Show do Pintor Profissional - Edição 212

SHOW DO PINTOR • NOVEMBRO 2020 25 PINTURA PARA EVITAR VIOLÊNCIA URBANA Já foi comprovado que espaços públicos pichados e sem conservação aumentam os índices de rou- bo e degradação. Um estudo realizado na Holanda mostrou que pichação em um local pode dobrar o número de pessoas dispostas a jogar lixo no chão e até a roubar. A pesquisa foi composta por duas situações diferentes na cidade de Groninga, na Holanda. Os pes- quisadores procuraram dois becos parecidos, a diferença entre eles era que um tinha as paredes pichadas e o outro estava pintado. Nos dois locais, os pesquisadores montaram o mesmo cenário, penduraram panfletos comerciais e o objetivo do estudo era ver qual beco teria mais papel na rua, se as pessoas iriam jogá-lo no chão ou levá-lo até uma lixeira. No beco que estava com a parede pintada, 33% das pessoas jogaram o lixo no chão e, no local com pichação, o número quase do- brou: 69% sujaram o chão. Em outro teste, foi colocado um envelope com dinheiro na entrada de uma caixa de correio e parte do dinheiro ficava vulnerável, apto para ser roubado. Novamente, a pintura ganhou relevância. No caso da caixa pintada, 13% das pessoas que passaram roubaram o dinheiro e, da caixinha suja e pichada, o furto aumentou para 27%. A pesquisa na íntegra foi publi- cado na revista científica Science em 2008. Cléber Ferreira: “Eu amo pintura. Ter a opor- tunidade de trabalhar com amigos e grandes profissionais da pintura e ainda trazer mais vida para a cidade é fantástico. Eu faria este tipo de trabalho mensalmente. Ao final do tra- balho, vários moradores aplaudiram o resul- tado, foi emocionante.” Monica Paixão: “O que me motivou a parti- cipar do projeto foi a oportunidade de fazer arte. Incluir arte, paixão e ainda contribuir de alguma forma para sociedade é extremamen- te gratificante, recompensador.” Marcelo Sperto: “Viajei aproximadamente 400km para fazer este trabalho. É muita sa- tisfação ver a parede toda suja e, depois, toda pintada. É muito gratificante ver o antes e o de- pois daquele local e olhar de perto a alegria dos pedestres com a mudança. E também foi muito bom ver a reação das pessoas. Muito obriga- do.” Ricardo Ultembergue: “Minha profissão não é simplesmente rolar tinta em uma parede, passar uma massinha e pronto. Tem que estu- dar, fazer cursos, buscar conhecimento. Estu- dei bastante e hoje faço parte do MBPM. Eu já fiz muitos trabalhos voluntários pintando asi- los, creches, corpo de bombeiro e casas de re- cuperação. Quando estou fazendo este tipo de trabalho, são vários sentimentos juntos: amor, paixão de ver a transformação dos ambientes e saber que, através das nossas vidas, podemos levar essa beleza que são as cores e a alegria.” Sheila Cristina Camargo dos Santos: “Eu já participei de várias ações sociais e amo este trabalho, onde nos doamos de alma e cora- ção. Sempre comento com amigos que é bom ajudar o próximo, mas lá no fundo estamos ajudando a nós mesmos.” William Mota Rodrigues Pinto: “O que mais motiva é encontrar amigos de profissão e fazer a diferença. É prazeroso estar com uma galera do bem e transformando, que está unida para ajudar. Ver o escadão pronto e lindo, graças à dedicação de todos. É muito gratificante e es- pero fazer outras vezes, mas dessa vez em uma favela ou bairro bem pobre, seria incrível. ” PINTORES DESCREVEM AS RAZÕES DE PARTICIPAÇÃO EM PROJETO SOCIAL

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