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PAINT & PINTURA
Novembro 2011
205
Dynexity, o grande
desafio das organizações
Artigo
D
inamismo e comple-
xidade. A combi-
nação desses dois
elementos resulta
no que Heiko Riek-
mann, mestre alemão
de ciências econômicas e
renomado catedrático em liderança,
definiu como dynexity, que me atrevo a
traduzir como “dinexidade”, o grande
desafio do século 21. O ambiente de mer-
cado impõe às empresas e a seus líderes
diversas “dinexidades”, que devem ser
não apenas enfrentadas, mas também –
o mais importante – superadas, para o
sucesso dos negócios.
Vamos analisar o cenário macroeconô-
mico da indústria química, que é um
exemplo típico de dynexity. A velocidade
com que essa indústria se transformou
nos últimos 15 anos foi impressionante.
Muitas empresas, consideradas ícones do
setor, simplesmente desapareceram. No-
vos players – particularmente em países
emergentes, como China, Índia e Arábia
Saudita – surgiram com um poder eco-
nômico assombroso. Muitos mercados
atendidos pela indústria química foram
transferidos da Europa ou dos Estados
Unidos para a Ásia, especialmente para
a China e a Índia, e também para a
América Latina. Alguns setores, como o
têxtil, já estão deixando esses mercados
e se transferindo para os países emer-
gentes do futuro, como Vietnã, Indonésia
e países do norte da África. Ao mesmo
tempo, nos últimos 15 anos, a produção
da indústria química triplicou.
Também podemos observar os efeitos
Sven Schultheis, vice-presidente e gerente
geral da Clariant – BU Emulsions
de dynexity no setor de tintas. Essa
indústria cresceu, em caráter global, no
período entre 2002 e 2007, a uma taxa
anual de 5% em volume e 7% em valor.
No ano de 2008, houve uma estagna-
ção, devido à queda abrupta no último
trimestre. Na sequência, 2009 acusou um
declínio de mais de 3% em volume e valor.
Mas, mesmo assim, segundo estudos da
Orr & Boss, as vendas globais de tintas
e vernizes durante o ano de 2009 se
aproximaram dos 90 bilhões de dólares e
26 bilhões de litros. Ainda me recordo da
época em que tive meu primeiro contato
com a indústria de tintas, no final da
década de 90, quando se estimava um
mercado mundial menor que 50 bilhões
de dólares. Vale destacar que, embora o
mercado global tenha apresentado uma
queda em vendas e volume, existe uma
variação significativa ao comparar as di-
ferentes regiões. Ao contrário do que ob-
servamos na América do Norte, a Ásia-
-Pacífico evidenciou forte crescimento,
consolidando-se como a região de maior
consumo de tintas no mundo, seguida da
Europa, Nafta e América Latina.
Avançando um pouco mais no tema
e analisando o ambiente interno das
organizações, podemos dizer que dy-
nexity também impacta na vida e no
comportamento das pessoas. Facebook,
Twitter, universidades globais, virtuais e
multilinguísticas – todos esses elementos
já estão incorporados à nossa realidade.
Isso significa que as pessoas têm, cada
vez mais, acesso ao conhecimento e às
oportunidades, estão melhor preparadas
e possuem maior ambição, revelando
um desejo intrínseco de ter autonomia
para tomar suas decisões. Dessa forma,
devemos nos perguntar se os modelos
organizacionais, a exemplo da liderança
hierárquica, baseados em condutas tra-
dicionais, como dar ordens e controlar,
ainda funcionam de maneira eficaz nas
organizações.
Este novo cenário exige um modelo
diferente de gestão. Compartilhar
informações, cooperar, comunicar
de forma proativa, dentro de limi-
tes necessários e pré-estabelecidos,
alinhar as estruturas para conquistar
metas comuns – essa é a receita para
ser bem-sucedido neste ambiente de
dynexity, em que as decisões precisam
ser tomadas cada vez mais rápido, o
que requer um modelo de liderança
diferente, mais sofisticado, baseado em
valores. Essa tem sido minha convicção
durante os últimos anos, diante dos
desafios, como gerente geral, diretor
regional e, agora, líder global de uma
área de negócios. Os valores definem o
caráter de uma organização, des-
crevem o que a empresa representa,
expressam sua essência e suas crenças.
E, principalmente, os valores moldam
o comportamento e guiam as pessoas
para a tomada de decisões.
Dynexity é uma realidade, tanto na
esfera macroeconômica como na
pessoal, à qual estamos expostos hoje
e estaremos amanhã. O crescimento
profissional e pessoal, baseado em um
modelo de gestão orientado por valo-
res, revela-se como a resposta para este
mundo cada dia mais dynex.