Show do Pintor Profissional - Edição 206

SHOW DO PINTOR • MAIO 2020 26 ARTIGO Em tempos de isolamento social, um setor tem crescido de maneira rápida e consistente: o e-commerce. Estimativas apontam que, desde o primeiro caso de coronavírus no Brasil até dia 18 de março, categorias como Supermercados, Saúde e Beleza tiveram alta de 80%, 111% e 83% em relação ao mesmo período de 2019. Tanto do lado de quem já estava preparado para essa de- manda quanto dos novos varejistas que entram no meio digital, uma questão paira sobre as ca- beças de líderes em diferentes segmentos: como obter resultados cada vez melhores com a venda on-line de produtos e serviços? A resposta envolve a dedicação a diferentes áre- as - logística e financeira, para citar alguns pou- cos - mas, deixando de lado as questões internas, o foco é direcionado a um único fim, o de melho- rar a experiência do cliente. Especialmente nas companhias que já têm algum grau de conheci- mento do mundo digital e de seu funcionamen- to, o investimento em tecnologias avançadas é um ponto importante para diferenciá-las de ma- neira positiva aos olhos dos consumidores. Apesar de parecer um tanto supérfluo à primeira vista (especialmente para os micro e pequenos empreendedores), o termo pode trazer resul- E-COMMERCE E ISOLAMENTO SOCIAL: COMO A TECNOLOGIA PODE TRAZER MAIS RESULTADOS ÀS COMPRAS ONLINE Por: Marcelo Bernardino, head de Indústria e Consumo tados significativos para companhias maiores e que têm mais fôlego de caixa para investimen- to em um momento como esse. Nesse sentido, é possível elencar quatro frentes essenciais: fast payments, big data, inteligência artificial e tecno- logias de atendimento ao cliente. Em relação ao primeiro tópico, a constante mu- dança do perfil do consumidor e o medo constan- te do contato com qualquer superfície (incluindo cartões de crédito, por exemplo), exige a trans- formação nos métodos de pagamento, que de- vem ser cada vez mais cômodos e simplificados. Companhias que atuam no varejo digital devem ficar de olho em pagamentos “invisíveis”, realiza- dos diretamente pelo celular, sem a necessidade de utilizar algum cartão ou muito menos dinheiro. Essa é uma estratégia que já mostrou ter sucesso em países da Europa e nos EUA, por exemplo. Em segundo lugar, a utilização de big data não representa em si algo essencialmente novo - há alguns anos é possível notar a importância dessa ferramenta no dia a dia das companhias - mas é sempre importante lembrar que a solução preci- sa ser aprimorada constantemente. Dessa forma, marcas serão cada vez mais capazes de conhecer a fundo seus clientes, segmentando os consumi- dores a partir do valor de compra e dos canais mais utilizados, podendo direcionar de maneira mais assertiva suas campanhas publicitárias. Em terceiro lugar e fundamental para melhorar a relação entre marcas e consumidores, a Inte- ligência Artificial tem o papel de personalizar a experiência do cliente. Esta tecnologia possibi- lita às empresas monitorar a compra do cliente desde a busca e pesquisa por preços até o pós- -venda, identificando falhas em toda a cadeia e corrigindo-as rapidamente. Por último, a integração entre os canais e ser- viços tem de funcionar perfeitamente, a fim de proporcionar a melhor experiência possível aos clientes. O discurso do “omnichannel” já está presente no varejo, por exemplo, há muito tem- po, porém agora está sendo verdadeiramente colocado à prova. É sempre necessário lembrar que a integração entre canais exige o máximo cuidado: consumidores querem resolver o que estão buscando de maneira rápida e simples – o que muitas vezes pode exigir maior interação humana do que com chatbots, por exemplo - tor- nando as interações cada vez mais dinâmicas e inteligentes. Ou seja, é necessário estar atento para capturar o potencial de mercado que a tecnologia tem a oferecer. Mais do que disponibilizar os produ- tos ao público certo, é necessário saber dialogar com clientes e gerar eficiência de custos para tornar as operações sustentáveis. A situação ge- ral está longe de ser positiva, do ponto de vista humanitário, mas o varejo digital pode contribuir muito de forma positiva para ajudar as pessoas a ficarem em casa. Com isso, é possível consta- tar um amplo potencial de crescimento em todo o mundo (e, especialmente no Brasil) e saber como aproveitá-lo é um ponto fundamental para ter sucesso e garantir a própria sobrevivência nos próximos anos.

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