Show do Pintor Profissional - Edição 195

SHOW DO PINTOR • MAIO 2019 26 ARTIGO No Brasil, o varejo de materiais de construção movimenta mais de R$ 100 bilhões ao ano por meio de, aproximada- mente, 150 mil lojas. O setor é formado, em sua maioria, por pequenos e médios comerciantes, sendo um dos mais dinâ- micos e importantes da nossa economia, dada a sua grande representatividade nas vendas. Por exemplo, em 2018, apresentou crescimento de 6,5% em relação ao ano anterior, um faturamento de cerca de R$ 122 bilhões, segundo a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). E toda esta cadeia passa por movimentos estruturantes, reflexo de novas dinâmicas da indústria, evolução do varejo e, sobretudo, novos hábitos de compra dos consumidores. FORMALIZAÇÃO Parece óbvio, mas nem tanto. Todos os elementos do ecos- sistema, desde fornecedores de matéria-prima, fornecedores de mão de obra, representantes comerciais e lojas estão evo- luindo de forma acelerada para um cenário de maior com- pliance tributário, impulsionado pela crescente eficiência do fisco e informatização dos processos de apuração e cobrança de tributos. GESTÃO Ainda é normal nas pequenas operações de varejo do setor, a figura do sócio-fundador onipresente. Essa figura precisará O NOVO VAREJO Por Daniel Zanco, diretor da Linx, especialista em varejo, professor do MBA de Varejo da FIA e ESALQ | USP aprender a dividir a gestão com profissionais capacitados, sem que a empresa perca suas características principais e seu DNA. Práticas modernas e informatizadas de gestão de estoque, planejamento de compra, concessão de crédito, ambiente de loja, serviços e meios de pagamento são a chave para o novo varejo mais produtivo, rentável e susten- tável. CONSOLIDAÇÃO E COMPETIÇÃO A representação de grandes redes tende a crescer, criando um novo parâmetro de com- petição para os pequenos varejistas. Análogo ao movimento que ocorreu com os hiper- mercados no passado, os Home Centers devem, em breve, começar a investir em opera- ções pautadas em preço (atacarejo) ou em conveniência (lojas menores de bairro). Essa consolidação levará ao aumento da participação das marcas próprias em suas gôndolas e, por consequência, maior foco da indústria no pequeno e médio operador. NOVO CONSUMIDOR O processo de compra mudou significativamente nos últimos anos, com um consumidor muito mais informado dentro do ponto de venda, empoderado pelo seu smartphone e com mais altos ní- veis de exigência em termos de comunicação, transparência, velo- cidade de entrega e serviços. Esse ‘neo consumidor’ tem a ciência de que ele é o centro da dinâmica de compra e vai migrar para os varejistas que entenderem essa premissa. CANAIS DIGITAIS Impulsionados pelo novo consumidor, varejistas de materiais de construção civil estão rompendo paradigmas e vendendo seus produtos em e-commerces, marketplaces e outros canais digitais que conectam com baixíssima fricção compradores com cada vez menos tempo disponível e mais informados. Nesta fase de mudança, as empresas mais transparentes, ágeis e, claro, adaptáveis, serão as mais bem-sucedidas ao final do ci- clo. Por isso, é fundamental que o pequeno varejo invista em uma onda intensa de profissionalização, amparada pelo uso de tecno- logia e fundamentada em parcerias estratégicas com a indústria. Pense nisso e boas vendas!

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