Revista Paint & Pintura - Edição 235

PIGMENTOS ORGÂNICOS 24 | PAINT&PINTURA | Agosto 2018 o mercado está enfrentando. Dizem por aí que estamos vivendo tempos interessantes, mas isso está se tornando interessante demais. Os problemas de abastecimento de produtos da China continuam e nossa previsão é de que esse processo de ‘limpeza’ irá demorar, no mínimo, dois anos. Quando estiver finalizado, poucos e grandes produtores de pigmentos e intermediários serão muito mais confiáveis do ponto de vista ambiental. Espera-se o mesmo para outros setores da indústria química. A China e a Índia, emmenor proporção, estão sobre grande pres- são para reduzir emissões contendo produtos potencial- mente perigosos à saúde humana. Imposições estão em andamento para todas as indústrias químicas e isso está provocando reflexos no mercado, tanto em disponibili- dade, como em preços. Isso é válido para praticamente todos os fabricantes de pigmentos na China e Índia.” Heise ainda conta que uma das maiores fabricantes do mundo teve sua produção paralisada por três semanas em maio e três semanas em junho em função de audito- rias ambientais. “Nossos fornecedores mais importantes estão livres desse problema, pois já possuem tratamento de efluentes dentro de padrões que superam as exigên- cias governamentais, tanto na China (Cinic andHifichem), como na Índia (Heubach). A única certeza que temos no momento é a incerteza de quando as auditorias governamentais irão ocorrer. As indústrias da região de Jiangsu estão entre as que sofrerão asmaiores restrições ambientais na China, e devemos ter atenção especial com os fornecedores dessa região. Agora, as novidades é que a Índia está passando por dificuldades com fornecimento de matérias-primas, pois são dependentes de produtos chaves, como o 4B/2B para a produção de vermelhos e intermediários usados em um amplo número de color indexes. Adicionalmente, o governo da Índia está ado- tando altos padrões de emissão de efluentes emGujarat, onde grande número de fabricantes de intermediários e pigmentos estão localizados. A Índia também está atravessando uma fase de problemas climáticos, com falta de água e agora, inundações devido ao período de monções.” A Forscher, primeiramente, recomenda aos seus clientes que tenhamumplano alternativo compigmentos de alta performance. “Isto porque os preços estão muito com- petitivos e estáveis, e se espera que alguns pigmentos te- nham seus preços significativamente alterados”, alerta Heise. Marcelo Amaral Leite de Macedo, diretor comercial da Sinte- química, avalia que este setor ainda conta com uma evolução mais leve do que a vista em países de primeiro mundo. “Mes- mo assim, a cada ano, com mais e mais regulamentações e normas banindo metais pesados de formulações de tintas, e commais indústrias conscientes da necessidade da migração para pigmentos orgânicos esta demanda vem subindo. É um caminho sem volta. Já quanto aos desafios, são cada vez me- nores. Aliás, o obstáculo que existe é para os fabricantes de pigmentos inorgânicos à base de cromatos e molibdatos de chumbo. Mas quemainda pretende utilizá-los? Por outro lado, para cores pastel ainda se utiliza largamente pigmentos à base de óxido de ferro. Cada vez mais, a tentação do custo mais baixo de produtos que agridema saúde e omeio ambiente será superada por normas regulamentares que banirão seu uso.” O mercado de pigmentos orgânicos no Brasil está passando por mudanças significativas, mais do que outras áreas, à me- dida em que o mercado se adapta às alterações econômicas e sociais, informaMichael Venturini, diretor demarketing global de revestimentos da Sun Chemical Performance Pigments. “Há oportunidades para empresas, como a Sun Chemical, para inovar e responder às alterações sociais e melhorar len- tamente a economia para expandir seus negócios. A inovação é a chave para o crescimento e o sucesso no mercado global de pigmentos, e temos observado adesão às nossas novas tecnologias no Brasil.” Até um tempo atrás, o desejo era apenas a troca de pigmentos commetais (inorgânicos) pesados por orgânicos, hoje existem muitas novas exigências técnicas associadas a uma competiti- vidade grande, revela Gilberto Amarante, suporte técnico da Transcor. “Algumas classes de pigmentos orgânicos de alta resistência estão ganhando mais participação no mercado pelo custo-benefício. Alémdisso, nosso segmento enfrenta as mesmas dificuldades de outros setores, como a insegurança política e as inúmeras exigências que o governo impõe para os empresários (altas taxas/custos, transporte, insegurança etc.). As grandes construtoras estão comnúmero reduzido de obras e, consequentemente, reduzindo a quantidade de tinta comprada. Por outro lado, temos os fabricantes de pigmentos que estão com dificuldades de adquirir matérias-primas em vários casos justamente por problemas ambientais, elevando muito o custo do produto final, devido ao grande número de protocolos que devem atender para produzir.”

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