Show do Pintor Profissional - Edição 189

SHOW DO PINTOR • OUTUBRO 18 13 profissional e não queriam pagar um valor justo. Precisa haver uma relação equilibrada de preço, o que se torna bom para todos os envolvidos”. Atualmente, Mattos diz que quase não sofre mais com este problema. Com o tempo, os clientes co- meçaram a indicar o seu trabalho para amigos e familiares, tanto que, nos últimos três anos, ele somente trabalhou com indicações. “Quando o serviço vem dessa forma, o reconhecimento já é maior e o preço não é o fator mais importante mas sim, a qualidade”. Paloma Francine Silva Santiago começou na pro- fissão por incentivo do marido e logo nas primei- ras aulas de pintura, apaixonou-se pela profissão tendo certeza de qual seria o seu ofício no futuro. “À princípio, entrei na aula para auxiliar na par- te administrativa. Como o meu esposo é pintor, fazendo o curso, iria conversar com os clientes com mais propriedade do assunto. Só que, assim que comecei, descobri que amo esta profissão. É muito gratificante fazer parte da transforma- ção da vida de alguém. Recentemente, pintei um quarto de bebê com efeitos geométricos. A mãe ficou tão feliz com o resultado e eu mais ain- da, ao saber que fui uma das responsáveis pela transformação. É impossível explicar a alegria que sinto, quando finalizo a obra, o cliente olha para mim e agradece o trabalho que fiz.” A pintora não sente dificuldade alguma em exer- cer a profissão. Seus 1,53m de altura, não se tor- na empecilho para realizar nenhum tipo de servi- ço. Paloma conta que gosta mesmo é de colocar a ‘mão na massa’. “Uma lata de tinta pesa cerca de 16 a 18 quilos, mas tudo é questão de jeito ao carregá-la. Sabendo levantar a lata da maneira correta, fica muito mais fácil, depende do jeito e não da força. Há um estudo de ergonomia, não faço nada que possa me machucar”. Ela acredita que ser mulher é um diferencial, já realizou vá- rios trabalhos os quais os clientes preferem que sejam executados por elas. Escuta com frequên- cia que as mulheres são mais detalhistas e cuida- dosas. No final do serviço, são atenciosas com o cuidado na limpeza pós-obra e Paloma faz ques- tão de registrar seus diferenciais. “Acredito que ganhei mais visibilidade como profissional divul- gando os meus serviços nas redes sociais. Logo no início, cada passo que dei na pintura, registrei o momento, tirei fotos e as postei nas redes so- ciais. Percebi que esse marketing surte efeitos”. ORGANIZAÇÃO DA CLASSE A categoria dos pintores está mais unida e um dos responsáveis é o Movimento Brasil por um Pintor Melhor (MBPM). A organização nasceu por um grupo no Facebook, reunindo pintores para discutirem assuntos pertinentes à profis- são. Com o tempo, os organizadores da página viram a oportunidade de fazer algo a mais aos profissionais e decidiram criar o Movimento Bra- sil por um Pintor Melhor e a Associação Brasileira dos Pintores Profissionais (ABRAPP). Neste ano, adquiriram o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídi- ca (CNPJ) e um endereço físico. Quando o pintor associa, consegue adquirir benefícios, como, por exemplo, seguro de vida, convênios com lojistas, empresas, cursos entre outros. A sede do movi- mento é no Tatuapé (SP), mas para disseminar a ideia em várias regiões do país, o grupo tem pintores voluntários, nomeados de braços que auxiliam na divulgação dos ideais do movimen- to. Fernando Vicente também é um dos coor- denadores nacionais da instituição, tem experi- ência em pintura e detalha o funcionamento “O MBPM pode agregar valor aos pintores, incenti- vando, despertando e conscientizando o pintor para que, cada vez mais, ele possa buscar o ca- minho da profissionalização e da formalização. Hoje, é possível abrir uma empresa e ter o seu CNPJ com baixo investimento inicial e ter uma empresa identificada, credenciada e apta para prestar grandes e pequenos serviços. Falamos de segurança no trabalho, orientamos sobre o uso correto dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e promovendo encontros, interação e relacionamento por meio das redes sociais e também presenciais”, conta Vicente. APOIANDO O DESENVOLVIMENTO DO PROFISSIONAL Os três pintores que contam suas histórias têm uma característica em comum, todos foram alu- nos da Universidade do Pintor. A Instituição é uma iniciativa da Futura Tintas, focada em auxi- liar no desenvolvimento profissional do pintor, sem custo ao profissional. O projeto começou há quatro anos com o empresário Ricardo Stiepci- ch, sócio-diretor da Futura Tintas, com o objetivo de retribuir aos pintores a relação de confiança construída com a marca ao longo dos seus mais de 37 anos de história. Em um espaço de 1.800 m², no bairro do Belenzinho (SP), são ministradas aulas teóricas e práticas de pintura. “Nosso prin- cipal objetivo é desenvolver profissionais capa- zes de atuar no segmento de pintura, não apenas com qualidade técnica, mas principalmente com ética, responsabilidade e respeito aos clientes”, explica Ricardo. “Acreditamos que o sucesso de um projeto igual a este está na sua semente, em despertar nos pintores um novo olhar so- bre a sua profissão e vida pessoal”, completa. Todos os pintores entrevistados na matéria, de- mostraram gratidão pelo conteúdo ministrado. “Aprendi não só pintura, mas a importância da organização financeira e noções de marketing. Curioso que, durante as aulas, os professores não focam na marca, não querem vender tin- ta e, sim, ensinar. Ao término do curso recebi cartão de visitas e uniforme”, explica Paloma. Na universidade são oferecidos dois módulos de aprendizado: Academia do Pintor e a Escola do Pintor. O primeiro é indicado aos profissio- nais atuantes da área, para que estes possam se aprofundar ainda mais na atividade, conhecen- do conceitos técnicos e de gestão que possam contribuir para a formação de um profissional completo. Nesse modulo são abordados assun- tos de qualidade de tintas, patologias, ferramen- tas, técnicas de empapelamento, pintura meca- nizada, combinações de cores, efeitos especiais, atendimento ao cliente e orçamentos. A Escola do Pintor tem como objetivo ensinar o ofício da pintura, abordando temas como características da superfície, acabamentos e embalagens, pre- paração de superfície, pintura em porta e jane- las, texturas entre outros temas indicados para quem está ingressando na profissão. Fernando Vicente, coordenador ABRAPP Ricardo Stiepcich, durante cerimônia de formatura na Universidade Futura

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