Revista Paint & Pintura - Edição 267

DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS - COMMODITIES 16 | PAINT&PINTURA nidades interessantes para o setor de tintas (matérias-primas). Estima-se que o mercado de tintas crescerá 14% em 2022 (versus 2020), segundo declaração durante o Fórum Paint & Paint.” Pode-se considerar que o primeiro semestre de 2021 foi muito desafiador quando se fala sobre efeitos e conse- quências da pandemia, e desiquilíbrio da cadeia global de produtos químicos, causando a indisponibilidade de produ- tos, atrasos em importações, aumento de preços e fretes, principalmente vindos da Ásia, ressalta Paula Hattori, gerente comercial e desenvolvimento da Midland. “Os problemas ambientais, energéticos e consequências da pan- demia, principalmente na China, estão afetando diretamente toda a cadeia mundial causando um desiquilíbrio no abastecimento também em outras regiões. Consequentemente, a menor disponibilidade de produto no mercado faz comque os preços disparem. Portos temporariamente fechados na China tambémafetaramomercado global cau- sando atrasos nas importações devido a indisponibilidade de espaços em navios e descontrole emrelação a disponibilida- de de contêineres em outras regiões do mundo. Acreditamos que estes desafios ainda se perdurem até meados de 2022. Mesmo diante de todos estes desafios, continuaremos trabalhando fortemente no planejamento de nossas compras e importações para impactar o mínimo possível nossos clientes.” Demaneira geral, a quantiQ iniciou o ano de 2021 otimista, conta Felipe Picinini, head da business Unit de Tintas, Adesi- vos e Construção Civil da quantiQ. “En- tretanto, a permanência da pandemia, a alta do dólar, aumento generalizado de custo de diversas matérias-primas, dificuldades logísticas e, principalmente, a chegada da segunda onda do Covid-19 exerceram impacto em todos os setores da indústria, incluindo a distribuição de produtos químicos. Oprimeiro semestre de 2021 teve como ponto principal um aumento da demanda nos meses de janeiro amarço, reflexo do otimismo do final de 2020 e uma demanda reprimida. Com a retomada dos casos de Covid-19, restrição de visita e lockdown emalguns estados, a demanda foi impactada e o reflexo disso foi um segundo trimestre ligeiramente abaixo das expectativas. Entretanto, demaneira geral, o primeiro semestre atendeu às expectativas traça- das em 2020. Para o segundo semestre deste ano, a expectativa é aindamaior e a nossa expectativa é de umfinal de ano semelhante ao que ocorreu em 2020.” Apesar das inevitáveis incertezas produ- zidas pela pandemia, a indústria mostra sinais de recuperação, acrescenta Picini- ni. “Porém, vem enfrentando diversos desafios relacionados com a necessida- de de aperfeiçoamento do modelo de produção para acomodação do modelo de trabalho híbrido, além da escassez e aumento dos custos de matéria-prima em toda a cadeia produtiva. A alta nos preços de commodities como petróleo, gás natural e carvão, aliado a crise ener- gética da China, afetará diretamente a in- dústria química brasileira. Outros fatores que também impactam o setor químico são a combinação do aumento do dólar e o preço das commodities. Hoje, cerca demetade do fornecimento de insumos vem da importação e boa parte vem da China, cerca de 50% da demanda da indústria química brasileira é importada e boa parte disso vem da China.” Considerando os produtos químicos - commodities - comercializados pela Vi- bra, emespecial os solventes, o primeiro semestre de 2021 foi de crescimento se comparado ao mesmo período do ano anterior, o qual foi o mais impactado pela pandemia do Covid-19, informa Thalles Baraky Tavares, gerente de pro- dutos químicos. “O crescimento deve-se ao processo de recuperação do setor industrial que, apesar do encolhimento observado nos últimosmeses, acumulou alta no ano. Além disso, os produtos que também são destinados ao setor agro impulsionaram o segmento de distribuição de solventes. Para o fim de 2021 e 2022 é esperado um discreto aumento da atividade de distribuição puxado pela evolução da vacinação e enfraquecimento da pandemia, mas ar- refecidopelas crises hídrica e energética, incertezas no cenário político nacional e pelo baixo crescimento de PIB previsto para o próximo ano.” Tavares ainda destaca que omercado de commodities temenfrentado um impor- tante ciclo de alta de preços em virtude da influência do mercado internacional, da desvalorização do Real perante a moeda americana e eventuais desca- samentos de oferta e demanda. “Além disso, a logísticamarítima vempassando por um gargalo sem precedentes, com baixa disponibilidade de embarcações, contêineres marítimos e embalagens, o que temcontribuído para a elevação dos custos. Outro fator que tem impactado muito o setor é elevação do custo dos fretes impulsionada pelos recorrentes reajustes de preço de combustível.” Para a Bandeirante Brazmo, o primeiro semestre de 2021 também foi desafia- dor, pois teve uma leve retração em meses específicos, como forte reajuste de preços demandados por falta de produtos, dificuldade nos fretes, falta de embalagens e paradas de fábricas em todo o mundo, conta Oscar Deva- nei de Abreu, gerencia fabril. “Nossa expectativa para o final do 2º semestre é a continuidade da falta de produtos químicos que envolvem importação e/ou matérias-primas para produção em terri- tório nacional, porémuma preocupação maior que percebemos é a redução de demanda devido a redução do poder aquisitivo do cidadão brasileiro que impacta diretamente no giro econômico

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