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ENAIQ destaca desempenho do setor químico brasileiro em 2021

09/12/2021 - 08:12

Setor químico deve encerrar o ano com faturamento de US$ 142,8 bilhões e déficit de US$ 45 bilhões

Mais de 600 pessoas acompanharam ao vivo o 26º Encontro Anual da Indústria Química, realizado de modo virtual, em 3 de dezembro, no canal da Abiquim, no YouTube. O ENAIQ teve a presença dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Flávio Rocha. O deputado federal Afonso Motta (PDT/RS), coordenador da Frente Parlamentar da Química, Andrew Walberer, sócio da consultoria Kearney, e Paulo Gala, economista da FGV-SP, também participaram do evento.

O presidente do Conselho da Abiquim, João Parolin, abriu o encontro ressaltando o quanto a química foi fundamental para o combate à pandemia, seja por meio da produção de vacinas, pela fabricação de itens que ajudam na prevenção do contágio ou até mesmo durante o tratamento com a utilização do oxigênio, por exemplo.

“Se o ano de 2020 foi um ano de adaptação à uma realidade inesperada, 2021 foi um ano de muita luta e muito trabalho. O resultado desse grande esforço mostra que apesar das adversidades, a indústria química brasileira possui todas as condições de gerar ainda mais riqueza para o país. E acreditando num 2022 de muito trabalho e com boas perspectivas, podemos afirmar que o Brasil precisa de uma indústria química forte. Desempenhamos um papel vital e único na construção do desenvolvimento econômico da nossa nação e promovemos qualidade de vida em diversas áreas importantes como saneamento, saúde, habitação, transporte, alimentação, geração de energia, entre tantas outras”, destacou Parolin.

E foi com essa motivação que o deputado federal Afonso Motta ressaltou o trabalho da Frente Parlamentar da Química que vem atuando desde 2012 na casa parlamentar. “Tivemos esse ano a oportunidade de construir um conteúdo de ampliação dessa representação e do próprio debate compreendendo as diversas interligações que o setor tem e a importância de todos estarem convergindo para os mesmos propósitos”.

Na mesma linha, o Almirante Flavio Rocha afirmou que a parceria da Secretaria de Assuntos Estratégicos com a Abiquim não poderia ter ocorrido em um momento mais oportuno. “Iniciamos tratativas já para 2022 em que a SAE e a ABIQUIM realizem um primeiro evento em formato de simpósio para suscitar reflexões, discutir desafios e oportunidades e propor ações estratégicas que visem o desenvolvimento de uma agenda nacional de longo prazo, com o propósito de alavancar a competitividade no setor.

Para o ministro Paulo Guedes, o governo está ciente das diversas variáveis da economia brasileira e tem trabalhado para endereçá-las, sobretudo a importância de se respeitar o teto de gastos que influencia diretamente a taxa de juros e a competitividade da indústria nacional.

“Do nosso lado, existe uma agenda de controle que é nosso jogo de defesa. E no jogo de ataque está exatamente a transformação do Estado Brasileiro, essa mudança dos marcos regulatórios, pela convicção de que o crescimento econômico brasileiro do futuro tem que ser dirigido pela economia de mercado. Trata-se de uma transformação estrutural. Estamos saindo de um Estado Dirigista, isso não dá mais. Houve uma corrupção da democracia brasileira, de estagnação da economia brasileira e o colapso dos investimentos no Brasil. À indústria química, pode ter certeza, que o protagonismo é justamente em cima dos investimentos do setor privado. O setor público vai sempre fazer um investimento aqui ou acolá, mas ele não tem capacidade financeira de acompanhar. Isso já está provado em diversos setores”, finalizou Guedes.

Números apresentados mostram que o setor terá um faturamento em 2021 da ordem de 142,8 bilhões de dólares, 33% superior a 2020. Ainda assim, em decorrência do crescimento continuado das importações, o déficit comercial será recorde, em torno de US$ 45 bilhões.

“Foi um ano em que o setor químico mostrou que da porta para dentro segue muito eficiente, ou seja, referente às questões endógenas. Quando o Brasil tiver matéria-prima, energia e tributos competitivos com outros países produtores - fatores exógenos - nossa indústria poderá dobrar de tamanho em um período razoável de 25 a 30 anos”, resumiu Ciro Marino, presidente-executivo da Abiquim.

O evento teve um painel sobre a importância da indústria química no desenvolvimento sustentável com a presença de Elias Lacerda, coordenador do Comitê para o Desenvolvimento Sustentável da Abiquim, presidente da Evonik para América do Sul e Central; Mariana Maraccini, coordenadora do Grupo Multidisciplinar de Mudanças Climáticas, diretora de estratégia e transformação de Product Supply da Bayer para a América Latina e Rodolfo Viana, coordenador do GT Economia Circular, gerente de sustentabilidade da BASF para América do Sul.

Outro destaque foi o convidado internacional, o químicos James Clark, diretor do Centro de Química Verde da Universidade de York (Inglaterra), que falou sobre o potencial do Brasil na química de renováveis e nos bioprodutos.

Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia

Durante o evento, foram anunciados os vencedores do Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia: na categoria start-up, a vencedora foi a BR Tech Soluções Tecnológicas Ltda com o projeto “Remoção de fósforo presente em efluentes de estações de tratamento de água e esgotos utilizando techphos” da pesquisadora Flávia Camargo Alves Figueiredo.

Na categoria empresa, o vencedor foi o Instituto de Tecnologia em Fármacos, em parceria com o SENAI CETIQT, com o projeto “Otimização da Síntese de Isoniazida com reatores de microfluídica da pesquisadora Núbia Boechat.

Na categoria pesquisador, dois trabalhos alcançaram o primeiro lugar: Dalmo Mandelli da Universidade Federal do ABC com “Derivados de Produtos Naturais - Novas moléculas ativas com baixa toxicidade contra a Doença de Chagas - Uma síntese simples e ambientalmente correta” e Sávio Souza Venâncio Vianna da UNICAMP com “Desenvolvimento de um simulador computacional para combustão pré-misturada e acidental na indústria Química”.

Os alunos brasileiros vencedores das Olimpíadas de Química também foram apresentados.

O 26º ENAIQ pode ser assistido na íntegra no canal da Abiquim no YouTube.

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