Revista Paint & Pintura - Edição 276

SOLVENTES HIDROCARBÔNICOS E OXIGENADOS PAINT&PINTURA | 49 O mercado de solventes tem evoluído muito nos últimos anos, acompanhan- do a forte tendência pela busca por desenvolvimentos mais amigos do meio ambiente e sustentáveis, ou seja, produtos mais seguros e que agregam alta performance às tintas. Por isso, o mercado está em frequente expansão e aquecido seguindo as novas tendências. “A nossa expectativa é de que este ce- nário permaneça. A indústria de tintas continua mostrando sua resiliência, entregando bons resultados para toda a cadeia de produção de matérias-primas e de fabricação de tintas. Especificamen- te, sobre o desempenho dos principais segmentos para o mercado de solven- tes, trabalhamos para oferecer aos nossos clientes soluções diferenciadas e alinhadas aos movimentos do mer- cado. Manteremos o nosso objetivo de atuar próximos aos nossos clientes no desenvolvimento de produtos com alto valor agregado e de forma ágil, a fim de atender uma demanda futura que tende a ser aindamais voltada a produtosmais eficientes, com maior custo-benefício”, destaca Jaqueline Venancio, pesquisado- ra TS&D coatings da Oxiteno. Nesta constante, as empresas vêm tra- balhando em novos desenvolvimentos que trazem inovação ao setor de sol- ventes hidrocarbônicos e oxigenados. “Estamos percebendo que há uma demanda crescente por avanços tecno- lógicos adequados às necessidades e características locais. Abusca por produ- tos de melhor qualidade é perceptível, além da garantia por uma performance superior, ou seja, produtos que tenham durabilidade, cobertura e fácil aplicação, reduzindo impactos ao meio ambiente. Nosso portfólio de solventes é pauta- do no desenvolvimento de produtos capazes de atender às necessidades das mais diversas tecnologias de tintas entregando alto desempenho técnico e ambiental. Conseguimos aliar per- formance superior e sustentabilidade, utilizandomatérias-primas provenientes de fonte renovável, reduzindo a emissão de carbono, alémde gerar produtos com perfil toxicológico mais amigável, ou seja, formulações de baixa toxicidade, commenor impacto em rotulagemGHS (Global Harmonized System), mantendo alto desempenho e competitividade, au- xiliando nossos clientes na formulação e reformulação de tintas e revestimentos. Há uma busca por produtos que promo- vam além da decoração, a proteção da superfície em si, conferindo assimmaior durabilidade, tanto para a própria tinta, quanto para as superfícies que recebem os revestimentos, aumentando desta forma a vida útil dos materiais. Além da crescente demanda por análise de ciclo de vida, processo fundamental para a viabilização de formulaçõesmais susten- táveis”, divulga Jaqueline, da Oxiteno. Em geral, o mercado de tintas está demandando formulações com tecno- logias mais seguras, que ofereçam um melhor perfil toxicológico e que gerem menos VOC (compostos orgânicos vo- láteis) e CO2, pois a poluição do ar e a segurança são desafios atuais, afirma Natalia Hernandez, gerente de marke- ting de Industrial Solutions para a Dow na América Latina. “Para formulações de revestimentos à base de solvente, a Dow fornece solventes com baixa toxi- cidade, que são considerados não HAPs (poluentes atmosféricos perigosos), de acordo com a EPA (Environmental Protection Agency), e com baixo teor de VOC, semdeixar de lado o alto poder da solubilidade. Essas tendências estão acelerando àmedida quemais empresas se unempara trabalhar em torno da sus- tentabilidade, buscando, por exemplo, a substituição de solventes aromáticos por produtos mais seguros. Além dis- so, a inclusão de regulamentos sobre conteúdo de VOC e o aumento do ‘Do it Yourself’, ou seja, ‘Faça Você Mesmo’, aumentam a necessidade de melhores experiências de aplicação e bem-estar.” O CENÁRIO DO SETOR A realidade de cada um dos mercados de tintas tem sido diferente ao longo destes primeiros meses do ano. “Na classe de solventes hidrocarbônicos, tin- tas e thinners são o principal segmento, representando cerca de 60% do volume comercializado. Na linha de tintas deco- rativas observamos um arrefecimento de demanda ao longo dos meses, já as linhas de tintas automotivas e industriais têm mostrado uma resiliência maior no consumo. Em outros segmentos importantes para a linha de solventes, como adesivos e agroquímicos, temos tido um ano com demanda superior ao ano de 2021. Para o segundo semestre a expectativa é positiva, com a sazona- lidade tradicional do segmento de tintas e pelos efeitos de impulso de consumo com o aumento do Auxílio Brasil e pacote de benefícios de governo. Vale destacar queo cenáriomacroeconômico de alta de inflação e juros ainda impõe desafios para este e para o próximo ano, principalmente pela redução do poder de compra e acesso a crédito”, prevê Renato Pellicci, gerente de estratégia e desenvolvimento de Negócios de Sol- ventes da Braskem. Na opinião deNatalia, da Dow, a procura de solventes durante o primeiro semes- tre deste ano, em comparação com 2021, começou um pouco lentamente nas aplicações de revestimentos, devido a fatores como a inflação, a incerteza econômica global e os desafios que a indústria automotiva tem sofrido, de- vido à falta de semicondutores, que foi ainda mais afetada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “Por outro lado, assistimos um crescimento contínuo na procura de solventes para a impressão de embalagens flexíveis, o que espera- Fernanda da Silveira Ribaski, gerente comercial Negócio Solventes da Braskem

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