Construção civil fecha 2020 com crescimento de mais de 20% em relação ao pré-Covid e expectativas são de mais crescimento em 2021

22/01/2021 - 10:01

Estudo da Juntos Somos Mais mostra que expectativa do setor é positiva para este ano

No início da pandemia, o setor da construção civil como todos os demais setores sofreu um forte impacto no volume de vendas. Porém, o varejo da construção civil demonstrou forte resiliência e adaptação às novas demandas durante a pandemia. Ao longo dos últimos cinco anos, o setor aprendeu a conviver com o decréscimo do PIB e a constante crise no segmento, tornando-o preparado e criativo para enfrentar novas dificuldades.

Com um ecossistema que reúne mais de 85 mil varejistas, 500 mil profissionais da construção civil em todo Brasil e mais de 25 empresas de serviços e indústrias ligadas à construção civil, a Juntos Somos Mais vem acompanhando o desempenho do setor ao longo dos últimos meses. O indicador Juntos Somos Mais, que apura as vendas de indústrias para o varejo da construção, indicou que, no acumulado do ano até novembro, o setor teve uma performance 22% do setor melhor do que no período pré-Covid. Apenas em novembro de 2020, a performance foi 48% melhor do que no período anterior.

No início da pandemia, em abril, a expectativa em relação ao desempenho de vendas para 2020 era muito ruim. Pesquisa realizada no dia 17 daquele mês com representantes das indústrias da construção civil indicou que apenas 11% dos respondentes acreditavam que o ano de 2020 teria um faturamento superior ao ano de 2019, outros 11% que 2020 seria similar à 2019, enquanto 22% que a queda seria de até 10% e 56% entendiam que a queda seria entre 10% e 30%. A pesquisa mais recente, realizada em dezembro de 2020, aponta que 89% acreditam que 2020 será de crescimento no faturamento versus o ano anterior e 11% que o faturamento de 2020 será similar ao ano anterior.

Há vários fatores contribuindo para o desempenho positivo do segmento. O primeiro deles está ligado a uma mudança de comportamento do consumidor que, estando mais tempo em casa, tem valorizado mais a sua casa e classificado "pequenas reformas" como um "item importante, não supérfluo". A taxa de juros nos menores patamares da história conjugada com um déficit habitacional que cresceu de 2012 a 2017 (último dado disponível) também têm motivado a demanda por obras e reformas. Entretanto, a partir de análise de dados internos e indicadores externos, a área de Inteligência da Juntos Somos Mais concluiu que o auxílio emergencial foi responsável por 75% do crescimento.

Consequentemente, o fim do auxílio traz incertezas sobre cenários de crescimento no próximo ano. Ainda assim, 100% das indústrias pesquisadas esperam aumento de faturamento em 2021, sendo que 67% esperam crescimento acima de 10%. "Apesar de muitas incertezas sobre este ano, a mudança de comportamento do consumidor em relação a sua casa, taxas de juros em patamares historicamente baixos e o alto déficit habitacional no Brasil devem estimular significativamente a demanda por obras e reformas", explica Antonio Serrano, CEO da Juntos Somos Mais, que ainda destaca: "Movimentos do governo como o marco legal do saneamento e o lançamento da Casa Verde e Amarela são combustíveis adicionais para a demanda." Por outro lado, o fim do auxílio emergencial, maior desemprego e a macroeconomia podem prejudicar as expectativas reduzindo investimentos. "Devemos estar preparados para diversos cenários este ano e vamos trabalhar para que 2021 a construção civil contribua para o crescimento do Brasil", finaliza Serrano.

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