Show do Pintor Profissional - Edição 191

SHOW DO PINTOR • DEZEMBRO 18 9 água Xilotop, que inclui vernizes acrílicos e poliuretânicos. Esses produtos são ambientalmente amigáveis por dois motivos principais: primeiro, têm baixo teor de emissão de VOCs (Volatile Organic Compounds), ou, na sigla em português, COVs (Compostos Orgânicos Volatéis). Os VOCs são compo- nentes que evaporam e, na atmosfera, agridem o meio ambiente. Produ- tos à base de água têm teor de emissão de VOC muito baixo, enquanto os mesmos produtos feitos à base de solvente chegam a apresentar valores 20 vezes maiores. O segundo motivo é que são produtos isentos de metais pesados, que também agridem o meio ambiente”, explica Vilnei Schreiber, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Montana Química, justificando que essa preocupação não só garante maior proteção ambiental, como também contribui para preservar a saúde humana - incluindo a dos aplica- dores dos produtos e do usuário final. LATA E TINTA O procedimento do descarte correto da sobra de tinta e da embalagem do produto também faz parte do processo de ações pensadas em favor do meio ambiente. Para evitar sobras de produtos, a melhor prática é sem- pre realizar o cálculo correto da quantidade de tinta que será utilizada na pintura. A maioria dos fabricantes de tintas fornece calculadoras de tintas. Mas quando houver sobras de tintas acrílicas, é indicado esgotar ao máximo o líquido da embalagem, deixando apenas o filme de tinta seco. Jamais descarte o restante da tinta em bueiros ou água corrente, pois essa atitude é prejudicial ao meio ambiente. Por isso é importante comprar o produto na quantidade adequada à área a ser aplicada e com atenção quanto ao rendimento do produto, minimizando, assim, a geração de lixo. As sobras do líquido podem ser retiradas com pincel ou espátula e pas- sadas em jornal. Depois que essa tinta estiver seca, o jornal onde foram aplicadas as sobras pode ser descartado no lixo convencional. Resíduos de tinta seca podem ir para o lixo comum. Para auxiliar no descarte adequado das embalagens de tintas, a Abrafati desenvolve algumas ações, especial- mente por meio do Programa Prolata, uma associação sem fins lucrativos formada pela cadeia de valor dos fabricantes de latas de aço no Brasil, com o objetivo permanente de reciclar as latas de aço pós-consumo. Um dos programas do Prolata é a capacitação de cooperativas de catadores, para que atuem de forma ordenada e de acordo com as melhores práticas, formalizando esse ciclo de retorno do material à cadeia produtiva do aço. BASE ÁGUA Apesar de o verniz base água ser ecologicamente correto, costuma ser mais durável, não tem compostos orgânicos prejudiciais à saúde, nem exala chei- ro; sua popularização ainda não é tão grande quanto o base solvente. A resistência é fruto de uma cultura de mercado. Quando surgiram os pri- meiros produtos à base de água, eles realmente tinham um desempenho pior que os de base de solvente. Por serem tecnologias novas à época, tam- bém tinham custo mais elevado. Mas a pesquisa constante desenvolveu in- sumos superiores e, hoje, a qualidade de alguns produtos à base de água até supera a de formulados à base de solvente. “Essa “barreira” em relação a produtos à base de água ainda existe, porém, percebemos que, cada vez mais, os consumidores vêm se preocupando com a sustentabilidade, bus- cando alternativas ambientalmente amigáveis. Sempre atenta às tendências do usuário final, do mercado e da comunidade internacional, a Montana trabalha diariamente no treinamento de colaboradores e na conscientiza- ção de parceiros e clientes quando o assunto é sustentabilidade. É prática da empresa pesquisar, divulgar e apoiar soluções que protegem o meio am- biente”, explica Schreiber da Montana. Diversos fabricantes de tintas estão trabalhando para deixar o produto mais atrativo e investindo em divulgar os diferenciais da linha. A Coral, por exemplo, tem o Coralit Secagem Rápida Balance e o Coralit Ultra Resistência Balance, que mesmo tendo solventes, suas emissões de compostos orgânicos voláteis são 40% inferiores em rela- ção ao de base solvente. “Além de não possuir cheiro, secam rápido e não amarelam com o tempo. O Coralit Ultra Balance se destaca pela alta re- sistência e adesão sobre acabamentos antigos de esmalte sintéticos. Já os vernizes Sparlack, estes conferem proteção e aumentam a durabilidade da madeira, pois são produtos que possuem menos da metade das emissões de gases de efeito estufa em relação aos vernizes à base de solvente. Além disso, não possuem cheiro e atuam com secagem rápida”, conta Elaine Poço. A Futura Tintas acredita que a aceitação do base água irá subir com o auxilio de ações de marketing. “Entendemos de que seja necessário um esforço de marketing e técnico muito forte para que haja uma boa de- monstração quanto ao convencimento aos usuários e consumidores sobre os benefícios e qualificação do verniz, ou qualquer produto à base d’água que seja lançado no mercado como alternativa às formulações conven- cionais à base de solvente”, conta Francisco Diniz, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Futura Tintas. PERGUNTA DO LEITOR Pedro José Silveira Braga, de São Paulo, pergunta: “Gostaria de saber por qual motivo algumas paredes de gesso ficam amareladas e outras não.”   Renato Araújo, diretor técnica da Tintas Alessi responde: “A ocorrência de partes amareladas em gesso tem, como principais, duas causas recorrentes. Uma delas é oxidação (ferrugem) de arames de fixação das pacas, no caso de uso de não inoxidáveis. A segunda hipótese é originada no processo de fabricação das placas de gesso, onde se usam como des- moldantes os mais variados compostos, tais como querosene, estearina, diesel e parafinas, dentre outros, sendo que dependendo do processo ou do material utilizado, parte do desmoldante fica impregnado nas cavidades internas do gesso. Qualquer tipo de humidade, ou mesmo a parte liquida da tinta durante a pintura, que entre em contato com o material (desmoldante, ferrugem etc.) nas cavidades do gesso pode arrastá-lo, durante a secagem, para a superfície, causando as manchas amareladas. Para reduzir o risco é importante o uso de materiais de qualidade e evitar produtos oleosos e utilizar para fixação das placas fio de aço inoxidável, além de cuidar da preparação da área onde o gesso será aplicado, eliminando qualquer fonte de umidade. Em áreas onde o gesso já foi aplicado e ocorreu o amarelamento é necessário identificar e eliminar as fontes de umidade, remover resíduos oleosos e aplicar sobre a área manchada o Alessi Fundo Nivelador Sintético, aguardar a cura total e refazer a pintura do acabamento desejado.”

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