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A relação escola e indústria é muito importan-
te para o aprimoramento e enriquecimento do
processo educacional na formação da mão
de obra que atenderá o mercado de trabalho,
acredita o diretor da Escola Senai, no Tatuapé,
Abílio José Weber. “É graças à parceria do Si-
tivesp e o Senai, em especial a Escola SENAI
‹Orlando Laviero Ferraiuolo›, conhecida como
a escola da construção civil, que os cursos de-
senvolvidos na área de pintura apresentam
alto grau de qualidade: pelo conteúdo desen-
volvido, pela participação de fabricantes de
tintas em palestras e pela qualidade do ma-
terial aplicado nas atividades práticas, sendo
que grande parte desse processo é articulado
pelo Sitivesp, que  mobiliza as empresas asso-
ciadas com o objetivo de incentivar as empre-
sas a fornecerem seus produtos e a participa-
rem da formação dessa mão de obra.”
Novo perfil
A busca pela formação não é a única mudança
notada nas Escolas do Senai. É grande o núme-
ro de pessoas que investem na pintura como
uma nova profissão.A pintura está atraindo um
público diferente. “Eles estão antenados, que-
rem entender os fundamentos, não tratam a
profissão como um bico”, comenta Sá.
O professor diz que é grande o número de
pessoas que migraram de áreas administrati-
vas para a pintura, por perceberem que é uma
área carente de informação. Para Sá, certas
disciplinas e visões que o Senai começou a im-
plantar criaram um novo tipo de profissional,
com conhecimento técnico. “Se ele não quiser
trabalhar como pintor pode ser um vendedor
técnico em um home center”, lembra.
A grande maioria, no entanto, traz para o
curso o espírito empreendedor. São pessoas
que querem mudar de atividade. “O pintor
tradicional só vem quando percebe que pre-
cisa conhecer novas técnicas”, afirma Sá. O
número de mulheres no curso também cresce
tanto emGuarulhos, quanto noTatuapé.“Elas
têm um bom perfil, são atentas, organizadas e
sabem se posicionar positivamente”.
Frequentando os cursos do Senai é possível
encontrar todo tipo de aluno. Um exemplo é a
aluna de pintura decorativa Fernanda Magna,
que estuda na unidade Tatuapé. Educadora,
ela procurou a pintura apenas por curiosida-
de. “Não tinha ideia de fundamentos, via uma
parede e ficava pensando como será que eles
conseguem esse efeito, daí entrei no curso
para conhecer”. Sem pretensões profissionais
ela afirma que fará uso doméstico do curso.
“Vou fazer uma pintura em casa, no meu
quarto e do meu filho, quem sabe para os
amigos e parentes”, brinca.
Na mesma sala encontramos Rogério de Ma-
tos, que trocou o planejamento estratégico
pela pintura. Segundo ele, a ideia era mesmo
mudar de ares, ter um negócio próprio. “Ini-
cialmente pretendia montar um serviço de
marido de aluguel, aí fiz o curso de pintura e
tudo mudou”. E mudou mesmo. Rogério foi
contratado e hoje dá aulas no Senai. “Fiz o
curso de pintor de obras e agora estou dando
aulas e treinando a pintura decorativa para
quem sabe no futuro dar aula também. Pra
mim deu certo, vale a pena investir, deu resul-
tado muito antes do que eu esperava”.