Revista Paint & Pintura - Edição 243

ARTIGO 12 | PAINT&PINTURA | Maio 2019 U Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates Francisco Rácz, da Rácz, Yamaga & Associates Por Francisco Rácz e Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates Existe por parte indústria de tintas e sua cadeia de fornecimento um certo grau de otimismo desconfortável, às vezes oscilantes e até vacilan- tes, indicando que a retomada pode salvar o país, mas ainda seria lenta e incompatível com a necessidade de recuperarmos os 10 anos perdidos em cinco anos, como foi discutido nos painéis de CEO’s da indústria de tintas durante os Fóruns da Paint & Pintura, em Recife, nos dia 14 e 15 de março 2019, e em Joinville, no dia 11 de abril. Na percepção geral e de curto prazo, a retomada do mercado depende da agenda de privatização e da reforma previdenciária. Mas estaríamos longe de retomarmos o desenvolvimento para nos tornarmos competitivos globalmente. A indústria de transforma- ção em geral e de tintas em particular, até por ser um segmento maduro, tem que agir rápido. Conforme os dados preparados pela RY &Associates, o Brasil na área de tintas, dentro dessas premissas, so- mente supera o volume de 2013 em2023 commodesto crescimento médio anual (CAGR) em cerca de 3,9%, pequeno para um destaque no mercado global de tintas como atrativo/competitivo para investimento. As previsões indicam que chegaremos ao 6,3 bilhões de USD em 2023. ACELERAR A AGENDA DA INOVAÇÃO Obviamente, tintas têm um largo espectro de aplica- ções e, como tal, o seu consumo depende e é impac- tado por uma série de fatores, onde estas tintas são utilizadas. Quando há referência à retomada, segmen- tos como infraestrutura, construção, automotivo, agronegócios, transportes e outros são considerados os drivers a seremobservados como impulsionadores da retomada, mas sempre se pode questionar a distân- cia que estaremos dos novosmercados para tintas, no sentidode qualidade, produtividade e competitividade global, se quisermos ambicionar que nossas tintas pintem uma diversidade de substratos. MUDAR É PRECISO! A indústria de tintas no Brasil precisa e está avançando na digitalização dos processos de cores, tanto nas medições de cores nos pontos de vendas, como nos processos de manufatura para atingir consistência de qualidade e ganhos de produtividade. O segmento avança a passos largos na introdução de funcionalidadesmais avançadas e inteligentes, como desempenho anticorrosivos, microbiais, sensores de corrosão e pintura em substratos nunca antes pintados. Ambicionar outros mercados, além dos domésticos, surge como estratégia mandatória para o sucesso do crescimento. A RY identificou potencial de criação de valor na área de novas tecno- logias para a indústria no Brasil na ordem de 400 milhões de dólares/ ano, contribuindo decisivamente para se atingir o nível acima de 6 bilhões de dólares até 2023 no mercado total de tintas. É tempo de acelerar uma agenda tecnológica e de regulação para proteger a criação de valor. Para isto acontecer, é preciso que come- cemos já para não perdermos a competitividade e se ter o risco de uma indústria de tintas sucateada. A ARTE DA CONVENIÊNCIA A indústria de tintas, por muitas vezes criticada por falta de consistên- cia nas informações de desempenho de produtos, tem acelerado sua agenda de regulações, corrigindo os desvios pelo fato que a ausência

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