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tentável”, acrescenta Soares.
Roberta de Carvalho, gerente de marketing
da Stardur, faz questão de lembrar que na
América do Sul ainda não existe uma le-
gislação que regule a emissão de solven-
tes ao ambiente. “Assim, as empresas que
procuram por esse tipo de tecnologia são
aquelas que estão um passo à frente de
seu tempo. Preocupadas com a preser-
vação do ambiente e com a saúde dos
profissionais, essas empresas encontram
nos produtos à base d´água uma atuação
ecologicamente correta. Cabe à indústria
de tintas incentivar essas ações e difundir
cada vez mais esses produtos e seu correto
uso, pois, além do apelo ecológico, trata-
-se de uma tecnologia que traz diversos
benefícios para as oficinas de reparação
automotiva nos aspectos econômico, de
aplicação e de durabilidade dos produtos”,
detalha Roberta.
A BASF, por exemplo, oferece o sistema de
pintura Glasurit à base d´água para repin-
tura automotiva desde 1992, quando foi
lançada na Europa a Linha 90. “Desde en-
tão, estes sistemas começaram a ser difun-
didos em todo o mundo. Hoje já estão pre-
sentes em todos os continentes. No Brasil,
a BASF começou a trabalhar com a terceira
geração desta tecnologia em setembro de
2005, quando lançou um completo portfó-
lio de produtos, no qual além da tinta à
base d’água da Linha 90 introduzimos ou-
tros produtos com baixo teor de solvente
e livres de metais pesados. Os produtos à
base d’água têm por característica serem
ecologicamente corretos, pois não agri-
dem o meio ambiente e não afetam a saú-
de dos profissionais que os utilizam, além
de atenderem as diretrizes de emissão de
solventes orgânicos (VOC) globais. Diante
destas vantagens e do panorama global,
podemos dizer que o segmento de tintas
à base d’água permanece em crescimento,
visto que além da sustentabilidade oferece
excelentes ganhos de produtividade”, fala
Andrea Orlandi, gerente de produto repin-
tura automotiva – Glasurit & Salcomix.
André Cruz, gerente de desenvolvimento
de produto da Sherwin-Williams, avisa que
as oficinas já sabem o que é um sistema
base água e muitos mitos foram derruba-
dos. “A demanda por esta linha é crescente
e os benefícios estão cada vez mais claros
aos empresários do setor, que estão conse-
guindo agregar valor aos serviços presta-
dos”, acrescenta Cruz.
Derrubando paradigmas
Por meio do processo à base de água, a
água substitui o solvente orgânico como
meio de transporte. No Brasil, a Mercedes-
-Benz derrubou antigos paradigmas ao se
tornar pioneira na aplicação desse proces-
so. É mais do que comprovado que a pin-
tura que recobre a superfície das chapas
prolonga a vida útil do veículo. Exposto às
intempéries, certamente teríamos verda-
deiros transmissores de tétano transitando
pelas ruas do mundo todo.
Na pintura ou repintura à base d´água a
resina e o pigmento continuam, mas a po-
luição causada pelo processo pode ser re-
duzida em até 75%. Os 25% faltantes são
oriundos do verniz, que é formado por dois
componentes à base de solvente orgânico.
Novos tempos e formulações certamente
chegarão. “A BASF iniciou a introdução
desta tecnologia no mercado sul-ameri-
cano em 2005. Por cerca de dois anos a
iniciativa esteve vinculada a uma parceria
com uma montadora alemã. Devido ao su-
cesso da parceria, surgiram outros interes-
sados: outras montadoras, concessionárias
e oficinas também quiseram aproveitar
os ganhos da nova tecnologia. Em 2007,
a BASF iniciou o trabalho com diversas
concessionárias e com oficinas multimar-
cas. Desde então, a BASF vem trabalhando
continuamente na implementação da tec-
nologia em todo o País. Já estamos pre-
sentes em 48 cidades de 16 Estados com
essa tecnologia. O mercado tem crescido e
ainda há muito espaço para evoluir, apesar
de não termos uma legislação específica
como na União Europeia e outros países;
dessa forma, a adesão à nova tecnologia é
espontânea. O mercado está atento a no-
vidades e busca maneiras de se diferenciar
e oferecer valor aos serviços de reparação.
Ainda há espaço para crescer e a expecta-
tiva para os próximos anos no País é muito
boa”, avalia Orlandi.
Como em toda mudança de tecnologia a
insegurança, em determinados momento,
se fez presente. “Quando foi implantado
o processo de repintura com tintas à base
de água no Brasil, existia uma insegurança
por parte das oficinas, principalmente no
que diz respeito ao processo de adapta-
ção e aos métodos de aplicação. Hoje, os
profissionais possuem mais informações
sobre o sistema, o que facilita a aceitação
e o aprimoramento das técnicas de apli-
cação, tornando-se assim um sistema tão
robusto e fácil de aplicar quanto os base-
coats convencionais. São cada vez maiores
as discussões em torno da sustentabilida-
de, tema que ocupa as preocupações tan-
to no aspecto político quanto econômico.
O governo brasileiro, por exemplo, está
trabalhando em diversas frentes político
ambientais para promover processos mais
sustentáveis, como a legislação para o ge-
renciamento de resíduos sólidos. Apesar de
o Brasil ainda não possuir uma legislação
para a redução de Compostos Orgânicos
Voláteis (VOC), o mercado de repintura já
está se organizando para promover pro-