Show do Pintor Profissional - Edição 188

SHOW DO PINTOR • SETEMBRO 18 6 PERSONALIDADE Exemplo de um profissional dedicado, muito inteligente, capacitado, expe- riente, com um dom e uma garra incrível, mas acima de tudo um grande ser humano. Waldemar Lazzuri carrega uma bagagem de sucesso e uma trajetória de formação de indústrias que se tornaram ícones do setor de repintura automotiva no Brasil. Nascido e criado em São Bernardo do Campo (SP), Lazzuri iniciou sua vida profissional com seu pai, na época proprietário de um armazém. “Quando fiz 18 anos tirei minha primeira habilitação e comecei como motorista pro- fissional de caminhão no estabelecimento do meu pai. Em 1957, me formei em química, e tive grande incentivo, principalmente, de minha mãe para trabalhar nesta área. Foi quando vi um anúncio da empresa Resana Indús- tria Química, que estava contratando um estagiário, e imediatamente me candidatei à vaga. A partir daí, comecei a trabalhar no laboratório de assis- tência técnica da Resana, que produzia resinas industriais, inclusive para o setor de tintas. Foi assim que em 1958 aprendi a fazer resinas e iniciei minha trajetória no mercado de tintas, despertando uma paixão”, conta Lazzuri. Naquela época, Lazzuri trabalhava próximo a uma fabricante de automóvel e foi o destino e já a aptidão que se aflorava que despertou dentro dele a vontade de produzir tintas automotivas. “Comecei a estudar para colocar em prática essa ideia. Depois de três anos trabalhando na Resana, adquiri um livro que foi uma das fontes do meu aprendizado mais abrangente em química. Foi com este livro que aprendi a fazer tinta e guardo até hoje como recordação. Nesta mesma época, apareceu uma empresa de São Paulo pre- cisando de um químico e fui trabalhar lá, chamava-se Indústria Casele, onde chegamos a desenvolver muitas tintas e a fábrica ficou muito conhecida no mercado. Depois disso, apareceu outra oportunidade profissional e fui para uma empresa maior, que era a Oxford, fabricante de tintas automotivas para pintura e repintura. Com problemas no fornecimento de resinas, sugeri ao diretor que comprassem um reator para fabricarmos nossa própria resina. Em 1965, passamos a produzir nossas resinas, o que trouxe uma enorme economia para a empresa e uma tinta de alta qualidade. Já em 1970, a Ox- ford foi adquirida pelo Grupo Hoechst. Acabei saindo da empresa. Nesse tempo nada tirava da minha cabeça colocar em prática meu sonho, que era fazer tinta e ter meu próprio negócio”, lembra Lazzuri. Foi então que, em 1977, Lazzuri convidou seu irmão e cunhado para uma sociedade. “Aluguei uma fábrica que estava desativada do fundador da Su- SEIS DÉCADAS CONTRIBUINDO COM A EVOLUÇÃO DO SETOR PAIXÃO PELA CARREIRA, DEDICAÇÃO, PROFISSIONALISMO E MUITA EXPERIÊNCIA. É ASSIM QUE PODE-SE RESUMIR UMA GRANDE PERSONALIDADE DO SETOR, WALDEMAR LAZZURI, QUE COMEMORA SEUS 60 ANOS DE ATUAÇÃO NO MERCADO DE TINTAS AUTOMOTIVAS. A ENTREVISTA ACONTECEU EM UM BATE PAPO INFORMAL, NO ESCRITÓRIO DA SKYLACK EM SÃO BERNARDO DO CAMPO Waldemar Lazzuri, presidente da Skylack vinil, Olócio Bueno, uma pessoa maravilhosa e que me ajudou muito. As- sim, criamos nossa primeira fábrica de tintas, que se chamava Indústria de Tintas São Bernardo do Campo. O Bueno aparecia lá e eu entregava para ele algumas chapas que pintávamos com nossas tintas em diferentes cores para teste de qualidade. Ele realizava a leitura dessas chapas e nos dava a notícia que nossas tintas estavam aprovadas. A partir disso, desenvolvemos um sintético que até hoje está no mercado, e que proporcionou para nós uma grande evolução, juntamente com a laca nitrocelulose de alto brilho, que também foi um sucesso, vendeu muito. Assim nossa fábrica cresceu, chegamos até a comprar o galpão do Bueno. Formei uma grande equipe de profissionais, várias pessoas que trabalhavam na Oxford vieram trabalhar comigo”, declara Lazzuri. Uma pequena fábrica familiar se tornou uma grande indústria, com produ- tos de alta qualidade e todos desenvolvidos com a supervisão e a dedicação de Lazzuri. “Era hora de mudar o nome da empresa. Com diversas suges- tões, acabei visitando um representante de São José do Rio Preto (SP), que conhecia um desenhista e pediu ajuda para desenvolver um novo nome. Alguns dias depois, esse representante enviou um rótulo azul degradê escri- to Lazzuril, do qual a princípio não tive uma boa impressão, pois não queria meu sobrenome em evidência. Mas o nome Lazzuril foi bem recebido por Lucélia Monfardini

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