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PAINT & PINTURA
Maio 2009
www.paintshow.com.br
Paint & Pintura: Estamos no
meio de uma séria crise econô-
mica global. Até que ponto os
planos da nova Dow foram atin-
gidos por ela?
Fernandes:
A princípio, todos os
investimentos que haviam sido
planejados para a área de coa-
tings estão sendo entregues. O
investimento mais pesado foi na
fábrica de polímeros acrílicos em
Jacareí. Embora seja uma fábrica
multiuso, o grande usuário dela
é a área de coatings. Esse investi-
mento não só foi terminado como
estamos olhando novas oportuni-
dades para o futuro.
A economia realmente está pas-
sando por uma situação delica-
da nesse momento, e no Brasil,
muito mais em função da descon-
fiança do consumidor do que pela
crise efetivamente. Se olharmos
toda a questão estrutural, o
Brasil está bem: tem reservas
de US$ 200 bilhões, o que aju-
da muito em épocas de crise. Os
consumidores, por não saberem o
que pode acontecer nos próximos
meses ou anos, se terão ou não
emprego, começaram a reduzir
suas compras. Isso afetou todos
os segmentos, inclusive a compra
de tintas. Essa situação ajudou
a baixar a demanda no Brasil.
Se olharmos especificamente o
mercado de tintas, não houve
um bom começo de ano, primei-
ro porque janeiro foi um ano de
muita chuva; fevereiro foi um
mês de 16 dias. Ou seja, somando
janeiro e fevereiro já se chegou a
um terço do trimestre. Em março
tivemos um pouco de recuperação
dos níveis de estoque nos lojistas,
mas não porque o mercado voltou
a ‘bombar’.
Paint & Pintura: E qual a ex-
pectativa da empresa para o
ano?
Fernandes:
Tivemos um pri-
meiro trimestre que não foi dos
melhores; acredito que os nossos
clientes tenham sentido os mes-
mos reflexos nos seus volumes. O
segundo trimestre deve ser uma
acomodação dessa situação, com
níveis menores que igual trimes-
tre do ano passado, mas me-
lhores que o primeiro trimestre
deste ano. O terceiro trimestre
deve ser bastante parecido ao
terceiro do ano passado, que já
vinha numa combinação de ano
bom com queda em setembro.
E, finalmente, o quarto trimes-
tre deve ser forte, não porque
o mercado vai ‘bombar’, mas
porque o quatro trimestre do
ano passado foi muito ruim. Se
olharmos as vendas da indústria
de um modo geral, nesse perío-
do já haviam sido afetadas pela
crise. Nossa previsão é que o
desempenho da companhia seja
igual ou 5% inferior ao do ano
passado, e por causa do tama-
nho da crise mundial até que
não é nada. Realmente atraves-
sar um período tão crítico com
o mesmo volume ou 5% abaixo
é relativamente bom para a in-
dústria de tinta.
Em relação a 2010, já com a pers-
pectiva de retomada, deve ser um
ano melhor. Sabemos que temos
de atravessar este ano ajustando
nossos gastos, porque caiu o nível
de venda, e voltar a ajustar os
inventários e as nossas estrutu-
ras de custos para que consiga-
mos suportar o crescimento que
ocorrerá no segundo semestre
deste ano.
Paint & Pintura: Como a Dow
Coating Materials enxerga o
Brasil no contexto mundial e
qual o potencial de crescimen-
to?
Fernandes:
O Brasil é um país
muito importante para a Dow
Coating Materials, por algumas
características: porque é o princi-
pal da América do Sul, é um país
que está crescendo e que continu-
ará a crescer; fez toda a lição de
casa com relação às estruturas
econômicas que eram necessárias.
Além disso, o Brasil está dentro
da lista de Dow Coating Materials
global, que chamamos de eco-
nomias emergentes, assim como
Índia e China.
O PIB da América Latina represen-
ta cerca de 5% do mundo, e esse
potencial de crescimento, como no
caso do Brasil, torna-se uma fonte
para que as empresas globais mi-
nimizem suas perdas em mercados
maduros. O Brasil, nesse contexto,
atrairá, sem dúvida, os investi-
dores. Acredito que, no prazo de
um ano, o fluxo de investimento
retornará, porque não é a crise
que inibe os investimentos, mas
a insegurança quanto ao cres-
cimento sustentável de um país,
coisa que o Brasil já deu sinais de
possuir.
De minha parte, estou bastan-
te alegre e entusiasmado com a
oportunidade de dar continui-
dade ao trabalho que ambas as
companhias vinham realizando e
poder trazer o melhor para nossos
clientes. Além disso, posso lhes
assegurar que o objetivo da nova
organização é ajudá-los a aumen-
tar seus negócios e, principalmen-
te, ajudar a aumentar o consumo
de tintas no Brasil.
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