Revista Paint & Pintura - Edição 303
ARTIGO 10 | PAINT&PINTURA | MARÇO 2025 Washington Yamaga, da Rácz, Yamaga & Associates Francisco Rácz, da Rácz, Yamaga & Associates Por Francisco Rácz e Washington Yamaga, sócios- fundadores da Rácz, Yamaga & Associates Nos últimos anos, a agenda ambiental tem se tornado um fator central para a competitividade global das indústrias, e o setor de tintas não é exceção. Com as políticas ambientais contrastantes dos EstadosUnidos, Europa e China, as empresas de tintas enfrentam um cenário em transformação que exige adaptação estratégica. O artigo comenta os possíveis cenários dessa nova geopolítica em tintas e seu impacto regional. As políticas ambientais contrastantes dos Estados Unidos, Europa e da China redefinirão as prioridades das empresas glo- bais de tintas. Enquanto a China avança emdireção às práticas mais sustentáveis, os Estados Unidos adotamuma postura que pode limitar sua competitividade emmercados que valorizama sustentabilidade, como a Europa. Empresas do setor precisarão monitorar essas mudanças políticas e adaptar suas estratégias para manter e fortalecer sua presença no mercado global, especialmente em regiões emergentes como a América do Sul. AAmérica do Sul representa 6,2% do volume domercado global de tintas, mas captura apenas 4,3% de seu valor, indicando um potencial significativo para aumentar o valor agregado das ven- das na região. Fatores como desafios econômicos, inflação e altas taxas de juros influenciamas tendências domercado e afe- tamomercado regional. Empresas sul-americanas têmbuscado superar crises na cadeia de suprimentos, transformando esses desafios em oportunidades para agregar valor. Os mercados de tintas na nova geopolítica da sustentabilidade ainda serão o da construção, infraestrutura, manufatura e mobilidade. As funcionalidades e durabilidades serão as oportunidades de evolução do maior valor agregado. EUROPA: REGULAMENTAÇÃO RIGOROSA E SUSTENTABILIDADE COMO DIFERENCIAL A União Europeia lidera a regulamentação ambiental global, impondo restrições rigorosas sobre emissões de compostos orgânicos voláteis (VOCs), utilização dematérias-primas reno- váveis e incentivos para práticas de economia circular. Fabri- cantes que atuam no mercado europeu precisam se adequar a padrões cada vez mais exigentes, o que tem impulsionado inovações em tintas com menor pegada de carbono e formu- lações à base de água. Empresas globais têm investido fortemente em pesquisa e desenvolvimento para atender a essas demandas, priorizando a redução da emissão de poluentes e a adoção de processos produtivos mais eficientes. Esse esforço tem sido recompen- sado comacesso amercados premiume parcerias estratégicas com grandes players do setor de construção e manufatura. CHINA: O NOVO PROTAGONISTA DA SUSTENTABILIDADE? Embora historicamente tenha sido associada a altos níveis de poluição industrial, a China vem se reposicionando para se tornar um dos líderes emergentes em sustentabilidade. Com metas ambiciosas de neutralidade de carbono até 2060 e uma crescente regulamentação ambiental, o país tem incentivado o uso de tintas de baixa emissão e promovido tecnologias mais limpas. Fabricantes chineses estão investindo pesadamente em ino- vações como nanotecnologia e revestimentos funcionais, que oferecemnão apenasmenor impacto ambiental, mas também maior durabilidade e eficiência energética. Alémdisso, a China está se tornando umexportador de tecnologia sustentável, in- fluenciandomercados emergentes, incluindo a América do Sul. ESTADOS UNIDOS: OPORTUNIDADES E RISCOS DE UMA ABORDAGEM MENOS RESTRITIVA Nos EUA, a abordagem regulatória tem oscilado conforme mudanças políticas. Enquanto, algumas iniciativas estaduais, como na Califórnia, impõem restrições rígidas sobre formula- ções de tintas e emissões, a política federal atual temadotado A NOVA GEOPOLÍTICA DA SUSTENTABILIDADE IMPACTA O SETOR DE TINTAS GLOBALMENTE. QUAL IMPACTO NA AMÉRICA DO SUL?
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