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30
Outubro 2009
PAINT & PINTURA
Paint & Pintura - E o senhor
conseguiu cumprir essa missão?
Eide Paulo -
Eu tive esse privilégio.
Eu costumo definir a sorte como
o encontro da capacidade com a
oportunidade. Outro fato mar-
cante na minha vida foi a minha
primeira viagem para a Alemanha,
que foi logo após esse êxito fora
do comum. Chegando em um país
estranho, uma outra cultura, sem
falar o idioma, para estudar o idio-
ma e, para a minha surpresa, mas
com muito esforço obviamente,
eu consegui, em curtíssimo espaço
de tempo, me comunicar razo-
avelmente bem em alemão. Fiz um
estágio na Alemanha e construí
muitas amizades que perduram
até hoje. Atualmente, muitos já
estão aposentados, mas eu os visito
frenquentemente.
nhor foi para qual setor?
Eide Paulo -
Eu passei a ser res-
ponsável por todo o faturamento
da empresa, incluindo a área far-
macêutica, que era um pouco sepa-
rada e, também, pela escrita fiscal.
Depois, por questões internas,
houve uma reestruturação dessas
atividades para o departamento
de contabilidade e não fazia o meu
gênero; eu nunca fui de “creditar
o sol e debitar a lua”. Então, eu
tomei até a decisão de deixar a
empresa, mas aí alguém especial
para mim (Karl Friederich Neu)
tomou conhecimento e me ofereceu
uma oportunidade no laboratório
de pigmentos. A partir daí come-
çou minha carreira no laboratório
de pigmentos, onde fiquei menos
de dois anos, quando fui convidado
a ser vendedor. Assim, aos 25 anos
eu assumi a primeira gerência
na filial São Paulo, já que a nossa
matriz era no Rio de Janeiro, e na
sequência, a gerência de vendas
Brasil, a gerência do departamen-
to, depois uma diretoria opera-
cional que envolvia oitos departa-
mentos, uma trade company e uma
joint-venture e, finalmente, diretor
da Divisão Pigmentos e Aditivos
para a América Latina.
Paint & Pintura - E quais foram
os fatos que mais marcaram o
senhor dentro da empresa?
Eide Paulo -
Bem, a própria
carreira em si foi extreman-
te, como eu disse, meteórica
e me surpreendia, porque
a cada desafio, modéstia à
parte, eu percebia que era
capaz de fazer alguma coisa
a mais. Isso, obviamente,
marcou muito, porque as
coisas aconteciam natural-
mente. Eu tenho a honra de
dizer que nunca reivindiquei
aumento de salário nem
pressionei ninguém para re-
ceber cargos superiores. Pelo
contrário, as coisas aconteciam
naturalmente, às vezes até antes
do que eu estipulava, porque,
é claro, todo homem tem suas
metas e objetivos. Marcante foi
o fato de eu ter sido privilegiado
com o maior pedido individual da
empresa até hoje, que foi nos idos
dos anos 60, mais exatamente em
1969. Nessa época, a empresa Po-
lidura (hoje DuPont Performance
Coatings) era a maior fabricante
de tintas para acabamentos au-
tomotivos e ganhou a concorrên-
cia da Volkswagen. Nesse período,
a cada 10 Fuscas produzidos, 9
eram pintados na cor vermelho
granada. Isso implicou em um pe-
dido fora do comum até para uma
empresa como a Hoechst, líder
mundial em pigmentos orgânicos.
Esse foi um fato muito marcante.
“Eu entrei com 14 anos e meio exatamente na
empresa e, com um ano, já estava trabalhan-
do em um Kardex, departamento que cuidava
do controle de clientes. Comecei, por iniciativa
própria, a desenvolver ferramentas para contro-
lar as nossas vendas em cada cliente. O objetivo
maior era dar ferramentas para os vendedores e
os técnicos”