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SISTEMAS TINTOMÉTRICOS
Sistema tintométrico:
há mais de 20 anos
presente NO Brasil
O divisor de águas do mercado brasi-
leiro que colaborou fortemente para
transformar a tinta de material de
construção em decoração
Por Nany Cardoso
O sistema sintométrico no ano passado completou 20 anos do seu lan-
çamento no Brasil. Foi um divisor de águas no mercado brasileiro e cola-
borou fortemente para transformar a tinta de material de construção em
material de decoração.
De acordo com Sergio Dennis Campéas, que foi um dos responsáveis
pelo lançamento do sistema tintométrico no Mercosul pelo Grupo Bunge
-Tintas Coral, o sistema tintométrico chegou efetivamente ao Brasil só no
segundo semestre de 1992. Algumas tentativas anteriores de lançamen-
to, entre as décadas de 70 e 80, acabaram não tendo continuidade. O
sistema já existia nos EUA há quase quatro décadas, e na Europa, desde
a década de 70. “Talvez tenha sido a inovação do mercado internacional
de tintas que mais demorou a chegar ao Brasil. A grande diferença entre
o lançamento no Brasil e no mundo afora foi a decisão de entrar no mer-
cado exclusivamente com máquinas automáticas de última geração. Em
outros mercados, optou-se sempre por iniciar commáquinas manuais, de-
pois, gradativamente, entrar com as semiautomáticas e, em seguida, com
as automáticas. Fora as vantagens competitivas que o sistema trazia, no
Brasil utilizou-se o sistema como forma de agregar imagemde vanguarda
e tecnologia à empresa e à marca, sugerindo aos revendedores deixarem
o sistema o mais exposto possível dentro do ponto de venda. Talvez esse
tenha sido umdos grandes impulsionadores da propagação e sucesso do
sistema e foi com certeza um divisor de águas na caracterização e moder-
nização da ambientação interna das lojas e na melhoria do atendimento
ao consumidor”, afirma.
Segundo Campéas, o sistema tintométrico levou o público feminino a fre-
quentar o ponto de venda: “Atualmente, as mulheres são as principais
responsáveis pela decisão de pintar e pela escolha da cor. Os profissionais
de arquitetura e decoração costumavam, namaioria das vezes, delegar ao
pintor a ida ao ponto de venda para a compra da tinta, e muitas vezes, a
decisão de marca e produto, pois, vale lembrar, a oferta de cores e produ-
tos era limitada e não havia estímulo à criatividade. Escolhia-se uma cor
pronta na cartela e pronto”, detalha o executivo.
Ele aponta que, passados 20 anos, estima-se uma quantidade acima de
15mil equipamentos nos pontos de venda, grande parte demáquinas au-
tomáticas, apesar da grande entrada de máquinas manuais nos últimos
anos, que estão espalhadas por todo o território nacional, cobrindo mi-
lhares de pontos de venda. “Em, termos de distribuição ponderada cobre
quase toda a demanda de cores do mercado. São dezenas de fabricantes
trabalhando efetivamente com sistema tintométrico, porém o volume de
tinta no Brasil comercializado pelo sistema ainda é pouco representativo
se comparado com mercados mais maduros, como EUA e alguns países
da Europa Ocidental”, explica Campéas.
“No Brasil, a transferência do consumo das cores prontas (Ready Mix)
para as cores pelo sistema tintométrico poderia ser mais acelerada, caso
a maioria dos fabricantes de tinta focasse mais ativamente o processo
de oferta de cores prontas para o sistema, sabendo que 3/4 destas cores
prontas têm baixíssimo giro tanto na fábrica como nos pontos de venda.
Muitos alegam que a diferença de preço em algumas cores ainda é uma
barreira para isso, outros acham que manter uma gama de cores prontas
ainda é um diferencial competitivo. Com isso, a produção de bases acaba
competindo com os produtos prontos na linha de produção dos fabri-
cantes e, ao invés de colaborar, acaba gerando complexidade na planta.