Show do Pintor Profissional - Edição 219

SHOW DO PINTOR • JULHO 2021 8 IMPERMEABILIZAÇÃO A pandemia evidenciou a relevância da moradia digna. Apesar de toda essa popularidade, os números indicam que as residências brasileiras têm muito a melhorar. Um em cada cinco brasileiros vive em habitação precária, com- prova estudo do IBGE de 2020. Considerando apenas os problemas de umidade, eles representam 85% dos dilemas a serem solucionados nas construções brasileiras, segundo dados do Instituto Brasileiro de Impermeabilização. Conviver em um ambiente com sinais de umidade, mofado ou infiltrando água, favorece o surgimento de doenças respiratórias como rinite, sinusite, asma e bronquites. De acor- do com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, no Brasil, cerca de 30% da população possuíam algum tipo de alergia. A rinite alérgica é uma das mais altas, com 25% de prevalência, seguida pela asma alérgica, atingindo 20% da população infantil e adolescente do país. No inverno, intensificam-se as doenças respiratórias e um dos motivos é a grande quantidade de vírus respiratórios circulantes, além do fato de as pessoas ficarem mais em ambientes internos com as janelas fechadas, re- duzindo a circulação de ar – mais uma vez o ambiente está relacionado di- retamente com a evolução da doença. Matheus Castro Cardoso conhece bem os problemas acarretados por viver em uma residência insalubre. O jovemmorou a maior parte da vida em uma casa com umidade, infiltração e faltando revestimento. Ele lembra que, durante a infância e a adolescência, sofreu várias crises alérgicas. “O desconforto respiratório era frequente: ri- nite, bronquite, sinusite. No inverno, os sintomas se intensificavam, eu vivia tossindo e com coriza. Quando eu tive a oportunidade de morar em um lo- cal adequado, os meus problemas respiratórios reduziram drasticamente. ” CURANDO A MORADIA EM UM PAÍS ONDE UM QUARTO DA POPULAÇÃO SOFRE DE RINITE ALÉRGICA E 85% DAS CONSTRUÇÕES TÊM PROBLEMAS DE UMIDADE, HABITAÇÃO SAUDÁVEL PRECISA GANHAR PROTAGONISMO HABITAÇÃO SAUDÁVEL PARA PREVENIR DOENÇAS Marcelle Guerra Vieira é especializada em fisioterapia cardiorrespiratória e confirma a relação de uma habitação deficitária em impermeabilização com doenças respiratórias. Uma das funções cotidianas do trabalho dela é pro- mover uma respiração saudável e auxiliar no alívio para a falta de ar. A pro- fissional da saúde explica a importância de tratar o ambiente e não somente o paciente. “Eu atuo na ala pediátrica, e é preciso eliminar o causador da alergia. Se essa criança mora em uma casa pouco ventilada, mofada, com infiltrações e até mesmo com tabagistas, não tem como tratá-la somente com medicação e exercícios respiratórios, precisa-se intervir no motivador das crises. Quando essa criança receber alta e voltar para o mesmo ambien- te, são enormes as chances de uma nova internação. Afetando não apenas a saúde, mas também o desenvolvimento escolar, físico e até emocional. ” A Dra. Maria Cândida Rizzo Varanda é alergista e coordenadora do departa- mento científico de rinite da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Ela esclarece que o paciente alérgico ao mofo apresenta os mesmos sinto- mas provocados por qualquer aeroalérgeno a que o indivíduo seja sensibi- lizado. “Se apresentar asma, observará chiado no peito e tosse incessante; se rinite, espirros em salva (sequenciais), coriza, prurido nasal e/ou ocular, obstrução nasal”. O mofo é formado por microrganismos constituídos por vários tipos de fun- gos e, quando o alérgico a fungos vive nesse ambiente, pode piorar seus sintomas respiratórios ou mesmo começar a apresentá-los. “É importan- te lembrar que os fungos são alimentos para os ácaros e, nestes casos, há maior quantidade de ácaros, que são os principais elementos capazes de sensibilizar e provocar crises alérgicas – asma e/ou rinite”. Marcelle esclarece que, durante o atendimento hospitalar, o paciente é orientado sobre como deve ser o ambiente, para reduzir os problemas res- piratórios, mas muitas vezes essa mudança não é possível por questões fi- nanceiras. Para a Dra. Maria, o trabalho de conscientização da população precisa ser intensificado: “Acho que esta percepção ainda é fraca, em espe- cial quando se refere às camadas mais pobres da população”. MOVIMENTO CONSTRUÇÃO SAUDÁVEL Para conscientizar as pessoas sobre a importância da impermeabilização correta não só para o imóvel, mas para a vida da família, Mactra, Sika, Veda- cit e Viapol criam o Movimento Construção Saudável. Um dos objetivos do movimento é auxiliar na conscientização do impacto desse impacto na vida da população e de que grande parte espera o proble- ma aparecer ao invés de prevenir, as empresas se unem no Movimento para promover ações para mudar essa realidade. “É a primeira vez que concorrentes diretos estão trabalhando juntos por uma causa em comum no nosso segmento. Vamos promover debates, ações em eventos, lojas, home centers e demais pontos de venda para falar sobre o impacto direto na saúde das pessoas que estão constantemente em locais úmidos e em contato com mofo. A prevenção faz bem para a saúde física e financeira do consumidor, pois contribui para um ambiente saudável e tem um custo muito menor do que o reparo”, Sammuel Sesti Minutti, diretor de comunicação do Movimento Construção Saudável. ANTES DEPOIS Antes e depois da Moradigna

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