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Junho 2012
PAINT & PINTURA
com que compradores fiquem recu-
ados, não se expondo diretamente
a possíveis riscos, o que traz muita
desconfiança ao mercado”, conclui
Fiuza.
Thais, da Aboissa, analisa que o Bra-
sil terminou 2011 como recordista
mundial na taxa de juros, atraindo
dólares do mundo inteiro; captados a
uma taxa internacional de 2% anuais
e aplicado a 17% no Brasil, a diferen-
ça remunera mais do que qualquer
atividade industrial . “O câmbio
pressionado para baixo tornou pro-
dutos industrializados importados
extremamente competitivos. Com
as importações em alta, na mesma
proporção em que as atividades
industriais no Brasil recuavam, no
primeiro trimestre de 2012 essa
queda foi de 40%, e o desemprego
crescia aos níveis
de 21%. Diante
desse cenário, os
volumes de óleo e
derivados para o
segmento de tin-
tas recuou 50%.
Com as drásticas
med i das t oma-
das pelo governo,
baixando os juros
para níveis histó-
ricos e desviando
esse capi tal es-
peculativo para
outros mercados,
o dó lar ini c i ou
uma t endênc i a
de alta, inibindo
importações e fa-
zendo com que a
retomada indus-
trial aumentasse
gradat ivamente
a partir de maio
deste ano”.
Thais ainda destaca que o Brasil tem
um forte mercado interno, sendo
um dos cinco países emergentes do
BRICS, e com uma população bei-
rando os 200 milhões de habitantes.
“A renda da população crescendo a
níveis nunca antes vistos nos deixa
numa situação confortável diante da
crise econômica internacional. Agora
reforçada por essa baixa nos juros, a
produção nacional deve retomar com
força e reconquistar o espaço tomado
pelos produtos importados.”
Para Morales, da A.Azevedo, o mer-
cado de óleos e derivados voltado à
indústria de tintas e vernizes não
sentiu diretamente os efeitos da crise
internacional. “Os setores de cons-
trução civil e automotivo, principais
clientes do setor de tintas e vernizes,
seguem aquecidos, e juntamente com
as medidas do governo para incenti-
var o consumo acreditamos que não
teremos muita repercussão neste
mercado.”
Já na opinião de Thomas, da Cisbra,
o mercado de óleos vegetais teve uma
queda acentuada com a entrada de
tintas à base de água, muito inferior
com relação às tintas à base de óleo,
porém mais baratas. “No entanto,
nos últimos anos, as tintas mais
nobres, de melhor qualidade, vêm
aumentando seu consumo e, conse-
quentemente, o óleo de linhaça vem
retomando cada vez mais espaço no
mercado, tratando-se de um óleo
secativo de enormes benefícios e ga-
nhos incomparáveis de qualidade. Os
produtos de maior qualidade estão
ganhando mais espaço por serem
mais nobres e de mais resistência,
inclusive o consumidor da classe C
está mais exigente, visando adquirir
produtos com mais durabilidade e de
melhor apresentação.”
Alessandra, da Química Anastácio,
enfatiza as visitas da presidenta do
Brasil, Dilma Rousseff, ao exterior,
e no caso específico da Índia buscou
ampliar e diversificar as relações
comerciais entre os dois países para
estimular o comércio, mesmo em
meio à desaceleração industrial. “O
Brasil exporta alguns produtos para
a Índia e também importa alguns
itens, como óleos derivados de petró-
leo, produtos químicos orgânicos e
ceras minerais. Ou seja, mesmo con-
siderando os efeitos da crise interna-
cional e as medidas que vêm sendo
tomadas para reduzir seus efeitos no
Brasil, o setor terá um crescimento
em torno de 4%, sendo que no ano
passado estava estimado para este
ano um crescimento maior.”