Revista Paint & Pintura - Edição 258

ENTREVISTA 6 | PAINT&PINTURA LUCÉLIA MONFARDINI A TV Paint &Pintura publicou uma entrevistamuito especial realizada com o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, que trouxe à tona importantes informações sobre o cenário atual do setor químico em geral. Entre os assuntosmais comentados, Marino abordou a disponibilida- de de matérias-primas, demanda, oferta, precificação e falou sobre o seu otimismo com relação ao ano de 2020 e sua preocupação com o que virá em 2021. “A indústria química está na base de toda uma cadeia produtiva, principalmente na área de tintas e vernizes, então é muito bom termos essa conversa agora para poder esclarecer alguns pontos que, talvez, ainda não estejam muito perceptíveis ou claros para as pessoas”, comenta Marino. Confira abaixo a entrevista, que também pode ser vista por meio do YouTube, no canal da TV Paint Pintura. Com toda essa crise que o Brasil e o mundo vêm enfrentando, devido à pandemia, as indústrias têm passado por diversas dificuldades. Como anda a oferta de matérias-primas e aumento dos preços no setor químico brasileiro? Primeiro, sempre que vamos explicar o momento atual precisamos voltar umpoucoohistórico. As empresas vinhamcomcertootimismo no ano de 2020, quando fomos surpreendidos pela pandemia. Então, por volta de fevereiro e março as coisas começaram a se retrair, o mundo inteiro se retraiu e, praticamente, abril foi o pior mês do ano. Mas já começamos a sentir uma recuperação emmaio e junho. Para a indústria química de base, os meses de julho, agosto e setembro foram muito bons. Só para se ter uma ideia, quando falamos em termos de volume de vendas, os números de janeiro a agosto deste ano, comparados comomesmo período do ano passado, a indústria química cresceu 8% emvolume, ou seja, apesar dosmesesmuito ruins que passamos, os volumes cresceram fortemente. Mas aí é preciso colocar em conta que é um cenário bem amplo e que, agora, vou entrar em detalhes. OS NOVOS RUMOS DO SETOR QUÍMICO CIRO MARINO, PRESIDENTE-EXECUTIVO DA ABIQUIM, DESTACA AS PRINCIPAIS DIFICULDADES OCORRIDAS NESTE ANO, COMO A DISPONIBILIDADE DE MATÉRIAS-PRIMAS, DEMANDA, OFERTA, PRECIFICAÇÃO E O QUE SE ESPERA DE RESULTADOS PARA ESTE E O PRÓXIMO ANO Ciro Marino, presidente-executivo da Abiquim O que aconteceu durante a crise, principalmente entre os meses de abril e maio, forammuitas incertezas, difi- culdades domercado, emgeral, que ficou parado, prin- cipalmente o consumidor final (a indústria química está a um passo antes do consumidor final), mas sentimos que todas as empresas, de forma geral, tiveram muita dificuldade com relação ao capital de giro. Então, o primeiromomentoquando se temdificuldadede capital de giro, mesmo em negócios incipientes/pequenos, a tendência é utilizar o estoque, seja de matérias-primas ou de produto acabado, para fazer a gestão do capital de giro de forma adequada. Isso veio acontecendo em março, abril e, em algumas empresas, ainda seguiu por maio e junho. De repente, em julho, recomeçaram as atividades de umamaneira razoavelmente intensa na in- dústria química e emsuas cadeias adjacentes. Podemos imaginar que temos a indústria química, depois temos outra empresa química que faz alguma transformação,

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