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Abril 2012
PAINT & PINTURA
integralmente aos nossos clientes o
benefício da redução da alíquota do
imposto de importação refletida em
nossos custos. Também a melhoria
do mercado de dióxido de titânio
está atrelada à melhoria de diversas
cadeias produtivas. Neste sentido,
são várias as reivindicações da indús-
tria nacional ao governo brasileiro.
Entre elas, destaco: investimentos
em infraestrutura logística (portos,
ferrovias, rodovias etc.); redução da
carga tributária e distorções tribu-
tárias; incentivos para a pesquisa,
desenvolvimento e inovação; agilizar
procedimentos alfandegários para li-
beração de mercadorias; e uma maior
formação e capacitação técnica da
mão de obra”, destaca.
Toda redução tributária é benéfica
para o setor industrial, uma vez
que reduz os custos da operação e,
consequentemente, do valor final do
produto, estimulando a cadeia. “No
entanto, vale ressaltar que a redução
por mais um ano da alíquota do im-
posto de importação para o dióxido
de titânio (TiO2), ainda se mantém as
cotas estabelecidas para a importa-
ção”, afirma Camila Pecerini, chefe de
produto para América Latina da área
de Inorganic Materials da Evonik.
Camila também esclarece que o mer-
cado não depende somente de medidas
governamentais. “Em geral, os mer-
cados se desenvolvem com o aque-
cimento do consumo, da atividade
industrial e comercial, e investimentos
como um todo. O setor de tintas, por
exemplo, atende a diversos segmentos
industriais e depende da evolução
destes mercados. É um ciclo virtuoso.
Destaca-se, nos últimos anos, o desen-
volvimento bastante positivo do setor
automobilístico e da construção civil,
o principal consumidor de tintas.”
Como distribuidor do produto, a
Bandeirante Brazmo afirma que essa
medida nitidamente leva mais com-
petitividade à indústria formuladora,
pois reduz seus custos finais. “Impor-
tante considerarmos que o dióxido
de titânio é um produto relevante em
custos na formulação onde é utilizado.
Uma medida adicional para melhoria
do mercado seria padronizarmos a
qualidade da matéria-prima que en-
tra no mercado nacional. Hoje, temos
uma oferta de produtos de diversas
origens, com diferentes qualidades,
muitas vezes não condizentes com os
padrões dos produtos finais”, anuncia
Luciana Pires de Almeida Menezes,
gerente de mercado da Bandeirante
Brazmo.
Já Carlo Piergallini, gerente de ma-
rketing e assistência técnica para
América Latina da Cristal Global,
informa que por a Cristal Global ser a
única produtora brasileira de dióxido
de titânio acaba sendo prejudicada
com a redução da alíquota de impor-
tação. “É importante recordar que o
risco de desabastecimento de dióxido
de titânio no mercado brasileiro, que
é a justificativa para a redução da
alíquota, não foi sentido no Brasil
como se esperava, pois nesse período
o mercado foi plenamente abastecido
por nós e pelos nossos concorrentes.
Para confirmar que esse risco não
ocorreu, em outubro de 2011 ainda
havia disponibilidade de licença de
importação com alíquota reduzida
para 5 mil toneladas, apesar da cota
limitada a 95 mil toneladas. Esse vo-
lume prefixado para uso da alíquota
provoca uma corrida às importações
no primeiro e segundo trimestres,
dificultando a colocação da produ-
ção brasileira no mercado durante o
período. Além da dificuldade criada
ao produto nacional, coloca também
enorme pressão sobre o capital de giro
daqueles que importam e que, pelo
temor do término da quota, acabam
se antecipando e trazendo volumes
muito além da real necessidade. Tam-
bém coloca os importadores sob risco
das variações cambiais e de arrastar
estoques por períodos prolongados, e
é importante lembrar que ambos os
fatos ocorreram em 2011.”
Piergallini ainda constata que os
mercados, quando muito regulados ou
controlados pelos governos, acabam
por causar distorções que afetam a
Eduardo Garcia Mota, gerente de
negócios da Braschemical
Rosi Colacioppo, gerente comercial
da Brenntag