Revista Paint & Pintura - Edição 255

PIGMENTOS ORGÂNICOS 18 | PAINT&PINTURA LUCÉLIA MONFARDINI SETOR APOSTA EM PRODUTOS DE QUALIDADE E COM CUSTO-BENEFÍCIO APESAR DOS DESAFIOS QUE O SETOR DE PIGMENTOS ORGÂNICOS VÊM ENFRENTANDO, DEVIDO À PANDEMIA E À CRISE ECONÔMICA QUE SE INSTALOU NO BRASIL, O MERCADO VEM REAGINDO E OFERECENDO CADA VEZ MAIS LINHAS DE PRODUTOS QUE ATENDAM AS NECESSIDADES DOS CLIENTES ode-se considerar que a pan- demia causou alguns impactos relevantes para o setor de tintas e vernizes. Oprimeiro fator de impacto foi o “lockdown” em alguns países impor- tantes no cenário de tintas e vernizes, afetando não só os pigmentos prontos, mas também as matérias-primas, cau- sando problemas de produção no Brasil. O segundo impacto foi a quarentena, quando inicialmente vários fabricantes de tintas paralisaramsuas produções de- vido à Covid-19. “Esses fatores acarreta- rama queda da demanda por pigmentos orgânicos. Adicionalmente, podemos esperar que o crescimento do mercado de tintas será de forma lenta e gradual, uma vez que tintas não são itens de pri- meira necessidade e grande parte dos consumidores diretamente afetados pela crise econômica provavelmente adiará o consumo do produto”, declara Thais Alves, gerente de marketing para América Latina da Clariant. P Para Harry Heise, CEO da Forscher, a pandemia está afetando de diversasma- neiras e, em tempos diferentes, o setor de pigmentos orgânicos. “Inicialmente, sofremos algum desabastecimento com o problema inicial na China. Portos fechados, fábricas produzindo com capacidade reduzida e muita incerteza. Os holofotes se viraram para a Índia, entretanto, lá também se iniciou um lo- ckdown e, novamente, desabastecimen- to geral de pigmentos, além de portos e fábricas fechadas. Recentemente, a China normalizou seu abastecimento, embora ainda persistam os problemas ambientais que sempre acabam impac- tando, seja numa matéria-prima ou na própria produção de pigmentos. A Índia está retomando agora suas operações, mas ainda produzindo bem abaixo da sua capacidade (ao redor de 30% de ocu- pação). Apesar de todas as dificuldades, diferentemente de outras oportunida- des, os preços semantiveramestáveis.” Heise ainda ressalta que a pandemia do Covid-19 serviu para mostrar a elevada dependência que os mercados têm de produtos fabricados na China e Índia, especialmente no que diz respeito à cadeia de suprimentos de pigmentos or- gânicos e inorgânicos. “A transferência maciça de fábricas da Europa eUSApara esses países, mostrou-se agora umsério problema. Acreditamos que haverá uma onda de retorno de fábricas para a Euro- pa e USA e, quemsabe, até para o Brasil. Nós deveríamos no mínimo, começar a avaliar a produção de matérias-primas básicas para exportação para produção de compostos pigmentos e corantes.” A crise econômica no Brasil é a única certeza que os empresários enfrentam, mas, sem dúvida nenhuma, ninguém estava preparado para uma crise dessa intensidade e tão duradoura, lamenta Heise. “Sem entrar no mérito da con- dução da crise, o fato é que muitas em- presas encerraram suas atividades por

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