Revista Paint & Pintura - Edição 255

ENTREVISTA PAINT&PINTURA | 7 e as boas práticas internacionais emnosso processo interno e no nosso dia a dia, como tambémdividir comesse pessoal dos outros países, o que temos feito. Estamosmuito focados nessa questão, sempre de olho na estratégia e na linha mestre de planejamento.Mas eu diria que oPSQ, a sustentabilidade, estar sempre atentos ao que acontece no mundo, além do evento Abrafati, tudo isso é muito importante. Temos uma questão institucional também importante que vemconstruindo pontes institucionais emtodas as frentes, as quais podemos de alguma maneira impulsionar o setor e é isso que vamos fazer emcurto prazo, para podermos passar esse período e,, logicamente, dar todoo crescimentoque o setor pode alcançar nessemomento. Na sua opinião, como o setor de tintas está reagindo aos fortes efeitos da pandemia, principalmente com a crise econômica? Marcos Allemann: Inegável dizer que é uma situação muito desafiadora não só para o nosso setor de tintas, mas para a economia em geral e, seguramente, o nosso setor também teve que se adaptar a essa situação. Fizemos umesforço enor- me no início de todo o problema para manter as atividades da indústria de tintas operando dentro da essencialidade do setor, para a linha de frente e até para a indústria de bens essenciais, e os revestimentos são fundamentais na cadeia produtiva como um todo. Isso foi efetivamente logrado e conseguimos. Alguns dos nossos segmentos sentirammais a crise, particularmente o negócio automobilístico, com a parada generalizada das montadoras comumperíodo bastante longo. Tambémno seg- mento de tintas decorativas e industriais, e ainda de repintura, que também foi afetado emmenor grau, mas sentiu os efeitos da queda inicial de demanda, mas já vem se recuperando de uma maneira mais robusta ao longo das últimas semanas ou meses. É lógico que o trabalho conjunto com o varejo, forne- cedores e com as demais entidades da cadeia de suprimentos da nossa indústria foi e continua sendo fundamental para que a gente consigamanter umnível de operaçãomínimo ao longo da pandemia e também para que alcancemos um patamar de recuperação bastante sólido e tão logo isso fique para trás. Seguramente, o setor e a indústria brasileira já passaram por outras crises, mas vamos superar mais essa. Quais são as principais ações da Abrafati para ajudar o setor de tintas a superar esse momento difícil? Luiz Cornacchioni: Um fator que foi fundamental e muito importante que aconteceu no início da crise da pandemia, em março, foi a conquista da essencialidade, ou seja, a tinta passou a ser uma questão essencial, até o próprio decreto do governo que saiu do Ministério da Economia e da Secretária Especial, colocando a tinta como essencial, isso nos ajudoumuito e deu uma outra forma de enfrentar o primeiromomento que estava se iniciando com toda essa crise. Fizemos várias ações, uma delas foi a questão da essencialida- de, como o Marcos já pontuou muito bem. E qual foi o drive que isso trouxe de importante para nós? Realizamos algumas coisas pontuais, temos uma preocupação muito forte com a questãodos pintores, pois eles são a porta de entrada donosso produto. Sabíamos da importância de fazermos algumas coi- sas até para proteger e ajudar os pintores naquele momento. Temos várias ações neste sentindo, mas vou citar duas que são mais emblemáticas, como o “Pintar o Bem” e o “Cores Solidárias”, que são açõesmuito importantes e que trouxeram um conforto para os pintores nesse momento mais difícil. Se olharmos no ponto de vista mais local, nossas indústrias fize- ramvárias ações mais focadas na região e nas comunidades que elasestão, comproduçãodeálcool gel, fornecimentode insumos para hospitais, ou seja, houve uma série de ações nesse sentido. E um ponto que acho muito importante e que o Marcos falou muito bem é que chegamos muito mais próximos ao varejo. Sempre tivemos próximos, mas agora nos aproximamos ainda mais de outras entidades, principalmente do varejo, como materiais de construção, revendas de tintas, da Artesp, Anamaco, Abramat, enfim, estamos muito próximos de todos eles, pois logicamente o varejo é de onde sai o nosso produto, então, quantomais ações conjuntas emprol de toda a cadeia, melhores serão os resultados. Estamos com várias ações e, inclusive, ainda conduzindo vá- rias delas no sentido de tentarmos passar da melhor maneira possível esse momento. Mas demos muito foco aos pintores e continuamos dando uma atenção muito especial, para que logicamente possamos proporcionar a essa categoria o máxi- mo possível de ajuda para esse momento, que se Deus quiser, em breve, vamos superar. A Abrafati considera válido obter alguma redução de custo nas importações demaneira temporária para facilitar a retomada? Marcos Allemann: Acreditamos que reduções de custo em geral são fundamentais nesse momento e, também, para a produtividade do setor como um todo. Particularmente, no que diz respeito a desoneração e alíquotas de importação, acreditamos que seja uma iniciativa muito válida, inclusive estamos trabalhando nisso em nossas ações governamentais para não apenas uma redução temporária, mas buscando efetivamente reduções definitivas para produtos importados, semsimilar nacional, ou emque a indústria nacional não atenda nossa necessidade no setor. Então, seguramente, essas ações são prioridade na nossa agenda e especialmente agora no enfretamento da pandemia. O Luiz mencionou que fizemos revisitação do nosso plano estratégico não para mudar a es- tratégia, mas, sim, para reposicionar estaticamente algumas iniciativas e uma delas é obviamente ter uma atuação mais concreta nesse sentido.

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