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Outubro 2011
PAINT & PINTURA
aeronave já completou com sucesso
voos diurnos e noturnos na Europa.
Menos consumo de energia
A Bayer MaterialScience já está
fornecendo compostos de poliure-
tano como substitutos para tetos
metálicos de carros e a empresa está
começando a fornecer componen-
tes de policarbonato para substi-
tuir o vidro. “Trocar componentes
altamente energéticos, como aço e
vidro, por polímeros – que são bem
menos energéticos e requerem muito
menos energia na sua fabricação,
reduzindo também o peso do veículo
– oferece uma redução potencial
significativa”, afirmou Thomas.
Dando mais exemplos, ele disse que
lâmpadas tradicionais têm eficiência
de iluminação de 3% em compara-
ção com até 80% dos LEDs (diodos
emissores de luz) e embora tenha
havido poucas mudanças na fabri-
cação de LEDs e no gerenciamento
de sua emissão de luz, a resina de
policarbonato é um dos poucos
materiais que podem suportar suas
altas temperaturas.
O projeto de pesquisa Dream
Production, que visa transformar
o gás de efeito estufa, o dióxido de
carbono, em uma matéria-prima
útil é outro exemplo do compromisso
da empresa com tecnologias limpas.
Esse novo processo para a produção
de plásticos utilizando dióxido de
carbono poderia oferecer à indústria
química uma alternativa para re-
cursos cada vez mais escassos, como
o petróleo.
Os produtos inovadores da Bayer
MaterialScience também se
tornarão componentes inte-
grais de turbinas eólicas onde
os adesivos utilizados para
fixar as pás são cada vez mais
feitos de poliuretano em lugar
de epóxi. Nanotubos também
podem ser incorporados às
resinas epóxis para reduzir o peso
das pás. “Nossos materiais têm o po-
tencial de trazer grandes melhorias
na eficiência energética para cada
setor da economia”, disse Thomas.
“Produção dos Sonhos”
O novo projeto da Bayer, “Produção
dos Sonhos”, trabalha em sua planta
piloto em Leverkusen, Alemanha,
para mudar o desfecho do ciclo do
gás carbônico. Com incentivos do
governo e parcerias, a Bayer já está
realizando testes com a substância,
usando-a como matéria-prima para
a produção de poliuretanos e dando
utilidade para o resíduo que é um
dos principais culpados pelo efeito
estufa.
O projeto tem a empresa de energia
RWE como responsável pelo forneci-
mento do gás carbônico utilizado no
processo e ainda conta com outros
parceiros: RWTH Aachen University,
que presta consultoria ambiental
e financeira; e o Centro Catalítico
(CAT), que é dirigido pela RWTH Aa-
chen University. A Bayer trabalhou
por mais de quatro décadas para
conseguir encontrar um catalisador
adequado para essa produção. O
desenvolvimento de catalisador es-
pecífico é a chave do processo a fim
de que seja exigida menor quantida-
de de energia de ativação para que
a conversão do gás carbônico em
polióis policarbonato poliéter (PPPs)
seja viável.
Esses novos catalisadores promovem
um mecanismo molecular diferente
para as reações químicas, aumen-
tando sua velocidade e diminuindo
a energia de ativação, sem serem
consumidos durante o processo.
Avanços nas pesquisas relativas à
utilização da tecnologia catalítica
em escala laboratorial tornaram
possível a utilização eficiente do gás
carbônico, transformando-o em po-
liuretanos que podem ser usados de
diversas maneiras em nosso cotidia-
no. Os responsáveis pelos avanços
nessa área são os cientistas da Bayer
e do CAT, que recebem verbas fede-
rais no valor de cerca de 5 milhões
de euros para serem alocadas no
orçamento do projeto “Produção dos
Sonhos”, que somado aos investi-
mentos da Bayer e da RWE, chega a
quase 9 milhões de euros.
A planta piloto já entrou em fun-
cionamento para testar o proces-
so em escala técnica, ou seja, na
utilização de quilos de gás carbô-
nico. Nessa reação, o gás carbônico
proveniente da separação dos gases
de combustão feita no purificador
de dióxido de carbono do Centro
de Inovação em Carvão da RWE, é
convertido num precursor químico,
pelo uso de um catalisador específi-
co, para a fabricação de poliureta-
nos. Neste projeto, a Universidade
de Aarchen é responsável pela
avaliação das etapas do processo do
ponto de vista ecológico e econômi-
co, comparando-o com os processos
e produtos convencionais.
O poliuretano é um material de uso
versátil: diariamente nos depara-
mos com ele na forma de vernizes,
colas, pneus, assentos de automó-
veis ou na utilização como isolantes
térmicos em construções civis.
Com o esperado sucesso dos testes
realizados nessa planta piloto, a
produção de plásticos obtidos a
partir do gás carbônico em escala
industrial deve ser iniciada em
2015.