na opinião de Gargalaca,
o principal empecilho para as
empresas começarem a utilizar a
colorimetria em seu dia a dia é a
falta de investimento em educa-
ção dos profissionais envolvidos e
de ferramentas para análise das
cores. “As melhores soluções colo-
rimétricas disponíveis no mercado
brasileiro, hoje, são importadas,
tornando ainda mais difícil para
as empresas investirem nessas
ferramentas por conta das altíssi-
mas taxas impostas pelo governo
brasileiro”, informa.
Para Luiz Fatarelli, diretor de
vendas da Colorz, atualmente
são poucas as indústrias que não
usam essa tecnologia. “Algumas
empresas possuem pelo menos um
sistema para controle de quali-
dade, enquanto a maioria tem
sistemas completos, que além
de controle de qualidade têm a
capacidade para formulações ou
correções de cores. Cada vez mais
os fabricantes de tintas veem a
importância de uma tecnologia
dessas para resolver seus proble-
mas”, ressalta Fatarelli, acres-
centando que o preço ainda é um
fator que impede a adequação das
empresas a esse tipo de controle.
“Mas cada vez mais as empresa
estão se dando conta que é uma
tecnologia que se paga rapida-
mente.”
Wagner Vitalis, gerente técnico da
Altmann, acredita que a maioria
das empresas tem a consciência
e sabe da necessidade de equi-
pamentos de colorimetria. “Os
grandes fabricantes já são usuá-
rios dessa tecnologia e os peque-
nos estão tentando se adequar a
isso. Embora o valores sejam mais
acessíveis, o preço ainda é um obs-
táculo para os pequenos fabrican-
tes”, esclarece.
Antonio Francisco, presidente da
T&M Instruments, afirma que
muitos fabricantes de tintas já
se aparelharam para atender a
necessidade de melhoria da quali-
dade de seus produtos utilizando
a colorimetria. “No atual momen-
to, não se concebe um fabricante
de tintas que não disponha do
recurso da colorimetria. No mí-
nimo um bom espectrofotômetro
associado a um bom software de
controle de qualidade é neces-
sário para que uma empresa de
tintas venha de forma profissio-
nal a se estabelecer. Em um passo
mais avançado, um software
para formulação de receitas de
cor é imprescindível para otimi-
zação da produção e economia
no processo produtivo”, destaca
Francisco, acrescentando que não
existe nenhum fator que venha
a impedir a completa adequação
dos fabricantes de tintas a esse
Luiz Fatarelli, diretor
de vendas da Colorz