Hydronorth distribui quase R$ 2 milhões para funcionários

09/05/2024 - 15:05

Já imaginou chegar no trabalho e descobrir que ganhou um bônus de R$ 7 mil, e que este valor representa até 4 vezes o seu salário? Parece bastante irreal, principalmente se você ocupa um cargo que está fora do topo da organização, onde ficam gerentes, diretores e CEOs.

Mas aconteceu, e em uma empresa familiar de médio porte no ramo de tintas, em Cambé, no interior do Paraná. A ação inédita é da Hydronorth, que distribuiu igualmente entre os seus 192 funcionários, um resultado de R$ 1,7 milhões. E ainda é um valor extra dos bônus já entregues durante o ano, o chamado resultado extraordinário.

Não é exatamente um oásis financeiro, mas um planejamento de 5 anos, que foi colocado em prática e deu excelentes resultados. Impulsionados por um momento desafiador do mercado, e um trajeto de mais de 40 anos com políticas que focam na valorização de pessoas, Matheus Góis, dono da empresa, decidiu aproveitar a vocação e impulsionar o clima organizacional e os negócios.

Bonificar por resultados é um método comum nas maiores empresas do mundo, especialmente as de mercado aberto como Google e IFood. Mas o projeto, que ganhou o nome UAU, tem uma relação muito próxima ao propósito da organização que é "Promover vida onde estivermos", e envolver todos como parte do negócio.

"Sempre tivemos programas internos para valorização profissional, inclusão, com políticas para as pessoas, compliance, governança. Porque acreditamos que é importante mexer com o propósito de quem está com a gente. Nosso foco foi envolver todos, não somente para fazer bem o trabalho, mas que eles entendessem que também devem fazer parte do resultado", disse Matheus.

Para chegar à fórmula e expandir o bônus da gestão até o chão de fábrica, a empresa partiu de uma base crescente de bônus. Já existia há muitos anos uma meta do EBITDA, que é um dos principais indicadores utilizados na análise de empresa para medir o êxito da operação, é resultado de toda a gestão da organização, como comprar matéria prima, ter boas equipes, produtividade eficiente, vender preço adequado. A partir desse índice é feito o planejamento para o ano subsequente.

"Toda construção do orçamento tem que gerar uma meta de EBITDA, e essa é uma meta que as empresas buscam, ano após ano, sempre crescendo, sempre tentando performar. Foi quando decidimos que este seria também um balizador para compartilhas riqueza, o que é o programa UAU. Então tínhamos uma meta de venda em 2023, superamos, apresentamos um novo desafio com mais bônus, foi também superado, e colocamos então a superação da meta do desafio, onde 50% desse lucro não voltaria para empresa, mas seria dividido entre todos igualmente", explica Góis.

O resultado desses 50%, foi de R$ 1,7 mi, o que deu, por exemplo, para os 70 trabalhadores da fábrica uma média de R$ 7.300, o equivalente a 2,6 salários de premiação. Colocar o UAU no bolso provocou uma revolução na organização, teve funcionário que comprou pacote de viagem, sapatos e roupas, marcou jantares onde nunca tinha ido, mas também os que pagaram dívidas e guardaram. Foi a oportunidade de tirar sonhos da gaveta.

"Vou comprar à vista, sem precisar de financiamento. Agradar minha mulher com um jogo de quarto novo e ainda vou conseguir guardar a outra parte do dinheiro para ir para praia" - comenta Olivio Santana. Há 8 anos como conferente de produtos, não imaginava que o esforço que a equipe fez para chegar as metas batidas, levaria a um bônus assim. "Achava que era menos, deu muito mais", comemora.

Há mais de 20 anos Maria da Conceição Magri é operadora de máquinas, e a única mulher neste setor da fábrica, ela passou por vários momentos da organização e quando viu a oportunidade do bônus não teve dúvidas. "Conforme saia as ordens de produção, a gente trabalhava pra dar conta de entregar, um esforço pra chegar aos números, entrava mais cedo, trabalhava aos sábados, nem imaginei que ia render tanto".

Para o departamento de recursos humanos, ações como esta transformam o clima organizacional.

"Tivemos picos de produção, o comercial acelerou e a fábrica e o administrativo responderam muito rápido, era tanto envolvimento da operação que se criou um jargão, e que mesmo agora, após o pagamento do bônus, entrou em nova fase, a do "vamos colocar o UAU no bolso em 2024". Abrir os números para todos, mostrar as metas, mas também o que se vendia, os resultados financeiros da empresa que iam sendo alcançados mês a mês, fez com que todos se sentissem realmente parte do negócio", lembra a coordenadora de RH, Natália Rodrigues.

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