Revista Paint & Pintura - Edição 246

PIGMENTOS ORGÂNICOS PAINT&PINTURA | Agosto 2019 | 21 oriundas da China. Diversos color index serão afetados impactandodiretamente a oferta de produtos. Já estamos traba- lhando paraminimizar aomáximo estes impactos para os nossos clientes, apre- sentando alternativas possíveis sempre que necessário.” Na opinião de Marcos Raicher, diretor da Colornet, haverá uma retomada de crescimento no segundo semestre e o fundamental é trabalhar fortemente no planejamento de importações e no balanceamento dos estoques, atenden- do os clientes nos prazos acordados. “Os graves acidentes nas fábricas de pigmentos e matérias-primas ocorridos este ano na China, tornam nossa tarefa mais desafiadora, inclusive, ainda há dúvidas sobre o futuro da fabricação de alguns pigmentos que poderão desapa- recer do mercado.” Luis Merino, diretor superintendente da Dynatech, explica que, quando apa- receram as indústrias asiáticas, princi- palmente fabricantes de pigmentos e corantes, muitas empresas brasileiras fecharam, pois a fabricação lá fora era muito mais barata. “Hoje, a China está numa guerra ambiental emalguns tipos de indústrias, como a de pigmentos e corantes, devido às águas residuais coloridas e contaminadas, nas quais é necessário realizar um bom tratamento de efluentes, o que custa muito caro, devido à quantidade de água utilizada nesse processo. Dessa maneira, os ajus- tes ambientais na China ocasionaram elevação dos preços desses produtos e atéa faltadealgunspigmentosorgânicos no mercado brasileiro, o que foi muito favorável para nós. Foi a partir disso que avaliamos e vimos que era totalmente viável iniciarmos a fabricação desse tipo de produto de forma competitiva.” Já Harry Heise, diretor da Forscher, afirma que na verdade, a recessão dos negócios não foi o principal desafio para agestão. “A incertezade abastecimento, a flutuação nos preços dos pigmentos quase que diária na origem, a flutuação cambial constante, entre outros proble- mas, na sua soma, é que impactaram significativamente os negócios. Nossa expectativapara 2019édeumcrescimen- to de 10% no faturamento, considerando que estrategicamente, a Forscher não está mais revendendo pigmentos clássi- cos, operando somente na modalidade indent. Por outro lado, os pigmentos de melhor performance, nosso principal foco, estão mostrando um crescimento no primeiro semestre de 90% em rela- ção ao ano anterior. Nossa entrada no segmento de aditivos UV para tintas tambémmostrouumcrescimentomuito expressivo. Dependendodas aprovações das medidas econômicas do governo, também já considerando o acordo do Mercosul com a comunidade europeia, recémanunciado, o crescimento poderá ser substancialmente maior.” Heise ainda destaca que 2019 será um ano especial para todo o segmento industrial. “Ou saímos dessa recessão de décadas, ou iremos observar o fecha- mento de inúmeras empresas, não por problemas financeiros, mas por decisão estratégica de deixar opaís, emespecial, as indústrias multinacionais. Já temos um forte movimento de empresas em direção ao Uruguai e Paraguai e isso só tende a aumentar.” PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DO SETOR Atualmente, omercado de tintas precisa que os pigmentos orgânicos atuem de maneira eficiente em vários aspectos. “Este setor exige manutenção de qualidade, reprodutibilidade de cor, facilidade de incorporação ao sistema ao qual está sendo aplicado, que atenda as características químicas e físicas, sejam fáceis demanusear e trabalhar, alémde estar em conformidade com requisitos legais e ambientais aos quais o produto será aplicado. Além disso, o mercado de tintas busca por inovações e ofertas de cores a todomomento, logo a oferta de cores é um requisito importante. Quanto a performance dos produtos, o principais requisitos são: poder de tin- gimento, pois os pigmentos orgânicos possuem um poder de tingimento ele- vado, são superiores a grande maioria dos pigmentos inorgânicos, com isso, a tendência é utilizar uma baixa concen- tração de pigmento para se obter cores intensas e vivas. Também a diversidade de cores, pois existe uma grande varie- dade de tipos de pigmentos orgânicos, com isso, uma variedade muito grande de cores; e a saturação, porque os pig- mentos orgânicos são muito bons para formular cores intensas e vivas”, ressal- ta Fernando Rosa, da Aromat. Seguindo a tendência global, omercado brasileiro vem se adaptando a questão de produtos ecologicamente corretos e, consequentemente, a substituição de pigmentos que possuem metais pe- sados por pigmentos orgânicos, destaca Ana Amélia Peduto Horta, gerente de desenvolvimento de negócios - Quími- ca Industrial da MCassab. “Além disso, nossos clientes sempre estão em busca de produtos de alta performance com baixo custo e, com os pigmentos, essa máxima não é diferente. Os clientes buscam produtos de fácil dispersão e com alto poder de tingimento, além de manter o padrão de tonalidade que os clientes possuem como padrão.”

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