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Agosto 2013
PAINT & PINTURA
Foto Transcor
Harry Heise, diretor da Forscher
Gislaine Pisciottano, gerente técnica e comercial
da Kalay
Na opinião de Leni de Abreu Rabello,
gerente de vendas de pigmentos e es-
pecialidades da Dynatech, a China está
sofrendo uma grande pressão para
redução do nível de emissão de poluen-
tes de suas fábricas, principalmente
no setor de pigmentos e corantes. “A
introdução de normas de controle am-
biental já acarreta forte incremento de
preço na linha de produção. Em função
dos aumentos de preços e escassez de
oferta, vemos uma oportunidade de
retorno de fabricação de pigmentos
no Brasil. A Dynatech possui estrutura
pronta para fabricação de pigmento
em sua unidade fabril localizada na ci-
dade de Itupeva, interior de São Paulo.”
Para Heise, da Forscher, essa situação
é um ponto crítico para os próximos
anos. “A Índia tem tomado medidas
radicais com relação a problemas
ambientais. Nós tivemos um primeiro
impacto há dois anos, quando prati-
camente 40% da capacidade produ-
tiva de ftalocianinas foi fechada por
problemas relacionados a efluentes.
Recentemente, o governo indiano fez
uma fiscalização nos fabri-
cantes de ftalocianinas cruas
e encontrou sérios problemas
de cunho legal. A produção
de ftalocianina crua consome
grande quantidade de ureia
e, na maioria dos países, a
ureia utilizada para agri-
cultura é subsidiada pelos governos.
Vários fabricantes foram flagrados
consumindo ureia agrícola ao invés
da industrial para fabricação dessa
matéria-prima básica para produção
de pigmentos azuis e verdes. Como
consequência, várias empresas foram
fechadas e, daquelas que flagradas
tiveram autorização de permanecer
fabricando, passaram a produzir com
uma ureia muito mais cara, afetando
os preços de imediato. O que conteve
uma altamaior foi a desvalorização da
moeda indiana frente ao dólar, o que,
em tese, permitiu compensar a alta em
moeda local.”
Na Índia, uma grande variedade de
pigmentos é produzida em condições
ambientais adversas e, com o tempo
serão afetados da mesma forma.
“A situação na China não é muito
diferente e o governo também vem
adotando medida para obrigar as
fábricas a investir em tratamento
de efluentes, redução de emissões
gasosas, redução de resíduos sóli-
dos, tóxicos ou não. Veremos que
nos próximos anos os preços dos
pigmentos serão afetados de forma
significativa, esse é um caminho sem
volta. A consequência, entretanto,
será benéfica, pois irá equalizar as
condições competitivas dos diversos
players envolvidos, aumentando a
oferta de produtos de maior quali-
dade e ambientalmente adequados”,
prevê Heise, da Forscher.
Silvia, da ColorNet, também afirma
que recentemente, e felizmente, os
governos da Índia e da China estão
aplicando uma fiscalização mais dura
frente aos fabricantes de pigmentos,
para enquadrá-los nas normas am-
bientais internacionais. “Este endu-
recimento provocou fechamentos e
interdições de muitas fábricas que não
cumpriram o prometido ao governo,
o que realmente criou desabasteci-
mento e aumento de preços. Somente
as empresas da China e Índia que
cumprirem seriamente as exigências
ambientais e atenderem os compro-
missos com seus clientes irão sobre-
viver. Menciono o exemplo de nossa
representada, a Meghmani, da Índia,
uma das maiores fabricantes mun-
diais de azul e verde ftalocianina. Após