Show do Pintor Profissional - Edição 210

SHOW DO PINTOR • SETEMBRO 2020 12 GESTÃO Prevenção de perdas não é somente evitar fur- tos. É um conjunto de ações com o objetivo de combater, prevenir e reduzir todo tipo de prejuí- zo que a empresa possa ter. A prevenção de per- das no varejo nem sempre é um fator presente no planejamento do estabelecimento, mas infe- lizmente são muito presentes no cotidiano. De acordo com pesquisa da Abrappe (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas), as quebras operacionais são as campeãs das perdas e pre- juízos, com participação de 36% sobre o total; furtos externos, com 20%; erros de inventário e furtos internos, com 13% e 11%, respectivamen- te, vêm na sequência, à frente de erros adminis- trativos (9%), outros (4%), fraudes de terceiros externos, fraudes de terceiros internos (ambos com 3%) e erros no cadastro de produtos (2%). Alethea Alves, consultora de varejo da AGR Con- sultores, explica que, apesar de tantas maneiras diferentes de perdas, elas podem ser controla- das com monitoramento do estoque tanto na área de vendas quanto na retaguarda. Já no caso AUMENTE A LUCRATIVIDADE! PREVINA PERDAS. PREJUÍZOS OCASIONADOS POR QUEBRAS DE PRODUTOS E AVARIAS LEVAM VALOR SIGNIFICATIVO DO FATURAMENTO, MAS COM ALGUMAS TÉCNICAS, É POSSÍVEL REDUZI-LOS de produtos danificados, é necessário observar as causas e adequar o espaço de armazenagem e a forma de manipulação dos produtos, para garantir a integridade deles em estoque. “Quan- do falamos de produtos vencidos, as causas mais comuns são o giro menor do que o esperado ou volume de compras desbalanceado. Em todos os casos, um bom controle de estoque é fundamen- tal para prevenir. Vale ressaltar que esse contro- le não se aplica somente às lojas: os centros de distribuição possuem um papel muito importante na gestão de estoques, prazos de validade e mani- pulação das mercadorias”, pontua a especialista. PREVENÇÃO Um sistema eficiente de prevenção pode conter três vertentes: revisão de processos, adequação de sistemas e definição do papel das pessoas dentro do varejo. “O objetivo principal desta revisão é garantir o controle de estoque, a pa- dronização da manipulação dos produtos e das condições de armazenagem e o treinamento das equipes nesse novo cenário. É recomendá- vel buscar o suporte de empresas especializadas em revisão de processos, para auxiliar o varejista tanto na identificação de oportunidades de me- lhoria quanto na implementação da nova rotina”, acredita Alves. CUIDADO COM O ESTOQUE Segundo a Pesquisa de Perdas no Varejo Brasi- leiro, organizada pela Abrappe, em uma loja de material de construção, as perdas mais comuns estão ligadas ao controle de estoque e armaze- nagem. Os produtos costumam ter um prazo de validade mais extenso e o varejista tende a não dar muita atenção a isso, até ser surpreendido pela perda. A armazenagem inadequada pode ser outro problema, já que latas amassadas ou enferrujadas, embalagens rasgadas e produtos expostos ao calor e umidade acabam contrarian- do as orientações dos fabricantes e tornam os produtos impróprios para a venda. Alves com- plementa dizendo que as quebras operacionais aparecem na liderança como uma das principais responsáveis pelas perdas para diversos segmen- tos do varejo. “Porém, um bom trabalho de ges- tão de estoques por meio do registro das causas, antes do descarte físico do produto, pode gerar informações importantes para um diagnóstico mais preciso e, dessa forma, gerar um resultado de redução de curto prazo”. AUMENTO DE RECEITA Ter a gestão eficiente pode significar a sobrevi- vência da empresa e, em muitos casos, é mais fácil prevenir os prejuízos do que aumentar as vendas. O consultor explica que a prevenção de perdas é mais gerenciável, dependendo direta- mente de ações do varejista. Um controle de es- toque e de datas de vencimento eficiente previ- ne grande parte das perdas no varejo e é menos complexo que o desenvolvimento de ações ao consumidor. “Além disso, trabalhos de controle de estoque e armazenagem não corroem a mar- gem do produto como uma rebaixa de preços ou aumento de descontos”, acredita Alves. Prevenir perdas deve ser parte da rotina do va- rejo, assim como o fechamento de caixa. Iniciar uma rotina de contagem de estoque, tanto na retaguarda quanto na área de vendas, traz mui- tos benefícios e auxilia o varejista a conhecer o volume de compras e de reposição realmente necessário para impedir tanto a ruptura quanto a manutenção de um alto nível de estoques. A con- tagem de estoque deve ser validada com inven- tários periódicos, por meio da apuração física da quantidade de itens armazenados. “É importante engajar a equipe nesse controle, demonstrando tolerância zero para variações de estoque sem jus- tificativa. Um bom treinamento e a restrição à cir- culação nas áreas de armazenagem são importan- tes para esse engajamento”, finaliza o consultor.

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