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PAINT & PINTURA
Outubro 2009
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nesse ponto, ele foi um privi-
legiado. Como sempre se so-
bressaia em suas funções, teve
as oportunidades necessárias
para chegar ao topo como um
profissional competente, res-
peitado e querido pelos colegas.
“Eu tenho a honra de dizer que
nunca reivindiquei aumento de
salário nem pressionei ninguém
para receber cargos superiores.
Pelo contrário, as coisas acon-
teciam naturalmente, às vezes
até antes do que eu estipulava,
porque, é claro, todo homem
tem suas metas e objetivos”,
justifica.
Uma das teorias que ele defende
e de que se orgulha é o fato de
todos os funcionários da Divisão
Pigmentos e Aditivos da Cla-
riant serem formados dentro da
própria empresa e terem uma
verdadeira identidade com ela
e com o mercado. “Essa divisão
cria os seus próprios quadros,
principalmente na área de as-
sistência técnica, vendedores
técnicos e retaguarda de labo-
ratório. Todos, sem exceção,
que aqui estão, são frutos dessa
filosofia de trabalho.”
Nesta entrevista, o leitor poderá
conferir com mais detalhes os
fatos que marcaram a trajetória
de Eide Paulo de Oliveira e, tam-
bém, conferir os depoimentos de
pessoas que fizeram (e fazem)
parte dessa história.
Coragem, garra, estudo, dedicação, vontade e oportunidade. Estes são
os predicados que pautaram as cinco décadas do profissional e do colega
respeitado durante a sua trajetória na Clariant que, com certeza, ainda
terá muitos capítulos.
Paint & Pintura - Como teve iní-
cio essa história?
Eide Paulo -
No ano de 1959, mais
precisamente no dia 25 de setem-
bro de 1959. Pode parecer incrí-
vel, mas não foi o meu primeiro
emprego, porque antes de ingres-
sar na velha Hoechst eu já havia
trabalhado em duas empresas. A
primeira foi a D’Giosa Indústrias
Gráficas, com 13 anos de idade.
À época era permitido ao menor
trabalhar somente a partir dos
14, então eu tive que receber uma
autorização especial do Juizado de
Menores. Depois, eu me transferi
dessa empresa para ser o segundo
funcionário da Editora Lep. E foi
nessa época em que eu comecei
a ter os primeiros contatos com
cultura e todos os clássicos da
literatura mundial, porque eu
compunha tipograficamente e,
depois, passei a ser linotipista.
Normalmente, o linotipista fazia
a composição em chumbo e depois
o revisor revisava, mas como nós
29
Por Marcos Mila
PAINT & PINTURA
Setembro 2009
éramos poucos eu fazia tudo. E
para minha sorte, obviamente,
eu fui convidado por um colega, o
Edson Ribeiro de Lima, que traba-
lhava também como office boy na
Hoechst. Ele me disse que era uma
empresa internacional se insta-
lando no Brasil e via muito futuro
para essa empresa aqui. Então, eu
deixei um salário de 7 mil e duzen-
tos cruzeiros para receber 3 mil
cruzeiros na velha Hoechst. Mas
foi uma aposta que valeu a pena.
Paint & Pintura - E como é que foi
a trajetória dentro da Hoechst?
Eide Paulo -
Foi surpreenden-
te e fulminante. Eu entrei com
14 anos e meio exatamente na
empresa e, com um ano, já estava
trabalhando em um Kardex,
departamento que cuidava do
controle de clientes. Comecei, por
iniciativa própria, a desenvolver
ferramentas para controlar as
nossas vendas em cada cliente.
O objetivo maior era dar ferra-
mentas para os vendedores e os
técnicos. Tudo o que eles faziam
eu transformava em informa-
ções, de maneira que, quando
o técnico fosse visitar, ele sabia
o que o vendedor fez e deixou
pendente ou vice-versa. E isso foi
uma ferramenta extremamente
apreciada na época e introduzida
nos outros departamentos.
Paint & Pintura - Depois o se-
“É pelo ser humano que
se desenvolvem as ide-
ias, se estabelece o rela-
cionamento honesto e
produtivo para ambas as
partes (empresa/cliente).
Eu acho que o ser huma-
no é a chave e a razão
de tudo isso”