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Novembro 2010
PAINT & PINTURA
O que é preciso para manter a saúde da empresa
Na plenária do terceiro dia do Latincoat & Adhesives 2010,
Robert Lovegrove, da Eastman Chemical, abordou como man-
ter uma empresa rentável na atualidade, mas se preparando
para os desafios do mercado futuro. Para ele, é imprescindível
manter o equilíbrio dos negócios hoje e fazer a preparação
para o amanhã e isso se consegue, primeiramente, conhe-
cendo profundamente o seu negócio: “Até bem pouco tempo,
as empresas discutiam como aumentariam seus negócios por
meio da compra de outros negócios. Hoje, a abordagem é di-
ferente. O empresário tem de pensar como vai crescer com os
produtos que tem hoje e que tipo de inovação vai apresentar
para se manter no mercado no futuro.”
Para conhecer o seu negócio, é necessário saber, em primeiro lugar o que está sendo rentável na sua operação. “É preci-
so saber que produto está sustentando sua empresa e quanto efetivamente pode ser investido em pesquisa e desenvol-
vimento, visando o crescimento.”
Depois, é necessário ter uma boa estratégia e segui-la: “Se você tem uma boa estratégia, não se deixe levar pelo
impulso”, defendeu, lembrando de casos de empresas que perderam oportunidades, como foi o caso da 3M, que
há pouco tempo decidiu trabalhar para manter a sua rentabilidade a qualquer custo e acabou por deixar de lado
sua principal característica: a inovação. O erro foi corrigido a tempo e a empresa felizmente voltou ao seu eixo
principal e ao crescimento.
Outras empresas, entretanto, não tiveram a mesma sorte e acabaram por perder oportunidades importantes para
seu crescimento, como foi o caso da Maytag, que cortou custos onde não devia, e da Ameriquest, que criou estratégias
fantásticas para outras empresas, mas não as usou no seu próprio negócio. Outro exemplo citado foi o da Xerox, que
foi a descobridora do mouse para computador. Como ela não via uso para a descoberta, repassou a outras empresas,
que aproveitaram a oportunidade e encheram os seus bolsos.
Por outro lado, Lovegrove apontou a necessidade de saber que rumo o mundo está tomando para saber qual será
o mercado forte do amanhã. Para ilustrar isso, lembrou o mercado africano, cuja população nada tem, mas que
hoje tem como seu maior desejo o consumo de Coca-Cola. Na China, o objeto de desejo são as roupas e tênis Nike.
Também o automóvel é um desejo, mas hoje o país já sofre com o excesso de veículos na rua. “Precisamos conhecer
as mudanças de cada população e as tendências de consumo. Precisamos entender o mundo externo e que forças
estão direcionando os negócios de amanhã”, ensina.
Também é preciso pensar no ciclo de vida de seu produto. Não se pode esperar que um produto fique no mercado
pela eternidade porque as necessidades dos clientes mudam. E isso já foi encampado com sucesso pela indústria
de eletroeletrônicos. Apesar de a indústria química contar com produtos com prazo maior de vida, não podemos
deixar de analisar se já não está na hora de descontinuar uma linha e lançar uma inovação.
Não se pode esquecer ainda de analisar a questão da matéria-prima e da fonte energética, em busca de alternati-
vas mais viáveis e, se elas não existirem, planejar lembrando que os custos da obtenção do petróleo, por exemplo,
sobem ao longo do tempo.
Lovegrove ainda disse que é necessário dividir em frações o seu negócio e terceirizar o que não é parte do seu core busi-
ness. “Precisamos descobrir no que somos bons e terceirizar as atividades em que não detemos excelência. Vamos fazer
o que sabemos melhor e pegar pessoas para fazer o que não sabemos.”
Por fim, o executivo lembrou que é imprescindível investir em inovação, seja em produtos, seja em formas de negocia-
ção ou na abertura de novos mercados. Também é necessário investir em pesquisa e desenvolvimento e lembrou que a
Eastman tradicionalmente investe 5% de seu faturamento em P&D.
Robert Lovegrove, da Eastman Chemical