Revista Paint & Pintura - Edição 268

ARTIGO 6 | PAINT&PINTURA Em 2021, a indústria de tintas teve um resultado extremamente positivo em termos de vendas, comexpansãomuito acima do que vinha sendo a tônica nos últimos anos. Os números ainda estão sendo fechados, mas já sabemos que o percentual de crescimento será pelo menos o dobro do que tivemos no ano anterior. Com isso, na comparação com 2020, neste ano terão sido colocados no mercado bem mais do que 100 milhões de litros adicionais, entre tintas imobiliá- rias, automotivas originais, de repintura automotiva e para a indústria em geral. Esse ótimo desempenho não significa que tivemos um céu de brigadeiro no ano. Pelo contrário, o conjunto de desafios enfrentados foi imenso, a começar pela própria pandemia - que gerou variados impactos ao setor e o obrigou a ter grandes doses de resiliên- cia, criatividade e cooperação. A forte DESAFIOS E OPORTUNIDADES DE 2022 Por Luiz Cornacchioni, presidente-executivo da Abrafati - Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas e vice-presidente da LatinPin (Federação Latino-Americana de Associações de Técnicos e Fabricantes de Tintas) desvalorização do real diante do dólar, em um setor que importa boa parte de suas matérias-primas, foi outro ponto crítico. O mesmo vale para a desorga- nização da cadeia logística global, que teve como consequências a escassez e o aumento de preços de vários insumos, alémde umcustomuitomaior dos fretes marítimos. A lista é longa e envolve ainda temas como as incertezas no campo energético, as instabilidades políticas, a desconfiança internacional em relação ao Brasil, a inflação e os juros em alta. E 2022, COMO SERÁ? Essa é a pergunta que está na ponta da língua de todos os players do setor. Sabemos que é praticamente impos- sível repetir o desempenho de 2021, mesmo porque as previsões para o crescimento da economia no próximo ano são menos animadoras, existindo uma convergência de opiniões de que o percentual deverá ficar entre 0,5% e 1,5%. Todos concordam que os desafios e obstáculos serão complexos e, em alguns casos, agravados pelo fato de que é um ano eleitoral. No entanto, no setor de tintas, a ex- pectativa é mais favorável. Não há um otimismo exagerado ou irrealista, mas, de maneira geral, vemos um otimismo cauteloso. No Fórum Abrafati da Indús- tria de Tintas, realizado no último dia 10 de novembro, isso ficou evidente nas considerações feitas pelos executivos de importantes fabricantes. Parece ser um consenso o fato de que a tendência de cuidar da casa e de inves- tir em melhorias nela - impulsionada a partir do isolamento social - veio para ficar, o que deve manter aquecidas as vendas de tintas imobiliárias. Em função disso, também é possível esperar bons resultados para alguns segmentos das tintas para a indústria, destinadas a bens de consumo que se conectam com essa tendência (como os eletroportáteis, os equipamentos da linha branca e os móveis, por exemplo). A força crescente do agronegócio - que tem levado expressivo crescimento ao Centro-Oeste, ao interior de estados como São Paulo e Paraná, à região do Matopiba e a outras localidades na área não litorânea do país - é outro fator po- sitivo, pois nessas regiões a economia está em ritmo significativamente mais forte do que a média brasileira. Há também uma expectativa favorável coma retomada do turismo interno, que já se iniciou, impulsionando investimen- tos em reformas, melhorias e novas ins- “Em 2021, a indústria de tintas teve um resultado extremamente positivo em termos de vendas, com expansão muito acima do que vinha sendo a tônica nos últimos anos. Os números ainda estão sendo fechados, mas já sabemos que o percentual de crescimento será pelo menos o dobro do que tivemos no ano anterior. “ “Parece ser um consenso o fato de que a tendência de cuidar da casa e de investir em melhorias nela - impulsionada a partir do isolamento social - veio para ficar, o que deve manter aquecidas as vendas de tintas imobiliárias.”

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