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PAINT & PINTURA
Abril 2011
87
mantenham um grau satisfatório
de competitividade é um desafio
técnico constante.
Os formuladores devem estar
atentos às exigências das especi-
ficações, propriedades e atualiza-
ções das matérias-primas e como
estas afetam as características
básicas do produto final.
Nas últimas duas décadas a
indústria brasileira de tintas
aprendeu a formular e produzir
melhor que qualquer outro país
os produtos decorativos aquosos
com base em emulsão acrílica/es-
tirenada. No início, em substitui-
ção às formulações baseadas em
poliacetato de vinila (PVA).
A emulsão acrílica/estirenada
apresenta ótimas características
de resistência à alcalinidade,
água, hidrólise – o que a tor-
na adequada às superfícies de
alvenaria – e mesmo ao intempe-
rismo. Apresenta ainda extraor-
dinária versatilidade para usos
nos vários produtos, desde as
massas (mais concentradas em
cargas) até os acabamentos com
menores PVCs, como os acetina-
dos e semibrilhantes.
O “boom” do uso de acrílicos/es-
tirenados no Brasil só foi pos-
sível, tecnicamente falando, a
partir do desenvolvimento dos
espessantes associativos do tipo
Hase (acrílicos) e, posteriormen-
te, os do tipo Heur (uretânico)
e Heurase (uretânico/acrílico),
que permitiram corrigir alguns
problemas até então presentes,
como transferência, nivelamento
e alastramento deficientes.
Os departamentos de marketing
das empresas associaram suas
marcas à chancela “acrílico”
em praticamente todas as suas
embalagens como sinônimo de
qualidade intrínseca do produ-
to fabricado.
Quais as tendências de futuro?
Os fabricantes de emulsões têm
realizado muitas pesquisas para
apresentar ao mercado novas
alternativas poliméricas.
Novos terpolímeros ou copolí-
meros em emulsão com base em
versatatos ou em etileno vinil
acetato já são parte de uma
realidade em diversos países
europeus. A América do Norte,
que há muitos anos emprega os
revestimentos orgânicos basea-
dos em coplímeros vinil/acrílico
para uso em ambientes internos
e copolímeros acrílicos puros
para superfícies externas tam-
bém está inclinada a avaliar as
novas possibilidades técnicas.
Obviamente, um dos fatores
críticos para escolha de um novo
caminho no campo das emulsões
está ligado ao custo-benefício
que as mesmas possam ofere-
cer, além da disponibilidade dos
seus monômeros principais, sem
oscilações nos seus respectivos
abastecimentos.
Sabemos que a substituição de
um tipo de emulsão por um ou-
tro não se trata de uma simples
troca tipo “seis por meia dúzia”.
É necessário um ajuste geral na
composição das formulações dos
produtos finais, desde o perfeito
balanceamento de coalescentes,
visto que os valores de Tg (tem-
peratura de transição vítrea) e
TMFF (temperatura mínima de
formação do filme) geralmente
são diferentes, além do equilíbrio
do uso de espessantes associati-
vos ou modificadores reológicos,
devido à variação do tamanho
médio de suas partículas.
Cabe aos produtores de emulsões
trabalharem constantemen-
te para trazerem alternativas
atrativas ao mercado e espera-
-se que os fabricantes de tintas
estejam abertos às novas opções,
procurando sempre o sentido
da inovação, obedendo-se às
normas técnicas e as condições
legais vigentes no País.
O conjunto geral de proprie-
dades técnicas para avaliação
das tintas de acabamento, tais
como estabilidade à formação
de sinéresis e à decomposição
microbiológica, adequação às
viscosidades em baixo e alto
cisalhamento, poder de cober-
tura úmida e seca, resistência
ao respingamento, capacidade
de transferência, nivelamen-
to/alastramento, rendimento,
resistência à lavabilidade e ao
intemperismo (em produtos para
exteriores), além das resistências
a fungos e algas e redução de
odor, continuará a ser investi-
gado de modo frequente pelas
áreas técnicas das empresas e
os novos polímeros em emulsão
deverão proporcionar o alcance
desses objetivos de forma plena
e confiável.