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Déficit em produtos químicos cresce 22,7% e ultrapassa US$ 15,6 bi no acumulado do ano

29/08/2018 - 13:08

Importações somam US$ 4 bi em julho e são as maiores para um único mês desde outubro de 2014

As importações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 4 bilhões em julho, aumento de expressivos 24,8% em relação ao mesmo mês de 2017, e movimentaram praticamente 4,1 milhões de toneladas, uma elevação de 2,9% na mesma comparação. Tal valor importado é a maior marca mensal desde outubro de 2014, quando foram comprados praticamente US$ 4,4 bilhões em produtos químicos. Em relação ao mês imediatamente anterior, junho de 2018, foram registrados aumentos de 7,8% em valor e de 19,9% em volume. Desde fevereiro, tanto os valores quanto as quantidades importadas vêm seguidamente crescendo mês após mês: dos US$ 2,9 bi e 2,8 milhões de toneladas em fevereiro para os US$ 4 bi e 4,1 milhões de toneladas em julho. Já as exportações, por sua vez, totalizaram, em julho, pouco mais de US$ 1 bilhão e praticamente 1 milhão de toneladas, quedas de, respectivamente, 10,8% e de 16,7% em relação ao mês de junho.

No acumulado deste ano, entre janeiro e julho, as compras de mercadorias do exterior alcançaram US$ 23,2 bilhões, o que representa elevação de 13,9% em relação ao mesmo período de 2017. Na verificação de uma série histórica compreendida entre janeiro e julho dos anos de 2010 a 2018, o atual montante de US$ 23,2 bilhões somente foi superado nos anos de 2013 e de 2014 (respectivamente US$ 26,1 bilhões e US$ 25,5 bilhões), exatamente nos mesmos períodos em que foram registrados os históricos déficits setoriais de US$ 32 bilhões (2013) e de US$ 31,2 bilhões (2014), os quais foram sucedidos pela recente crise econômica pela qual passou o Brasil nos últimos três anos.

O volume de importações, de praticamente 22 milhões de toneladas, significou uma retração de 11,5% na comparação com janeiro a julho de 2017, sobretudo devido à redução de 18,8% das aquisições de intermediários para fertilizantes no acumulado do ano em curso. As exportações, por sua vez, somaram US$ 7,6 bilhões, comportamento praticamente estável (redução de 0,8%) na comparação com o mesmo período de 2017, apesar da redução de 17,6% nos volumes exportados, que foram de praticamente 8 milhões de toneladas.

Com esses resultados, o déficit na balança comercial de produtos químicos chegou, até julho, à marca de US$ 15,6 bilhões, uma expressiva elevação de 22,7% em relação ao mesmo período de 2017. Nos últimos 12 meses, de agosto de 2017 a julho deste ano, o déficit comercial atingiu a marca de US$ 26,4 bilhões e a perspectiva é de que, para o final de 2018, esse indicador supere US$ 27 bilhões, apesar da ainda tímida recuperação do crescimento econômico nacional e em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China.

“É particularmente preocupante no ainda instável atual cenário econômico brasileiro como a guerra comercial entre as maiores economias do mundo atingirá a indústria brasileira. É indiscutível que haverá um excedente de mercadorias e o Governo precisa agir rapidamente para impedir que o Brasil seja alvo de um surto de importações decorrentes desse desequilíbrio comercial internacional em condições predatórias”, destaca Denise Naranjo, diretora de assuntos de comércio exterior da Abiquim.

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