Revista Paint & Pintura - Edição 260

TINTAS DE IMPRESSÃO PAINT&PINTURA | 53 Desde o primeiro trimestre de 2020, o setor de tintas e vernizes para impressão enfrenta incertezas emumnível inédito. A pandemia trouxe novos desafios para a indústria de tintas de impressão, ver- nizes de sobreimpressão e vernizes de acabamento. No primeiro momento, houve uma previsão generalizada de queda de demanda, que levou muitos produto- res de matérias-primas essenciais para essas tintas e vernizes a reduzir drasti- camente a oferta. Juntamente com isso, ocorreram interrupções ou diminuições substanciais da produção em algumas plantas ao redor domundo, provocadas por problemas técnicos e operacionais, assim como por paradas para manuten- ção e até por fatores climáticos. “Foi o caso, por exemplo, dos pigmentos, assim como de produtos como o acrila- to de butila, o ácido acrílico, as resinas termoplásticas, as resinas epóxi, os polipropilenoglicóis, os óleos vegetais e minerais, os monômeros e oligômeros base para vernizes UV, entre outros”, explica Andréa Rosso Baladi, presidente da Abitim - Associação Brasileira das Indústrias de Tintas para Impressão. O mesmo ocorreu com as embalagens de aço, plástico e papelão, que vivenciaram um desequilíbrio entre oferta e deman- da que provocou escassez de produto e aumentos expressivos nos custos. O CENÁRIO É DESAFIADOR PARA A INDÚSTRIA DE TINTAS DE IMPRESSÃO MESMO ENFRENTANDO AUMENTOS DE CUSTOS DE MATÉRIAS- PRIMAS, EMBALAGENS E FRETES, SETOR MANTÉM COMPROMISSO DE ATENDER OS CLIENTES Andréa Rosso Baladi, presidente da Abitim - Associação Brasileira das Indústrias de Tintas para Impressão “A demanda pelos produtos do nosso setor foi pouco afetada nesse primeiro momento da pandemia - especialmente graças ao fornecimento à indústria de alimentos. Porém, na sequência, como ocorreu com outras indústrias que utili- zam as mesmas matérias-primas, viven- ciamos a rápida e imprevista retomada de parte das atividades econômicas, iniciada com o reaquecimento da eco- nomia chinesa”, afirma Andréa. “Essa mudança no ritmo das atividades fez com que os preços de commodities se elevassem significativamente no mer- cado internacional, acima de 50% em muitos casos, o que teve forte impacto para nós”. No Brasil, onde a demanda também voltou a níveis próximos do normal, essa situação foi agravada pela forte desvalorização cambial: a alta do dólar no ano foi de 29,3%. Os problemas logísticos também causa- ram dificuldades: a pandemia impactou as atividades portuárias e as operações de transporte em geral, levando a congestionamentos em portos, falta de contêineres e escassez de mão de obra especializada. Os resultados são atrasos nas remessas e aumentos nos preços dos fretes marítimos - o que é extremamente danoso para setores como o de tintas de impressão, que de- pendem, em grande parte, de produtos importados. Por exemplo, no caso de importações vindas da Ásia, os valores de fretes chegam hoje a ser três vezes maiores do que em2019. Para completar o quadro, no transporte rodoviário há ameaças de paralisações e de aumentos de fretes, em função dos reajustes nos combustíveis. “A situação é desafiadora. No entanto, nossa indústria permanece forte e conti- nuará produzindo e atendendo aos nos- sos clientes. Estamos atentos a possíveis problemas pontuais de abastecimento e a outros impactos ao setor”, assegura a presidente da Abitim. “A situação é desafiadora. No entanto, nossa indústria permanece forte e continuará produzindo e atendendo aos nossos clientes. Estamos atentos a possíveis problemas pontuais de abastecimento e a outros impactos ao setor”

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