Page 30 - 162

Basic HTML Version

www.paintshow.com.br
30
Dezembro 2011
PAINT & PINTURA
tiveram significativos aumentos
de preços, como, por exemplo, a
aguarrás e os ácidos graxos. “Não
chegamos a ficar sem produto
e acredito que não atrapalhou
o desenvolvimento do mercado,
pois quando é uma situação de
mercado atinge a todos. Para o
próximo ano não vemos nenhum
indicativo de falta de matéria-
prima para alquídicas, com
exceção dos alcoóis e derivados,
em que a previsão é de falta e
aumento de preços até a próxima
safra, ou seja, junho de 2012”,
prevê Rampazzo, da Coim.
Ferreira, da Reichhold, também
alerta que as resinas alquídicas
vêm sofrendo constante aumento
nos custos de suas matérias-pri-
mas. “O reajuste de preços está di-
retamente relacionado ao acúmu-
lo de crescentes altas nos preços
das principais matérias-primas
utilizadas ao longo do ano cor-
rente, sendo parte por aumento
real do insumo e parte em função
da oscilação da moeda brasileira
frente ao dólar americano. Como
diria Horácio, “a adversidade des-
perta em nós capacidades que, em
circunstâncias favoráveis, teriam
ficado adormecidas, portanto
são em épocas desfavoráveis que
a criatividade e o bom senso se
acentuam”. Desta forma, sabe-
mos que a possibilidade de fatores
dificultosos para os próximos anos
já é praticamente uma realidade,
mas podemos transformá-la em
uma situação motivadora e con-
tinuarmos buscando aperfeiçoa-
mento e melhorias para as nossas
soluções”.
Para José Mário Gugish de Oli-
veira Filho, gerente nacional
de vendas da Águia Química, a
grande maioria dos componentes
das resinas alquídicas é fabricada
no Brasil e de fontes renováveis, o
que facilita bastante o desenvol-
vimento destes polímeros. “Em al-
guns momentos existe escassez de
alguma matéria-prima específica,
mas nada que dificulte o desenvol-
vimento das mesmas. As resinas
alquídicas apresentam excelente
desempenho nos revestimentos
onde são utilizadas, mas sem
dúvida o baixo custo deste tipo de
polímero possibilita a constante
evolução do mesmo, bem como o
crescimento deste mercado.”
Elaine Guedes, gerente de negó-
cios da AkzoNobel divisão Iguatu,
também afirma que as matérias-
-primas que compõem as resinas
alquídicas, tiveram em 2011 um
forte incremento de preços. “Isso
trouxe dificuldade ao setor de
tintas, que relata grande difi-
culdade de repasse de preços ao
consumidor final. A cadeia pro-
dutora, por exemplo, fabricante
de resina, também absorveu parte
deste impacto, trazendo déficit de
lucratividade para esta linha de
produtos. Acredito que em 2012
este movimento seja mais lento e
cuidadoso. Aposto na estabilida-
de de preços, principalmente por
uma expectativa menos agressiva
de aquecimento deste mercado.
Em 2011, as expectativas do setor
foram bastante otimistas.”
A falta de matéria-prima foi real-
mente um grande agravante que
aconteceu em 2011, pois repercu-
tiu muito na alta dos preços prati-
cados. “O mercado internacional,
que geralmente trabalha com óle-
os mais nobres, sofreu bastante,
porque a Índia não tinha oferta
suficiente para atender a todos, e
esta circunstância acabou crian-
do algumas oportunidades para
outros produtos que não utilizam
óleos em geral. Mas de qualquer
forma, a situação se manteve bem
controlada em decorrência da
disponibilidade de matéria-prima
no Brasil, e não causou tantos
transtornos aos consumidores,
exceto no caso do óleo de mamona
e óleos vegetais, que estão sendo
utilizados para outras aplica-
José Mário Gugisch de Oliveira Filho, gerente
nacional de vendas da Águia Química
Elaine Guedes, gerente de negócios
da AkzoNobel divisão Iguatu