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Oscar Windmuller deixou um legado no avanço do setor de tintas

22/10/2018 - 10:10

Na última semana, o setor de tintas perdeu um de seus ícones, com o falecimento de Oscar Windmuller, reconhecido como uma grande personalidade.

A família Windmuller começou a atuar no setor de tintas em 1919, com a especialização na produção de vernizes para madeiras. Em 1940, os irmãos Albert e Zelman fundaram a Polidura, em São Paulo, onde eram fabricados os primeiros produtos destinados ao envernizamento de móveis e, posteriormente, comercializava vernizes diretamente aos industriais.

Na década de 50, a Polidura passou a atuar também para a indústria automobilística. Os irmãos Windmuller faleceram em 1956 e 1960, e a empresa passou a ser dirigida por Oscar, filho de Albert Windmuller, que trabalhava com o pai e o tio desde o começo da Polidura.

Oscar Windmuller tinha uma visão de negócios, já naquela época, muito avançada, provocando muitas mudanças no setor de tintas. A Polidura, por exemplo, foi pioneira na tecnologia de eletroforese.

Outra importante característica de Oscar Windmuller era encontrar novos mercados para aplicação de tinta. Foi uma personalidade que contribuiu muito com a evolução do setor.

Em 1972, a Polidura foi vendida para a DuPont, passando a ser a Divisão Tintas da DuPont do Brasil, permanecendo assim até 1986, quando foi definitivamente incorporada ao Grupo Renner Herrmann.

Mas Oscar Windmuller não parou por aí. Seguindo a tradição familiar no setor de tintas, criou ainda na década de 70 a Sumaré Tintas, que mais uma vez trouxe muita inovação e que, posteriormente, foi vendida para a Sherwin-Williams.

(Fonte: “A indústria de tintas no Brasil - Cem anos de cor & história”, pulicado pela Abrafati em 1989)

Depoimento de Antonio Carlos de Oliveira, presidente-executivo da Abrafati

“Foi com muito pesar que soube do falecimento de Oscar Windmuller. Foi uma pessoa excepcional, um homem que pensava à frente do seu tempo e que teve um papel muito importante no desenvolvimento da indústria de tintas no Brasil, tanto na Polidura - empresa criada por sua família e que ele dirigiu por longos anos - quanto na Tintas Sumaré, que fundou na década de 1970.

Convivi com ele muito proximamente por bastante tempo na Polidura. Foi ele, inclusive, que me contratou para trabalhar na empresa. Ali, pude aprender muito com seus exemplos de postura e de valorização de aspectos que, naquela época, não estavam tão em voga: a qualidade dos produtos, meio ambiente, a limpeza e a organização da fábrica, segurança, capacitação dos funcionários. Além de todos esses ensinamentos valiosos, Oscar Windmuller me abriu oportunidades de crescimento ali, sendo fundamental para a minha carreira.

Tinha forte ligação com a Polidura, que havia sido fundada por seu pai e seu tio, vindos da Alemanha. Lembro-me de como, no momento da venda da empresa, ele, com emoção contida, se preocupava em que ela continuasse a sua trajetória de crescimento e de contribuição para o país. Era como um filho que ele via crescer e se tornou independente.

Seu amor pela indústria de tintas, seu perfil empreendedor e conhecimento técnico o levaram, pouco depois da venda da Polidura, a fundar a Sumaré Tintas, para fabricar tintas com alto teor tecnológico. A empresa, hoje pertencente à Sherwin-Williams, foi mais uma de suas importantes contribuições para o nosso setor.

Concluo afirmando que Oscar Windmuller deixou um grande legado, com seus exemplos de vida e de trabalho, assim como com as empresas a que esteve ligado, que ocupam papel de destaque no cenário das tintas no Brasil.”

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