Show do Pintor Profissional - Edição 167

SHOWDOPINTOR•OUTUBRO16 10 FURTOSNO VAREJO Manter o faturamento em época de crise está sendo um grande desafio aos lojistas brasileiros, porém conseguir essa vitória sendo vítimade furtos torna a tarefa aindamais difícil. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo eMercado de Consumo (Ibevar) apontou que os varejistas dos principais segmentos de bens de consumo - supermercados, farmácias ematerial de construção - deixam de lucrar R$ 1 bilhão ao ano comperdasnopontodevenda. São consideradasperdasquaisquer interfe- rênciasnegativasno resultadodaempresaquecausem reduçãode lucroou prejuízo aonegócio, sendo, pois, divididas em categorias comerciais, admi- nistrativas, deprodutividade, financeiras eoperacionais. Os furtos sãoos grandes responsáveis pelas perdas no varejo,mas não são os únicos.Má gestão de estoque, produtos vencidos e embalagem violada também respondempor impactar a vidafinanceirada empresa, sendoque os pequenos emédios varejistas sãomais afetados. Furtos, erros na gestão doestoqueeprodutosvencidossãoalgunsdosvilõesparaque, segundoda- dos do Ibevar, 4,4%dos ganhos das empresas sejamperdidos anualmente. Quandocomparadoaempresasdomesmosegmento,masdegrandeporte, os dados são quase duas vezes menor. “Os dados são claros, os menores sãoosmaisafetados, eumdosmotivoséa faltadecontroleparafiscalizar”, comenta Luiz FernandoDias Sambugaro, diretor daGunneboGateway, em- presaespecializadaem segurançaprevençãoeprevençãodeperdas. Paraoconsultor, oprimeiropassopara reduzirasperdaséoproprietáriodo estabelecimento ter a consciência de que esse tipo de problema acontece comele também. “Comessepensamento,oproprietáriovai procurarmeca- nismopara resolver oproblemaevai participar das ações.” EVITE FURTOSNO ESTABELECIMENTO PERDASNUNCA SÃO BEM-VINDAS. DIMINUÍ- LAS, OUATÉMESMOCESSÁ-LAS, PRECISA SER TRABALHODIÁRIO CAUSASDO FURTO ParaGuilhermeMota, diretor executivodaNaxentiaeespecialistaemvare- jo, são trêsmotivos que favorecemo furto, tantoo internoquantooexter- no:má índoleouextremanecessidadede teroproduto; atrativodo itemou valorqueoprodutooferece; e, finalmente, a facilidadede fazero furto sem sernotado. “Quandonãohánenhumdos três itens, dificilmenteapeça será levadadoestabelecimento.” Quandoo furto acontece, independentemente de quem tenha cometidoo atoedequeo culpado sejapegoemflagrante, o consultor aconselha fazer oboletimdeocorrência,mesmoquando amercadorianão tem valor signi- ficativo. “No futuro, aquela pessoa que estava furtando pode acionar um advogadoalegandoque sofreuconstrangimentoe foi acusada semprovase tentar processar oestabelecimento. Oboletimpode ser usado comoprova dequeaacusação teve, sim, fundamento.” FURTO INTERNO Atémesmoquem recebepara trabalhar pode furtar oestabelecimentoque fornece o seu salário. O furto interno ou furto por funcionário tem várias vertentes enão somentedemercadoria,mas deoutros tipos, como cobrar um valor do cliente e registrar um outro valor no caixa; registros nulos, fa- zendo parecer que o cliente devolveu as mercadorias, o que na verdade nãoaconteceu; retençãodanotaparapegarodinheiro;orçamentos fraudu- lentos; contratar empresa específicaparaprestar serviçoemprol de algum benefíciopessoal,entremuitasoutras fraudes.ParaodiretordaGunnebo,o tratamentoqueocolaborador recebedentrodoambientede trabalhopode aflorar o desejo de lesar o patrão. “A pessoa trabalha o dia todo oprimida, recebe chamada de atenção na frente dos colegas, então, quando puder lesar a empresa, não pensará duas vezes. Não estou dizendo que é certo teressaatitude,masvejoqueos colaboradoresmaltratados tendema lesar mais a empresa e sãomais omissos, não contamquando veem furtos.” Ele complementa dizendo que uma das formas de inibir essas e outras frau- des internasé tendouma relaçãohumana comos colaboradores, conversar com frequência sobreo tema e criar artifícios para inibir osmaus atos. Um dessesmecanismos éa contagemdemercadoria, verificar seoqueestáno estoquefísicoconferecomoqueo sistemaaponta. Essacontagempode ser feita tanto pelos funcionários quanto por uma empresa terceirizada. “Eu indico contratar uma empresa especializada nisso. Ela não terá nenhuma relação interna com os funcionários e, assim, não vai encobertar ação sus- peita”, contaodiretor daGunnebo. Já paraMota, um dosmotivos pelos quais as fraudes acontecem é a facili- dade para o crime; portanto, quando o proprietário do negócio semostra interessado em descobrir as fraudes, o funcionário pensará duas vezes an- tesde cometer oato ilícito. Não significa que o empresário tenha que desconfiar de todos os funcioná- rios, atéporqueestes sãoumaarma contra furtos, uma vez queeles ficama maior partedo tempono estabelecimento, sabem todos os artifícios queos clientesusampara furtar.Conversandocomelessobreo tema,épossíveldes- cobrirosartifíciosusadospelos ladrõesecriarosmecanismosparaevitá-los. Paraovarejistaquedeseja começar umplanodeprevençãodeperdas, Sam- bugaro indicaque,primeiro, seja realizadaumaconversacomos funcionários mostrando os prejuízos relacionados às perdas e, em seguida, se criemmé- todos comoauxíliodos funcionários. “Converse comos funcionários aberta- mente, contequeestá implantandoum sistemadeperda, quedesejaa cola- boraçãoeaceita sugestãodecomoo sistemapoderá ser. Tenhao funcionário comoaliado. Comodecorrer do tempo, quando for notificadoqueos furtos estão sendo reduzidosouaté zeradosemalgumaárea, criemecanismospara agradeceraos colaboradores. Émais fácil agradardoquepunir.” Por TalitaMolinero

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