Revista Paint & Pintura - Edição 255

ADITIVOS MINERAIS PAINT&PINTURA 45 mente, traria bons ventos para as indús- trias químicas de tintas e revestimentos. “Porém, a pandemia do coronavírus desencadeou diversas situações econô- micas desafiadoras, como a alta do Dó- lar, o que implica no custo dos insumos importados pelos fabricantes de tintas e de seus fornecedores; e a redução da atividade econômica, em decorrência da queda no consumo. Esses e outros desencadeamentos têm levado algumas empresas a tomar decisões difíceis para garantir a continuidade dos negócios. Neste sentido, entende-se que não é provável que o cenário econômico, que, apesar do otimismo, já era desafiador antes dessa pandemia, se mantenha no ritmo que era esperado para 2020 antes de toda essa situação. Acreditamos que a principal questão nestemomento está em focar na eficiência da empresa, não sóemaspectoprodutivo, como também na gestão financeira, tendo emvista que é importante o negócio estar preparado para uma retomada econômica.” Já Simone Braga Saraiva, coordenadora técnica de especialidades da Bandeiran- te Brazmo, destaca que a tendência é que com o aumento da taxa do Dólar, seus fornecedores produtos minerais que contribuam cada vez mais na per- formance de seus produtos. “Neste sentido, cada dia mais o cliente tem priorizado a busca de soluções de forma técnica e baseada em dados, inclusive posicionando esses requisitos como es- senciais nomomento da qualificação de fornecedores. Por isso, o fabricante de tintas queobtiver de seu fornecedor não só umaditivomineral de qualidade, mas um fornecimento com apoio técnico e logístico, certamente estará à frente no que tange a eficiência, qualidade e competitividade.” MERCADO Como temos acompanhado no noticiá- rio, as medidas restritivas de circulação de pessoas, principalmente nos grandes centros, não puderam evitar a redução do consumo em geral, o que não foi diferente para a construção civil como umtodo, salienta Daniela. “Diante disso, como nosso setor atende, principalmen- te o segmento de tintas imobiliárias, o fluxo de caixa e a liquidez estão entre as nossas maiores preocupações, haja vista que são temas delicados que, se não foremcuidados de forma prioritária, podem implicar de forma negativa na manutenção dos empregos, no controle de estoque e na continuidade das ativi- dades sem percalços. Por isso, como se trata de uma cadeia inteira, entendemos que todas essas dificuldades não têm se limitado ao setor de aditivosminerais, já que diversos clientes têm vivenciado as mesmas dificuldades.” Daniela ressalta ainda que, comas ações que o governo federal tem realizado em prol da economia como um todo, a construção civil, no geral, vislumbrava um 2020 promissor que, consequente- as matérias-primas nacionais tenham um leve crescimento comparado com os produtos importados. “Mas não devemos esperar grandes aumentos de volume, pois o ano como um todo será de baixos volumes. Acreditamos que o setor emgeral caminhará positivamente em meados de outubro deste ano.” Na opinião de Kensley Alves de Oliveira, diretor técnico-comercial da Lamil, o maior problema enfrentado pelas em- presas de aditivos minerais é o fluxo de caixa. “Como fechamento domercado, devido o Covid-19, os pedidos reduziram em 50%, mas os custos operacionais continuam os mesmos, afinal os funcio- nários temque receber seus salários e os fornecedores temque receber o que lhe é devido. A disponibilização de recursos financeiros foi até divulgada pelo go- verno, mas na prática isto não ocorreu. Assim, as empresas do setor mineral estão enfrentando o seu maior desafio: ‘como sobreviver sem dinheiro’”. Nesse momento de pandemia, a preo- cupação da Sumttex é com seus cola- boradores, terceiros e clientes. “Com isso, o ritmo de produção caiu para atendimento das normas de segurança durante esse período, mas continuamos atendendo todos os pedidos no prazo. Em relação a crise econômica, nossa empresa está bem estruturada finan- ceiramente, sem alavancagem junto a bancos. Nossa estrutura operacional é bem enxuta, portanto, mantivemos 100% do quadro de colaboradores. Acre- ditamos que nosso setor terá impacto negativo no crescimento, acompanhan- do a maioria dos setores brasileiros e o PIB do país, mas ao mesmo tempo, vemos como uma oportunidade, pois acreditamos que haverá necessidade de substituir matérias-primas importa- Fabio Santos, químico de laboratório da Adexim-Comexim

RkJQdWJsaXNoZXIy MTY1MzM=