Revista Paint & Pintura - Edição 253

ARTIGO 8 | PAINT&PINTURA | Abril 2020 O Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates Francisco Rácz, da Rácz, Yamaga & Associates Por Francisco Rácz e Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates “OS CAMINHOS DO VALOR AGREGADO” Nos recentes fóruns da revista Paint & Pintura, emparticular, o realizado emmarço de 2020, em Fortaleza (CE), apresentamos os caminhos do valor agregado. Uma discussão sobre a necessidade da administração das margens de contribuição por meio da valorização da oferta de produtos e uma política de preços adequada. A repercussão desta discussão e as diversas conclu- sões nos painéis de executivos foram importantes contribuições e nosmotivama revisitar e compartilhar as experiências do setor nos próximos fóruns. PERSPECTIVA O mercado de tintas está em recuperação gradual de volume de consumo desde 2017, depois de passar por decréscimos substanciais de volume de vendas nos anos de 2014 a 2016. Vide gráfico na página ao lado. FIGURA 1: PIB E O MERCADO DE TINTAS - HISTÓRICO Durante a parte mais severa da crise, a indústria de tintas fez seu trabalho de administração dos recursos, obteve ganhos de produtividade e, como consequ- ência, sobreviveu. A indústria de tintas de origem nacional obteve uma evolução na participação de mercado total superior às chamadas empresas globais, na última década. O setor agora se prepara para uma nova onda de atua- lizaçãode tecnologias, novos ganhos de produtividade e reposicionamento de marcas. POLÍTICA DE PREÇOS Contudo, apesar da reação gradual domercado, o que se observa é que o repasse dos custos nos preços de venda tem sido muito conservador, para não dizer muito tímido. Os dados que serão apresentados tomam como base o histórico recente da indústria de tintas imobiliárias, pelo fato de ser o maior segmento do mercado e por se ter dados de preços de venda públicos. Mas a linha de argumentação pode ser facilmente estendida a outros segmentos. Por meio de empresa associada de pesquisa especializada, foram levantados dados de preços de vendas de produtos líderes em uma região do país nos últimos anos. Observou-se que os preços médios ao público de tintas imobiliárias, desta amostra, tiveram uma evolução de 13% entre março de 2017 à março de 2019, o que, aparentemente, é um bom índice acima da inflação do período. Contudo, se converter esses preços em dólares, já que a indústria nacional tem a maioria dos seus insumos importados ou com preços internacionalmente cotados, os preços médios tiveram um recuo de 8% em dólares. E é de conhecimento geral que as principais matérias-primas não tive- ram recuo similar nos seus preços internacionais, aliás, pelo contrário. Oexemplo tradicional é o preço base do dióxido de titânio, que evoluiu mais de 30% em dólares no mesmo período. Obviamente, muitos esforços têm sido feitos emmelhoria de produti- vidade e fornecedores alternativos, mas existe um limite e, portanto, alguma agressividade na política de preços deveria ser esperada. É muito preocupante: em ummercado finalmente crescente, a indús- tria perdeumargens por não conseguir aumentar os preços de vendas

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